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Um Crime de Mestre

Não tem tiros, nem correria - e justamente por isso vale a pena ser visto!

10.05.2007, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H24

Ouvi uma conversa interessante antes de ver Um Crime de Mestre (Fracture, 2007). Enquanto a sessão não começava trocava idéias com os colegas do lado de fora da sala, quando um amigo contou o caso de um jornalista que queria saber mais sobre o filme, e assim saber se ele interessaria para o seu veículo.

- Mas tem ação?, perguntou.
- Bom, sei que tem UM tiro - ouviu em resposta.
- E correria, tem bastante?
- Veja bem, é um filme de tribunal. No máximo tem alguém correndo para o banheiro.


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Não sei se o tal veículo foi ou não assistir ao filme, mas posso garantir que Um Crime de Mestre vale o ingresso - mesmo com apenas algumas balas gastas e nenhuma correria.

O tal tiro em questão é disparado logo do no começo do filme, por Ted Crawford (Anthony Hopkins) em sua esposa (Embeth Davidtz). O motivo é simples, ela estava tendo um caso extraconjugal.

Até aqui a história lembra vários outros telefilmes, mas é quando entra em cena o promotor Willy Beachum (Ryan Gosling) que o thriller começa a se armar. Prestes a mudar da área pública para um escritório privado de advocacia, Beachum tem como última missão ajudar o Estado a condenar Crawford, que foi pego armado e tem uma confissão assinada de que atirou na esposa. Caso fácil, imagina ele, do alto do seu ego. O que ele não sabia é que Crawford tem um engenhoso plano montado para escapar da prisão.

Todo o quebra-cabeça é bem construído e leva a um emocionante debate verbal entre Beachum e Ted, onde tudo finalmente se encaixa, sem "forçações". Dá para ver que os roteiristas, Daniel Pyne e Glenn Gers gastaram tutano para ninguém ficar com cara de "ah vá" ao fim da história.

Um Crime de Mestre é mais uma ótima escolha do diretor Gregory Hoblit, que na sua estréia como cineasta já tinha feito o ótimo As Duas Faces de um Crime (1996), estrelando um Edward Norton em início de carreira. Vale até um paralelo com o novato, mas já indicado ao Oscar (pelo inédito Half Nelson), Ryan Gosling, que lembra um pouco o estilo de Norton e demonstra ter talento de sobra, no mínimo para atuar ao lado de Hopkins sem ser engolido.

Correndo por fora, no meio dos blockbusters de verão, Um Crime de Mestre tem tudo para chamar atenção justamente porque não tem aquilo que o colega jornalista queria ver - deixa de lado a correria para usar um outro músculo, o cérebro.

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