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A Era do Rock | Um musical para os amantes do rock

Com clima de show de rock, musical embala sonhos com clássicos dos anos 80

13.07.2017, às 16H18.
Atualizada em 13.07.2017, ÀS 17H01

O Rock n' Roll, sem dúvida, vai muito além dos shows, discos e bandas. Sua sonoridade influenciou e influencia vidas ao redor do mundo, seja pelo estilo, pelos sonhos ou por outros fatores que extrapolam o quesito artístico. Assim, o musical a Era do Rock (The Rock of Ages), em cartaz em São Paulo até o final do julho, aposta todas as suas fichas nesse desejo que o gênero gera nas pessoas em conjunto com a sonoridade clássica de uma das décadas mais amadamente odiadas do segmento, os anos 80.

Logo de entrada, os amantes do Rock podem se perguntar como seria um show de Rock embalado por coreografias e uma história que percorre faixas famosas compostas por Whitesnake, Bon Jovi, Europe, Journey entre outras bandas? Essa junção entre a atmosfera de um grande show e as coreografias do teatro musical podem ser o grande “X” da montagem que consegue manter a pegada de um concerto de Rock em conjunto com os elementos do teatro musical, consagrado na Broadway. Cauê Brisolla, Douglas Freitas, Lucas Vianna, Renato Leite, Rodrigo Hyppolito e Andrei Presser, membros da banda responsável pela execução das músicas durante o espetáculo são categóricos ao dizer porque os amantes do Rock precisam assistir o espetáculo: "A junção entre elenco e banda é algo muito bacana e rola toda uma questão nostálgica [...] que é quase certo que, em algum momento da vida, você já tenha ouvido uma dessas músicas”.

Os músicos arrematam comentando que, “O repertório é bem vasto e envolve os grandes clássicos dos anos oitenta e não deixa de ser um show de Rock, mesmo com todos os elementos de um espetáculo musical”.

Banda fica no palco durante a apresentação
Edson Lopes Jr.

O diretor da produção, Leo Rommano, comenta que um dos grandes desafios em adaptar o musical para o público brasileiro sem que as músicas tenham sido traduzidas é fazer com que a audiência permaneça focada na história: “As faixas não são novidade e o negócio é fazer com que o público não fique só curtindo a música que ele já conhece e pode ouvir no rádio, por exemplo”. Para manter o público ligado e acompanhando a sequência de eventos, atenção a detalhes como cenário, luz e figurino precisam ser redobrados. “A partir da encenação, do cenário, do figurino, da luz, é importante que a gente consiga contar a história para que ela seja entendida e acompanhada pelo público”.

Romanno segue comentando ainda que a mistura entre a linguagem roqueira e a do teatro musical, para ele, aconteceu principalmente na forma como os atores trabalharam durante os ensaios, “Como os anos oitenta foi uma época muito libertária, e teve essa força do Rock, algo que fizemos no início da montagem foi apostar na liberdade dos atores. Isso deixou todo mundo bem tranquilo e no final fomos amarrando as cordas, dando os toques finais e segurando os detalhes. Esse foi o principal elo entre o Rock e o teatro musical, pra gente”, destaca. Mas no final das contas, como isso vai ser visto no palco pelos amantes do Rock?

O assistente de direção, Igor Pushinov, enfatiza que quem gosta muito de Rock vai poder assistir os clássicos do segmento por um outro olhar. “O público vai poder ver os rocks clássicos, contando uma outra história que pode ser algo que ele nunca pensou. Afinal de contas, quando a gente ouve algo, a gente imagina o que essa faixa está contando e isso é muito aberto. Aqui, a gente tem certeza que vai ser completamente diferente de tudo que ele [público] imaginou. Por isso ele precisa vir assistir para se surpreender”.

Sobre essa forma diferente de ver a montagem, a banda comenta sobre o fato de estar presente no palco. “Nós nos transformamos em parte da história. [...] somos os maiores roqueiros dos anos 80”. E ai mora outro detalhe interessante sobre os músicos da montagem brasileira que mesmo precisando manter a apresentação de forma extremamente precisa, consegue colocar a sua própria energia na interpretação de cada uma das faixas e isso garante as “particularidades sonoras” da montagem que, mesmo com todo o cuidado com a seleção de timbres e tonalidades que estão em perfeita harmonia com a época retratada, ganha um pouco da cara dos músicos.

A ligação dos protagonistas com o Rock
Edson Lopes Jr.

E claro, em conjunto com o percurso musical que a montagem apresenta, ainda existe a história de dois personagens que se mudam para Los Angeles em busca de seus sonhos. Drew (Diego Montez) está em Los Angeles para perseguir o sonho de ser um rockstar e, enquanto trabalha no clássico bar de Rock, Bourbon Room, conhece Sherrie (Thuany Parente), recém-chegada à cidade para concretizar o sonho de ser atriz. Como parte do enredo principal ainda temos a luta para manter o Bourbon Room funcionando e alguns personagens marcantes que compõem a cultura rocker.

Diego Montez, fã assumido de cultura pop/nerd, comenta que a experiência de viver um personagem e cantar Rock no palco é algo muito interessante principalmente porque as músicas, mesmo conhecidas, são utilizadas a favor da história. “Chris D'Arienzo, criador do musical, foi muito feliz em conseguir pegar músicas icônicas do Rock e colocar em favor da história”, destaca. Já, sobre o que faz do espetáculo algo especial para os amantes do Rock, ele ressalta que a forma como tudo é apresentado aproxima até mesmo as pessoas que podem ser avessas ao teatro musical. “Ah… eu não gosto de ouvir uma coisa inteira cantada, alguns podem dizer. Porém, isso fica em segundo plano já que a pessoa se identifica com a música que rola no palco e isso termina juntando todo mundo”, e finaliza comentando que no final das contas o que funciona muito bem para todos os públicos é o carisma musical: “Eu acho que é isso que faz as pessoas saírem daqui vibrando. O amante do Rock precisa assistir ao musical porque é único. É o único que vai proporcionar esse sentimento pra ele”.

Elenco no palco durante apresentação
Edson Lopes Jr.

Thuany Parente, ressalta que além da ligação com o teatro musical também tem uma conexão familiar com a peça e com o Rock. A atriz conta que fazer essa mistura entre Rock e teatro musical é algo realmente único. “A gente soma essa música que é quase do inconsciente coletivo, que quase todo mundo conhece, com a técnica do teatro musical e termina como a junção de dois mundos que eu amo”. Thuany encerra a conversa enfatizando sua experiência familiar como um dos exemplos de como o espetáculo pode pegar os fãs de Rock pelo coração e saudosismo: “Eu vou usar o exemplo do meu pai que veio assistir o espetáculo com o meu tio e um amigo de adolescência. Eles ficaram tão empolgados que depois da peça a conversa girou somente em torno do que foi os anos 80 para eles. Foi uma noite de lembranças. É muito saudosista para quem curte e para quem viveu esse momento da música”.

A Era do Rock está em cartaz no Teatro Porto Seguro, em São Paulo
Sextas, às 21h, Sábados, às 17h e 21h - Domingos, às 18h
Mais informações no site oficial

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