O Alter Bridge vem ao Brasil nesta semana com apresentações em Curitiba (19), no São Paulo Trip (21) e no Rock in Rio (22). Mark Tremonti, guitarrista do grupo, em entrevista exclusiva ao Omelete, falou sobre carreira, a expectativa para os primeiros shows no Brasil e também sobre sua sonoridade e técnica peculiares. Vale ressaltar que Tremonti, Brian Marshall e Scott Phillips, antes de criar o Alter Bridge, fizeram parte do Creed até o primeiro encerramento das atividades da banda em 2004. Neste mesmo ano, lançaram o primeiro álbum do AB, que conta com Myles Kennedy como vocalista. Assim, um grupo que poderia ser só mais um, criado por ex-membros de outro projeto famoso, acabou trilhando um novo caminho, alcançando relevância e ampliando suas possibilidades sonoras. Todos esses fatores ficam ainda mais claros com o quinto disco de estúdio da banda, The Last Hero, lançado em 2016, que coloca em destaque a sonoridade marcante, os riffs melódicos e uma pegada Rock'n Roll que parece estar desaparecendo do mercado.
As conquistas que aconteceram durante os anos na estrada colocam em evidência a boa forma do grupo que mostra uma evolução musical palpável a cada novo disco. Tremonti afirma que este processo só foi possível porque a banda ama seu trabalho, e isso faz com que todos tentem dar o seu melhor o tempo todo. “Eu tento criar minha própria forma de tocar desde o começo e acho que há algum tempo isso, em conjunto com a melhora de cada um dos integrantes, tem sido notado pelas pessoas que gostam da nossa música”, destaca.
The Last Hero, por exemplo, foge do conceito “imposto” pelo mercado. Um álbum com faixas longas e mais de uma hora de duração, funciona como uma boa peça de rock para quem gosta de guitarras bem calibradas e vocais na medida. Sobre este ponto, Tremonti confessa que o grupo criou o novo projeto sem levar em consideração rádios ou outros detalhes que garantiriam mais popularidade: “Nós valorizamos mais a jornada de cada música”. E com essa lógica aplicada ao trabalho, mesmo com um tempo de duração considerado longo, o projeto chama a atenção por encadear cada uma das faixas de forma interessante, prendendo a atenção do ouvinte de forma direta e harmoniosa, algo que dá ainda mais destaque para a ideia da jornada sonora pretendida pelo Alter Bridge.
Creed x Alter Bridge
O fato dos músicos terem o Creed em seu currículo abriu diversas portas para que o Alter Bridge surgisse, no entanto, mesmo com características que unem o som dos dois grupos, a diferença na proposta sonora é algo latente. Isso, de acordo com Tremonti, acontece graças a estabilidade da banda, que está na estrada há quase 15 anos. “Nós estamos mais experientes e a formação do Alter Bridge está junta há bastante tempo, isso faz com que o trabalho seja mais consistente”. Ele continua, “O Alter Bridge é uma evolução da forma como fazemos música”.
Como exemplo, Tremonti cita que além da evolução sonora, os integrantes também evoluíram durante sua jornada. “Miles [o vocalista] agora toca guitarra e nossa música ficou mais agressiva”. Essa agressividade pode ser notada, de forma ainda mais clara, graças a guitarra peculiar de Tremonti. O músico é conhecido por passar longas horas praticando o instrumento antes de entrar no palco. Sobre isso, o guitarrista comenta que o objetivo é sempre se apresentar da melhor forma. “Essa necessidade, minha e de toda a banda, faz com que algumas das nossas principais características fiquem sempre em evidência”.
Por fim, sobre os dois grandes shows que o grupo faz no Brasil, uma bela forma de estrear no país, o guitarrista comenta que o Alter Bridge queria tocar por aqui há um bom tempo, mas só agora aconteceu. “Nós vamos tocar junto com algumas das maiores bandas de rock do mundo e queremos mostrar o nosso melhor no palco, com certeza. Estamos ansiosos para mostrar nossas músicas para vocês e, enfim, estrear no Brasil”, finaliza. Em São Paulo o grupo toca na mesma noite que The Who e The Cult, e os ingressos ainda estão disponíveis. Os ingressos para o show no Rock in Rio já estão esgotados. Ouça The Last Hero, o último álbum de inéditas do grupo.
