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Sexta-Feira 13

Um digno recomeço para Jason Vorhees

12.02.2009, às 15H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H44

Criada para aproveitar a popularidade do filme de terror Halloween (de John Carpenter, 1978), que introduziu o maníaco Mike Myers, a série Sexta-Feira 13 (Friday the 13th) estabeleceu um novo matador no imaginário da Sétima Arte, que acabou tornando-se maior que sua inspiração.

É curioso, porém, que diferente da maioria das franquias, em que os primeiros filmes são cultuados por suas regras estabelecidas, tomadas como lei por fãs, esta tenha passado por um caminho um tanto inverso. No primeiro filme, dirigido por Sean Cunningham em 1980, não era Jason Vorhees a ameaça, mas sua mãe, a Sra. Vorhees (Betsy Palmer). O assassino do facão só apareceu no segundo filme (1981) - e usava um saco para esconder a cabeça deformada. Foi apenas no terceiro longa da série, em 1982, que Jason começou a usar sua hoje icônica máscara de hockey. Aos poucos, porém, a longeva série perdeu força, virou motivo de piada - "mais um?" - e Jason, pobre Jason, não assustava mais ninguém depois de tantos "Capítulos Finais" e "Novos Recomeços".

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Coube à Platinum Dunes, produtora especializada em filmes de terror com orçamento médio, a tarefa de ressuscitar Jason. Para a direção, os produtores não arriscaram, chamaram Marcus Nispel, que já havia provado que entende do gênero e tem estilo de sobra em outra refilmagem, a de O Massacre da Serra Elétrica.

O resultado, batizado simplesmente Sexta-Feira 13, é tudo o que se espera de um bom "slasher movie" (o típico filme-de-maníaco) e mais... Nispel tem um apurado senso estético adquirido no mercado publicitário e o usa para criar algumas das mortes mais surpreendentes, e sem exageros gore, de toda a série, equilibrando humor e tensão. Sob as lentes de Nispel, o novo Jason (Derek Mears) está mais letal do que nunca. Foi promovido de aparição armada com facão a uma espécie de caçador atormentado, alguém dotado de extensas habilidades de rastreio, pontaria certeira e um senso de "justiça" todo particular, incutido em sua mente pela falecida mãe.

Jason caça, como sempre, os jovens tesudos que se aventuram na região de Cristal Lake. Desta vez as vítimas vêm em grupos... primeiro em busca de uma lendária plantação de maconha que cresceu descontrolada às margens do lago. Depois, como uma turma de amigos que vai passar um fim de semana no local. Ligando ambas as excursões está um rapaz (Jared Padalecki, de Supernatural) em busca de sua irmã desaparecida.

O roteiro de Damian Shannon e Mark Swift, responsáveis pelo script do fraco Freddy vs. Jason, também merece elogios. Descrito como um recomeço para a série, ele não ignora os eventos do primeiro filme, que inclusive são lembrados em uma sequência de flashback que parece um presente aos fãs. A cena pré-créditos é igualmente arrasadora, dando o tom para o restante do filme com ousadia. E por falar em ousadia, palmas aos realizadores por trazer de volta o sexo ao cinema de terror. Verdeira tradição clássica desse tipo de filme, o peito de fora e a pegação na floresta estavam sumidos, de olho na censura mais amena do insano sistema de classificação indicativa dos EUA (violência pode, peitinho não).

Mais que um recomeço, Sexta-Feira 13 é um resgate a um bom e velho subgênero que andava tão combalido. E que Jason ressuscite várias vezes mais.

Tudo sobre o filme no ESPECIAL Sexta-Feira 13

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