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Ariana Grande empolga, mas não se conecta com o público em show no Allianz

Cantora veio ao Brasil com a turnê Dangerous Woman

02.07.2017, às 00H54.
Atualizada em 02.07.2017, ÀS 13H48

Ariana Grande é jovem, tem apenas 23 anos, e já está em sua segunda passagem pelo Brasil. Desta vez a norte-americana trouxe a a Dangerous Woman Tour para São Paulo e veio com a produção completa (banda, dançarinos, luz). Logo de entrada, assim que ela pisa no palco com a faixa “Be Allright”, é praticamente impossível não fazer a ligação entre o som que Grande emula e uma das principais artistas pop de todos os tempos. A estética, a ideia do vídeo projetado no telão e até mesmo a movimentação dos bailarinos no palco é resultado direto do que Madonna já fez em sua carreira, não custa avisar.

Ariana Grande Show em São Paulo

Assim, após o choque inicial – que acontece depois de um vídeo de introdução com 10 minutos de imagens da cantora fazendo caras e bocas com alguns de seus bailarinos - , o que chama a atenção é a produção. Com vários dançarinos no palco, a plateia responde a todos os estímulos de forma entusiasmada, pulando, gritando e dançando. Isso comprova, mais uma vez, que o público infantil/adolescente é, sem dúvida, o mais apaixonado que existe.

E isso evidencia ainda mais como o conceito da apresentação foi pensado com foco no público adolescente. Com uma pegada de poucas pausas, muitas luzes e com Ariana fazendo caras e bocas (o tempo todo), é quase impossível o show não atingir o objetivo que se propõe. Com esses pontos em destaque, vale dizer que a cantora tem uma voz potente e cheia de nuances que ganha ainda mais possibilidades com a  banda excepcional que acompanha a acompanha. Os dançarinos dão uma dinâmica interessante ao show, criam bons momentos e garantem variações que Grande não é capaz de dar. E aí, possivelmente, está o fator que mais chama a atenção de forma negativa para  performance de Ariana Grande. A cantora já entra no palco com o jogo ganho e isso – possivelmente - faz com que sua apresentação pareça milimetricamente ensaiada, o que não deveria ser algo ruim, mas no caso da cantora teen, é. Em determinados momentos se vê um quase-androide no palco, com interações que não passam do básico “Quero ouvir vocês”. Ela faz tudo perfeito, sem sobressaltos, e isso impossibilita a exixtência de uma conexão da artista com a plateia em nenhum momento. De qualquer forma, a música entrega boa dose de emoção, mesmo com a cantora não parecendo tão orgânica e parecendo distante em alguns momentos.

Mas esse é um fator que parece não aborrecer a plateia que transformou o show de Grande em algo bem interessante. Um desses momentos pôde ser visto durante a faixa "Moonlight", quando todos levantaram seus celulares sem que a cantora precisasse mencionar algo sobre o assunto. Também é inegável que suas músicas mais conhecidas como “Side to Side” e "Bang Bang", por exemplo, funcionam muito bem no palco. São tão empolgantes a ponto de fazer até as mães, que acompanhavam suas filhas, dançar. Vale destacar que durante o show, nenhuma menção direta ao ocorrido na cidade de Manchester foi realizada. No entanto, Ariana cantou sua versão de “(Somewhere) Over the rainbow”, com o símbolo de luto da cantora - as orelinhas de coelho com um laço - em homenagem às vítimas no telão, já caminhando para o final da apresentação que se encerrou após o bis.

Por fim, Ariana trabalha com um excelente time de músicos e dançarinos, tem uma voz realmente marcante (algo que ao vivo fica ainda mais evidente), mas um pouco mais de carisma pode garantir um show ainda mais real para seus fãs. Em todo caso, esse momento pode chegar para a cantora com mais alguns anos de estrada.

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