Prometendo corrigir tudo o que foi criticado no jogo original, Watch Dogs 2 é o título de peso que em que a Ubisoft está colocando suas fichas para esse 2016 sem Assassin's Creed. Apesar de não estar jogável na Brasil Game Show 2016, aproveitamos o evento para bater um papo com o diretor Danny Bélanger sobre a influência das denúncias de Snowden e a mudança de tom e ambientação em relação ao primeiro.

None

Me fale um pouco sobre Watch Dogs 2.

É um jogo de mundo aberto ambientado em São Francisco, EUA, onde você controla um hacker chamado Marcus que tem como objetivo expor os desvios de conduta de grandes corporações com a ajuda de coletivo hacker chamado Dedsec.

Quando Watch Dogs foi lançado no começo de 2014, a cultura hacker ainda não era um tópico tão presente quanto agora, onde temos casos como os relatados por Edward Snowden e até mesmo programas de TV como Mr. Robot. Como isso influenciou o desenvolvimento da sequência?

Quando começamos isso estava entrando nas rodas de discussão, e muitas das histórias que contamos foi inspiradas por acontecimentos reais: dados pessoais, vigilância e coisas assim. Nosso objetivo é pegar tecnologia moderna e contar boas histórias com isso. Marcus está na mesma cidade do Vale do Silício, que é o berço de coisas como redes sociais, ferramentas de busca, robôtica. Há toneladas de coisas acontecendo por lá e queremos desenvolver esses temas.

Queremos observar tecnologia e mostrar alguns dos seus riscos. O que mostramos na E3 2016 foi sobre pessoas tendo seus votos manipulados por redes sociais, e isso é algo que realmente aconteceu. Se não tomarmos cuidado, algum ruim pode acontecer. Essa é a base da nossa história. Precisamos tomar boas decisões agora para não nos arrependermos no futuro.

O primeiro game se passou em Chicago, já esse foi para São Francisco. Como vocês escolheram essa nova ambientação?

Discutimos muitas cidades mas São Francisco foi o que mais fez sentido pois era colorida e queríamos trazer um novo tom para o jogo. Há muita contracultura, é uma combinação de tecnologia com cultura hippie. O Vale do Silício também foi um ponto muito forte pois há muita coisa legal para explorarmos por lá. Há outras cidades também, o mapa é aproximadamente duas vezes maior que o anterior.

20 fotos

1 de 20
+15 fotos
✖︎

Ainda que Watch Dogs tenha sido um dos maiores lançamentos da história, o jogo foi recebido com variadas críticas. Como isso moldou a sequência?

Na época nós éramos o maior lançamento de uma franquia inédita, então nos saímos muito bem. Construir uma continuação é muito mais fácil do que começar uma série do zero, até porque agora o público sabe o que esperar de Watch Dogs. Investimos nas mecânicas do primeiro e trouxemos coisas de volta como o multiplayer integrado, onde eu e você podemos nos encontrar dentro do jogo quase instantaneamente para missões cooperativas.

Watch Dogs 2 parece uma mudança de tom drástica em relação ao primeiro. O antecessor era uma história sombria sobre vingança, já esse traz uma pegada mais "jovem" e caricata. Como vocês chegaram nessa nova abordagem?

Nós queremos que os jogadores experimentem algo diferente no novo título. Realmente se parece com o primeiro jogo mas mudamos o tom, é mais bem humorado e focado em tecnologia. Watch Dogs era um conto de vingança através da tecnologia, esse será ponto central do segundo.

Watch Dogs 2 chega ao PlayStation 4, Xbox One e PC em 15 de novembro. Já a Brasil Game Show acontece no São Paulo Expo entre os dias 1 e 5 de setembro.