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Rocky | Documentários celebram obra do cineasta John G.Avildsen

Derek Wayne Johnson investiga as histórias de bastidores sobre o diretor que levou o Oscar

28.01.2017, às 10H42.
Atualizada em 28.01.2017, ÀS 11H00

Celebrado no dia 21 de novembro de 2016, o aniversário de 40 anos de estreia de Rocky, um Lutador continua rendendo frutos, desta vez em forma de documentários. Dois filmes dirigidos pelo cineasta americano Derek Wayne Johnson investigam as histórias de bastidores e as lendas em tornos da mítica figura do realizador que levou o Oscar de melhor direção pela primeira aventura do Garanhão Italiano: o octogenário John G. Avildsen.

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Responsável também pela trilogia Karate Kid (1984-98), com Ralph Macchio e Pat Morita (1932-2005), ele é objeto de estudo de The King of Underdogs, um doc de tintas biográficas sobre a vida e obra de Avildsen que será lançado mundialmente dia 4 de fevereiro no Santa Barbara International Film Festival. Além disso, o veterano diretor é um dos objetos de investigação de 40th Years of Rocky – The Birth of a Classic, hoje em finalização, no qual Derek passa em revista o processo de conversão de Sylvester Stallone em um astro.

"John G. Avildsen se encaixa no cinema americano dos anos 1970 como uma espécie de ‘cineasta menor’, um cineasta excluído, que viva à sombra dos gigantes daquele período como O Poderoso Chefão, Easy Rider e Operação França. Tanto é que seu primeiro sucesso, Joe – Das Drogas à Morte, passou desapercebido pelos críticos mesmo sendo o maior campeão de arrecadação do período, entre os independentes americanos”, explica Derek, em entrevista por e-mail ao Omelete. “Pesou contra Avildsen a fama de ser rebelde e o fato de ter passado por gêneros muito distintos entre si, sem ter se fixado a algum. Ele fez comédias eróticas de baixo orçamento, sátiras políticas, romances e até um conto de fadas como Rocky, que ousou simbolizar, naqueles tempos militantes, a luta cotidiana de um cidadão americano pela redenção”.

Respeitado em Hollywood pelo prestígio de Sonhos do Passado (1973), pelo qual Jack Lemmon ganhou o Oscar de melhor ator, Avildsen foi incumbido pelos produtores Irwin Winkler e Robert Chartoff, em 1975, da tarefa de fazer do roteiro de um desconhecido chamado Sylvester Gardenzio Stallone um drama popular. Quando vendeu seu roteiro (escrito em três dias e meio, em decorrência da emoção vivida após uma luta de Muhammad Ali vista na TV) para a United Artists, sonhando protagonizá-lo, Stallone sofreu com recusas. Os executivos de Hollywood enxergavam nomes mais famosos do que ele como potenciais escolhas para viver o Garanhão Italiano: os mais cotados eram Robert Redford, Ryan O'Neal, Burt Reynolds e James Caan. Mas ele bateu o pé: só venderia o script se o papel fosse seu. Winkler e Chartoff bancaram a escolha, levantando o filme com orçamento de US$ 1 milhão. Foi uma escolha acertada: quando lançado, o longa teve um faturamento de US$ 225 milhões nas bilheterias. Rocky ainda rendeu seis continuações, inspirou um musical à Broadway e gerou uma mítica sem precedentes.

Avildsen considerava importante acentuar o fato de que Rocky é alguém em busca de uma chance de fazer algo importante com sua vida. Alguém que dará o melhor de si, ao se dar conta da oportunidade que recebeu, mas alguém que, a princípio, vacila. Ele não se sente apto a lutar com Apollo, quando recebe o convite, e é essa dúvida o que o aproxima do público, despertando a simpatia da plateia”, explica Derek. “Aquele filme traz uma das cenas mais emblemáticas de redenção do cinema: no round 14, quando Rocky cai, todo mundo diz para ele continuar no chão, para não levantar, mas ele fica de pé, do jeito que consegue, e clama por mais uma chance de lutar. Minha vida não teria sido a mesma sem essa cena”.

Segundo Derek, a musculatura melodramática torneada por Avildsen em Rocky ganhou dimensões mais pop com Karate Kid. “A saga de Daniel San é uma história tocante sobre um jovem e a figura protetora que o acolhe, o Sr. Miyagi, cuja relação contagiou gerações de jovens atormentados, carentes de um mentor, de um guia”, explica o documentarista. “A direção sensível de Avildsen deu àquele filme um charme de que o cinema carece até hoje. Não consigo assistir àquele filme sem lágrimas nos olhos. É um clássico americano de um diretor com um estilo próprio, inimitável”.

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