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Apocalyptica comemora 20 anos de seu disco tocando Metallica com show delicado e impactante

Banda está em turnê mundial comemorando o projeto que os colocou no radar da música mundial

27.11.2017, às 15H51.
Atualizada em 28.11.2017, ÀS 06H37

É quase impossível encontrar alguém que não conheça o Metallica, possivelmente uma das bandas de rock de maior sucesso dos últimos 35 anos. Como parte dessa história nos palcos mundiais, o grupo norte-americano ganhou um disco tributo - realizado por quatro violoncelistas finlandeses - lançado em 1996 - e que praticamente catapultou o então desconhecido Apocalytica para o estrelato mundial.

O grupo composto pelos cellistas - todos com treinamento clássico - mais um baterista, esteve em São Paulo para apresentar o show da turnê comemorativa de 20 anos do projeto Plays Metallica by Four Cellos e entregou uma performance consistente, viva e pesada

De entrada, não dá pra negar que o repertório que compõe esse primeiro projeto joga com a torcida ganha, mas nem por isso os músicos colocam menos intensidade e paixão em sua performance. Com um show dividido em duas partes, executando na primeira as oito faixas que compõem o álbum clássico, e na segunda, ainda tocando Metallica, mas com a presença de um baterista, o grupo empolga a cada nota.

Durante todo o show é possível sentir, o tempo todo, a empolgação do público que canta e compartilha seu amor pelo rock. Os quatro cellistas entregam performances perfeitas para funcionar como um propulsoras de sentimentos, colocando a voz da audiência em destaque em cada nova faixa. Sem dúvida, esse quesito faz com que a apresentação tenha a atmosfera de um karaoke do Metallica, mas com músicas muito melhores e um público que realmente conhece e quer cantar cada uma das faixas.

Durante a primeira parte do show, o quarteto apresenta faixas como "Harvester of Sorrow", “Master of Puppets", “Creeping Death", e entregam momentos com nuances únicas como na releitura da clássica “Unforgiven”.  

Não dá pra negar que cada faixa no palco do Apocalyptica ganha mais alma, justamente pela vontade do público de fazer parte de um momento delicado e impactante - talvez as melhores palavras para definir a primeira parte do show - que estimula os ouvidos e o coração.

Algo interessante, é que mesmo com a barreira da língua, os músicos se comunicam com o público - por meio das figuras centrais de Perttu Kivilaakso e Eicca Toppinen -  e  aproveitam para contar histórias sobre o lançamento despretensioso do disco com versões do Metallica. "Vamos gravar umas mil cópias e ver o que acontece", comentou Eicca sobre a ideia de fazer o álbum que fez deles o que são atualmente.

E com todas esses detalhes em cena, fica impossível não se surpreender com o peso sonoro que os quatro cellos entregam, transformando a experiência ao vivo em algo ainda mais marcante. O som pega o público no detalhe, no cuidado e na alternância de nuances.

Após o final do repertório do primeiro disco, os quatro cellistas fazem uma pausa e retornam ao palco (Antero Manninen e Paavo Lötjönen completam o time) acompanhados do baterista Mikko Sirén e criam uma nova dinâmica sonora. A apresentação ganha ainda mais peso e os músicos estimulando o público a cantar e a se divertir ainda mais.

Vale a pena presenciar o entrosamento e a forma como a banda (se é que esse é o nome correto para chamar) se apresenta, com uma postura agressiva, mas sempre entregando uma sonoridade impactante e que mantém o público ligado e interagindo com cada nota. A entrada da bateria no show dá mais corpo para as faixas e é quando o repertório entra em áreas complexas da discografia do Metallica com faixas como “Battery”, interpretada com uma energia fora do comum, “Seek and Destroy”, “Orion”, a quase nunca executada “Scape”, a sempre marcante “Nothing Else Matters”, até a última faixa do show, “One” que traz um arranjo que conta com um pequeno trecho de “Refuse Resist” do Sepultura.

Por fim, é impossível não se impressionar com a técnica e a pressão que cada um dos músicos consegue imprimir em cada uma de suas interpretações. Ao final do show no Tropical Butantã, depois do bis, era possível ver o público parado, aplaudindo… Ninguém se moveu até ter certeza que outro bis não iria acontecer.

Essa certeza só veio quando os músicos se despediram, agradeceram pela presença de todos e aproveitaram para dizer: “Nos vemos em breve”. Que assim seja, pois vale a pena ficar ligado na agenda do quinteto finlandês para vê-los por aqui novamente, seja tocando Metallica, seja tocando seu próprio repertório, pois para os fãs de música esse é um show indispensável.

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