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Pacto de Justiça | Crítica

<i>Pacto de justiça</i>

27.11.2003, às 00H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 23H04

Pacto de justiça
Open range

EUA, 2003
Western - 145 min.

Direção: Kevin Costner
Roteiro: Lauran Paine (livro), Craig Storper

Elenco: Romain Duris, Judith GodrècKevin Costner, Robert Duvall, Annette Bening, Michael Gambon, Michael Jeter, Diego Luna, James Russo, Abraham Benrubi, Dean McDermott

É impossível escrever sobre Pacto de Justiça (Open Range) sem antes falar da carreira de seu diretor, Kevin Costner.

Nos anos 80 em que astros começavam a valer mais que os próprios filmes, Costner conseguiu escalar este difícil Olimpo. Para ter uma idéia da rapidez que ele se tornou uma estrela em Hollywood, vale citar que em 1983 seu papel em O reencontro (The Big Chill) foi deletado na sala de montagem. Apenas 4 anos depois, em 1987, ele era o protagonista em Os intocáveis (The Untouchables, de Brian de Palma). Mais três anos se passaram e ele estava dirigindo Dança com Lobos (Dance with wolves, 1990), ganhador do Oscar de melhor filme e diretor daquele ano - seu auge. De lá para cá, ele vive numa montanha-russa que tem altos (JFK - A pergunta que não quer calar, Wyatt Earp e Um mundo perfeito) e baixos (O Guarda-costas e Uma carta de amor), chegando ao abismo chamado Waterworld - O segredo das águas (Waterworld, 1995), um dos maiores fracassos da história do cinema.

Pacto da justiça é sua redenção. Voltando ao gênero que o consagrou, o western, ele constrói um filme simples tanto no roteiro quanto no orçamento (apenas 26 milhões de dólares, valor considerado médio em Los Angeles).

Andando do alto de seu cavalo, Charley Waite (Costner) trabalha para Boss Spearman (Robert Duvall). Eles são vaqueiros que vivem na estrada, levando seu gado para pastar nas pradarias americanas, terras que naquela época ainda não tinham donos. Não é o que pensa Denton Baxter (Michael Gambon), fazendeiro da pequena cidade de Harmonville que se autonomeou o dono de tudo (e de todos!). Insatisfeito com a presença dos estrangeiros, ele resolve dar uma lição em Mose (Abrahan Benrubi) e assustar Button (Diego Luna de Y tu mamá también), os outros ajudantes de Boss. Mas ele não sabia que estava se metendo numa grande encrenca, pois Boss e, principalmente, Charley, não são do tipo de saem correndo ao primeiro sinal de perigo.

Apesar do final previsível, talvez desenvolvido para garantir o público feminino, os diferenciais da fita são a belíssima fotografia do campo (que lembra em muito as propagandas de uma marca de cigarro) e a atuação de Robert Duvall. Aos 72 anos, o ator corre, atira e anda a cavalo, fato aliás que quase o tirou da produção. Enquanto se preparava para as filmagens, Duvall levou um tombo e fraturou seis costelas. Foi sua vontade em participar desta produção que fez com que superasse o trauma e voltasse a calçar suas esporas e subir no animal. O clímax, um tiroteio no estilo clássico dos faroestes, é outro destaque.

Mas não pense que tudo é maravilhoso. O filme poderia ser mais curto e o envolvimento de Charley com Sue (Annette Bening) poderia ser menos forçado. Desde a primeira vez que se vêem os dois começam a atirar olhares um para o outro. Não que isso estrague a fita, que tem tudo o que um western precisa: tiros na cabeça, revólveres de carga infinita e discussões no "Saloon". Esperamos que seja a volta aos bons tempos... tanto para o gênero, quanto para Kevin Costner.

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