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Crítica

Para Sempre | Crítica

Um filme com o protagonista idealizado para o público feminino

07.06.2012, às 22H07.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H40

Para Sempre (The Vow), à primeira vista, parece o novo filme de Nicholas Sparks - uma dessas histórias de amor impossíveis com um casal lindíssimo, muito drama e belas locações, que surgem perto do Dia dos Namorados. Trata-se, porém, do segundo tema favorito do público que deseja ter seu otimismo reforçado com uma dose de doçura cinematográfica nessa época: um filme baseado em uma história real.

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Nele, Rachel McAdams (Sherlock Holmes) vive a esposa recém-casada de um músico (Channing Tatum) que, depois de um acidente de carro, perde a memória. Ao despertar, algum tempo depois, a moça não se lembra do marido - e suas últimas lembranças são de quando ainda morava com os pais (Sam Neill e Jessica Lange) e era apaixonada por outro sujeito (Scott Speedman). Nem de que é vegetariana ela se recorda, devorando bifes. Sem falar no botão "esqueci minha senha", que nunca foi tão clicado.

A trama é contada de um ponto de vista masculino - acompanhamos o marido desesperado tentando reconquistar a esposa, fazendo-a lembrar de sua vida juntos. Mas Para Sempre não traz nada que outras produções, que acompanham a ação através da protagonista, não tenham. É só um filme para o público feminino com um protagonista idealizado.

E essa idealização começa da escolha do elenco. Tatum, ex-stripper na vida real, é desses caras que parecem capa da revista Julia, o brutamontes sensível com bom gosto para roupas e uma determinação pelo seu amor que transcende qualquer esforço. Como se essa ideia não fosse difícil o suficiente de engolir, sua atuação limitada (e narração) prejudicam ainda mais a experiência. McAdams é melhor, mas a dose de fofura é um pouco demais para suportar (praga da cultura hipster, que não por acaso permeia o filme com chapéus que não cabem direito na cabeça, camisas xadrez e um casamento escondido em um museu).

Porém, há bons momentos no roteiro, como a decisão da esposa de não voltar para a casa dos pais e testar a vida conjugal, uma interessante escolha movida pela lógica da personagem. "Se EU me casei com ele deve ser por algum motivo".

O diretor e corroteirista Michael Sucsy, pouco conhecido, faz também um bom trabalho com a fotografia (Chicago está belíssima) e especialmente na seleção musical. "Pictures of You", do The Cure, foi um acerto. O fato da história ser baseada em acontecimentos reais também ajuda a "comprar" a ideia do filme, que é bem-sucedido em entregar ao seu público o que ele deseja. Mas se você, como muitos, vê na amnésia da parceira uma maneira sem culpa de encontrar seu próximo amor, evite.

Omelete Entrevista Rachel McAdams e Channing Tatum (Leia transcrição)

Nota do Crítico
Regular
Para Sempre
The Vow
Para Sempre
The Vow

Ano: 2012

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 104 min

Direção: Michael Sucsy

Roteiro: Marc Silverstein

Elenco: Rachel McAdams, Channing Tatum, Sam Neill, Scott Speedman, Jessica Lange, Lucas Bryant, Kristina Pesic, Jessica McNamee, Dillon Casey, Tatiana Maslany

Onde assistir:
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