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Paterson | Crítica

Com boa atuação de Adam Driver, filme de Jim Jarmush celebra a vida simples

21.04.2017, às 12H00.
Atualizada em 21.04.2017, ÀS 18H02

A rotina é algo que faz parte da vida de todos. Seja uma vida mais movimentada ou mais tranquila, todos nós repetimos ciclos no dia a dia e isso não necessariamente é algo ruim. Essa é grande parte da premissa de Paterson, filme escrito e dirigido pelo veterano Jim Jarmusch e protagonizado por Adam Driver.

Na trama, o ator de Girls e Star Wars é um motorista de ônibus que divide o nome com a cidade de Paterson, em Nova Jersey. Com um casamento afetuoso, um emprego tranquilo e um cachorro, a vida de Paterson pode ser comparada à de muitas pessoas que fazem seus caminhos pela cidade todos os dias. A única pequena nuance no meio de tudo isso é um caderno de poemas, onde ele escreve coisas sobre seu dia, sobre as conversas que ouve no transporte coletivo ou sobre a beleza da mulher que ama.

É interessante como Driver, que surpreende de forma positiva no papel, compõe seu personagem sem ser caricato ou óbvio. Sim, ele segue sua rotina, mas sempre com um olhar diferenciado e observador, tanto da cidade, quanto das pessoas ao redor. Sem precisar de grandes reviravoltas em sua vida, Paterson parece se alimentar dos pequenos detalhes de sua cidade. O local em si também pode contar como um personagem a parte, que se encaixa perfeitamente com o longa: com uma parte industrial, com seus comércios, mas que ainda guarda um pouco de natureza. Quase poético. E a fotografia do longa se beneficia com isso, conseguindo vários momentos de uma beleza única, como, por exemplo, quando vemos o céu e os imóveis refletidos nas janelas do ônibus de Paterson.

Outro ponto que chama a atenção é o relacionamento do protagonista com sua esposa Laura (Golshifteh Farahani). Enquanto ele é essa pessoa calma, ela sempre está em busca de algo, seja um novo projeto, um curso, algo que a tire do seu dia a dia. Toda essa diferença é percebida na casa dos dois, que sempre tem detalhes em preto e branco, como se cada um dos protagonistas fizesse parte de um mundo separado, mas funcionasse muito bem junto.

Melancólico ao final, o longa consegue passar uma mensagem bem clara através de seu protagonista: Paterson não tem um smartphone por opção, não reclama de sua vida em conversas casuais, não acha seu trabalho ruim... Ele é apenas um homem de vida simples e que ama isso. Ao contrário de muitas pessoas - e também de sua esposa - que sempre estão atrás da "próxima grande conquista" ou de "realizar mais um sonho", ele quer apenas a chance de acordar todos os dias e viver de forma tranquila. E existe uma beleza incrível nisso.

Nota do Crítico
Ótimo
Paterson
Paterson
Paterson
Paterson

Ano: 2016

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 118 min

Direção: Jim Jarmusch

Roteiro: Jim Jarmusch

Elenco: Adam Driver, Golshifteh Farahani, Rizwan Manji

Onde assistir:
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