A 343 Industries é o estúdio no controle de Halo, maior nome do catálogo de games da Microsoft. E embora Halo Wars 2 seja o foco no momento, é inevitável que, com uma franquia deste tamanho, surjam perguntas sobre o futuro. E, para os principais envolvidos com a franquia entrevistados pelo Omelete, o foco da desenvolvedora é construir um universo.

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“Não estamos pensando apenas no próximo jogo, e sim como estamos construindo este universo”, explica Bonnie Ross, chefe da 343. Um universo que se expandiu para além dos games de forma considerável, com livros, quadrinhos e séries de TV como Halo: Nightfall, estrelada por Mike Colter (muito antes de Luke Cage, diga-se de passagem). “Estamos pensando nos próximos 20 anos, em ter condições de contar histórias que vão interessar os fãs”, complementa a executiva.

Há sete anos responsável por Halo - quase o mesmo tempo que a desenvolvedora anterior, a Bungie, teve no comando da franquia -, a 343 herdou um legado rico, mas têm mostrado novas facetas deste universo, especialmente no que diz respeito a Master Chief e sua relação com outros personagens.

Embora os jogos sejam o foco principal, é evidente o cuidado da empresa em alimentar cada vez mais este lado multimídia da saga de Master Chief. “Não acho que há só um futuro para Halo. Temos um time focado em Halo Wars 2, mas também temos um time focado em contar as próximas histórias. Acho que teremos mais do respeito ao passado, mas também queremos levar este universo a lugares inesperados e empolgantes”, diz o diretor de história de Halo Wars 2, Kevin Grace.

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Bonnie Ross

Halo Wars 2, que é o primeiro jogo da franquia a chegar simultaneamente no PC e no console, o que põe a franquia em um novo patamar de expansão. “Este é o começo. Acho que o futuro de Halo é chegar a mais pessoas. Estar no PC nos permite essa ampliação. Fazer séries de TV também. Temos este universo que nos empolga e queremos compartilhá-lo com o mundo”, diz Dan Ayoub, chefe de jogos de estratégia da 343.

Mas, quando se trata de experimento multimídia, ainda há uma fronteira final para Halo: o cinema. Os rumores sobre um filme de Halo são antigos, com nomes como Peter Jackson e Neill Blomkamp ligados ao projeto. Mas nada saiu do papel e, nos bastidores, o principal rumor girava em torno de uma quebra de braço entre a Microsoft e Hollywood sobre o controle criativo do longa.

Os tempos, entretanto, são outros, e os estúdios estão mais abertos ao envolvimento de desenvolvedoras de jogos - casos bem exemplificados pela Blizzard e pela Ubisoft este ano, com os longas de Warcraft e Assassin’s Creed.

Apesar de afirmar categoricamente que não há nenhum projeto de Halo nos cinemas em andamento no momento, Ross acredita que este novo cenário é mais propício para uma possível chegada de Master Chief às telonas. “Acho que o que aconteceu com a Marvel a DC foi muito benéfico para as franquias de games. Você tem muitos estúdios interessados em como trazer estas histórias como uma parceria. Isso mudou a relação com os estúdios de filmes e isso é muito bom para as equipes criativas. É bem saudável”, diz a executiva.