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Renovação no Oscar | "Agora as coisas podem mudar", diz Anna Muylaert

Brasileiros convidados a integrar a Academia falam ao Omelete

Omelete
3 min de leitura
29.06.2016, às 20H41.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Em um esforço de renovação de seu quadro de votantes para o Oscar, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas acaba de convidar 283 novos possíveis membros, incluindo uma esquadra brasileira da qual fazem parte diretores, fotógrafos, produtores, montadores e até animadores, como Alê Abreu, de O Menino e o Mundo, e Renato dos Anjos, que trabalhou em Detona Ralph e outros blockbusters.

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"Ao ver o e-mail, eu achei que era um trote, mas aí abri, fiz a inscrição e agora sou votante. Entrei para a Academia", brinca Anna Muylaert, a diretora de Que Horas Ela Volta? que prepara para 21 de julho o lançamento no Brasil de Mãe Só Há Uma, premiado em fevereiro no Festival de Berlim com um prêmio da imprensa LGBT da Alemanha.

"É uma situação meio folclórica. E é um folclore forte. Mas o bacana é que desta lista de convidados, 47% é de mulheres, o que mostra uma preocupação da Academia em mudar. Este ano, Que Horas Ela Volta? tinha chances forte. Mas quando não entrou, a minha publicista me procurou para dizer que filmes com mulheres de meia idade têm pouca chance de entrar para concorrer. Como a massa votante é de homens, eles, em geral, votam em mulheres mais jovens. Agora, com esse gesto, as coisas podem mudar", diz a diretora.

Receber o e-mail-convite da Academia também foi uma surpresa para Rodrigo Teixeira, hoje um dos mais prolíficos produtores em atividade na indústria internacional, com 32 longas-metragens creditados em seu nome, como Alemão, visto por 975 mil pagantes em 2014, e filmes indie estrangeiros, como Mistress America e Love. "Quando o e-mail com o convite da Academia chegou eu achei que era um spam pois nem conseguia acreditar num reconhecimento tão grande como esse para a classe de produtor. É uma honra sem tamanho que me deixa muito feliz em especial por valorizar o trabalho que venho fazendo nos Estados Unidos", diz.

Teixeira acaba de produzir, a partir de sua RT Features, o drama Call Me By Your Name, do italiano Luca Guadagnino (de Um Sonho de Amor), com Armie Hammer e Michael Stulhbarg no elenco.
Além disso, produz agora 24 Frames para o aclamado diretor iraniano Abbas Kiarostami, enquanto vê seu A Bruxa ser apontado por sites como Awards Daily como um potencial oscarizável. "Este filme que me deu tantas alegrias virou um nome forte para a temporada de prêmios dos EUA, mas acredito que outro filme nosso, Indignation, possa ter chance pelo tamanho de seu realizador, James Schamus, que escreveu O Tigre e o Dragão."

Além deles, entraram na lista nomes como Lula Carvalho (diretor de fotografia dos dois recentes As Tartarugas Ninja), Affonso Gonçalves (montador da primeira temporada de True Detective), Antonio Pinto (compositor de trilhas consagradas como a de O Senhor das Armas), Pedro Kos (montador, com filmes como Frida no currículo), Vera Blasi (roteirista de O Sabor da Paixão), Marcelo Zarvos (também compositor, que musicou Rock em Cabul).

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