Poucos jogos geraram tanta conversa nos últimos anos quanto No Man's Sky. O jogo da Hello Games conta com um universo quase infinito, gerado processualmente e com 18 quintilhões de planetas cheios de fauna, flora e ambientes diferentes prontos para exploração. Há muito para ver, para catalogar, coletar e descobrir, então é preciso um tempo para dar uma análise geral na experiência, mas com algumas horas já podemos ver algumas das qualidades prometidas pela Hello. 

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O momento em que No Man's Sky se encaixou pra mim foi, depois da primeira hora de jogo, quando eu finalmente deixei o planeta inicial e fui para o espaço. Depois de alguns minutos decolando, virei a nave para trás para entender exatamente onde eu estava. Nos primeiros segundos, era difícil me posicionar com precisão, mas quando eu virei a nave 180 graus, veio o choque. Eu estava do lado do planeta, e o corpo celeste se mostrava gigantesco e intimidador na minha frente. Não quero dizer que é assim que um astronauta se sente, mas imagino que seja o mais próximo que vou chegar. 

O espaço é, de fato, um ambiente intimidador. A infinita escuridão que te cerca, pontuada por estrelas distantes e que parecem minúsculas a 10 mil anos-luz de distância. No Man's Sky é um jogo que não esconde suas inspirações em ficção científica, respirando o ar deixado pra trás por autores e nomes importantes para tudo que vem na nossa mente quando pensamos em "universo". Como Carl Sagan deixou claro em Pale Blue Dot, somos um grão de poeira suspenso na luz do sol. No Man's Sky te faz se sentir assim. Pequeno, insignificante, como pó em meio a gigantes imponentes. O resultado é um sentimento de humildade. O orgulho vai embora.

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A vida no espaço, entretanto, não é apenas isso. Também há uma infinita camada de curiosidade que cobre toda a jogabilidade de No Man's SkyVocê pode explorar todos os planetas, seus subsolos, rios e mares, encontrando animais, flores e rochas diferentes - algumas das quais rendem materiais que podem ser usados na construção de itens ou equipamentos. As primeiras horas do jogo consistem de uma combinação disso tudo. Você explora dois planetas com o objetivo de encontrar o que precisa para reparar sua nave e conseguir deixar o sistema solar. Algo, ou alguém, está te guiando no meio disso, mas ainda não está claro o que está acontecendo. 

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Os planetas do jogo, pelo que vimos até agora, são completamente diferentes. Suas atmosferas podem afetar no consumo de energia, alguns podem ser mortos e outros cheios de vida, há florestas totalmente diferentes e isso transforma a exploração na sua própria recompensa. Explorar é divertido, tanto mecanicamente quanto visualmente, e isso deixa você com mais vontade de descobrir o que está naquela caverna ou atrás daquela montanha.

Os primeiros momentos de No Man's Sky inspiram confiança. A dúvida que resta é se isso vai continuar durante as dezenas de horas necessárias para alcançar o centro da galáxia. De qualquer forma, nossas primeiras horas no espaço nos deixaram humildes e extremamente curiosos.