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Coldplay entrega mais um espetáculo visual no Brasil e se esforça para trazer ineditismo

Banda fez no dia 7 de novembro a primeira de duas apresentações em São Paulo

08.11.2017, às 12H50.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

Cerca de um ano e meio após sua última passagem, quando estiveram no Brasil com a turnê do disco A Head Full of Dreams, lançado em 2015, o Coldplay voltou a São Paulo para duas novas apresentações da mesma tour. A primeira aconteceu na noite de 7 de novembro, no Allianz Parque, e não foi muito diferente do que havia sido entregue pelo quarteto britânico em sua visita anterior, apesar de nesse meio tempo entre o começo e o próximo encerramento da turnê ter sido lançado o EP Kaleidoscope, com cinco canções inéditas - "Something Just Like This", deste trabalho, foi a antepenúltima música do show.

Apesar de ter sido embalado por hits que marcaram a trajetória da banda, não é possível ignorar que o show teve algumas fagulhas de ineditismo: Will Champion, baterista do grupo, assumiu os vocais pela primeira vez na vida na execução de “In My Place” e o grupo performou uma música que ainda não foi lançada, mas que já aparece em gravações de fãs em outros shows com o nome "Life is Beautiful". Entre os grandes hits que fizeram do Coldplay uma das bandas de indie/pop/rock (cada uma dessas nomenclaturas dependendo da fase) mais bem sucedidas do planeta estiveram "Yellow", "The Scientist", "Clocks" e "Viva la Vida"

A banda comentou no palco o fato de que os dois shows de São Paulo serão filmados e incluídos em um DVD da turnê que deve ser feito pelo diretor Mat Whitecross, responsável pelos clipes de duas faixas que estiveram no show, "A Sky Full Of Stars" e "Paradise" - ocasionalmente, a plateia foi instruída a pular, cantar estrofes e até mesmo guardar os celulares momentaneamente. As mais de 45 mil pessoas presentes no local eram o ultimato do impacto midiático do Coldplay após mais de 20 anos de carreira, sem sair do auge do mercado fonográfico há pelo menos dez. Após um início expressivo, porém melancólico e introspectivo, a banda se reinventou diversas vezes, abocanhando a cada disco uma nova parcela do público - ainda que parte dos primeiros fãs não tenham ficado tão satisfeitos com as oscilações de estilo.

Curiosamente, apesar da turnê ser referente ao disco de uma das fases mais pops da banda, houve uma preocupação para que o setlist fosse pontuado por músicas com frequência muito menos enérgica que "A Head Full of Dreams", que abriu o show - foram tocadas faixas como “Everglow”, "Always in My Head" e "God Put a Smile Upon Your Face", muito mais meditativas do que o que o grande público estava esperando.

Porém, sim, é impossível não ver que o Coldplay já deixou a atmosfera mais intimista para momentos pontuais e adquiriu a autoconfiança de uma banda de gente grande. A apresentação do grupo deixa isso bem claro: como já de costume, os britânicos investiram pesado não só em garantir um espetáculo musical, mas também visual. Inúmeras chuvas de papel picado colorido, pulseiras luminosas sincronizadas pelo público, pirotecnia, bolas gigantes rolando na plateia estiveram presentes e são parte de um modelo de sucesso que já se tornou a marca das apresentações ao vivo do grupo. 

Houve também breves momentos mais politizados no show, indo desde Chris Martin pedindo atenção para massacres recentes e citando nominalmente locais como Texas e Oriente Médio até a exibição de um discurso de Muhammad Ali, já transmitido em outros shows, que fala sobre altruísmo e solidariedade. A banda se preocupou em entregar democraticamente uma apresentação de qualidade para todos os pagantes e se dividiu em três palcos: o principal, um no meio da pista premium e ainda outro no meio da pista comum, perto das arquibancadas.

Chris Martin, Jonny Buckland, Will Champion e Guy Berryman entregaram, sem sombra de dúvidas, uma de suas melhores apresentações no país - e olha que o grupo já esteve aqui em 2003, 2007, 2010, 2011 e 2016. O Coldplay, desde o álbum Viva La Vida, repete uma fórmula pronta em suas apresentações, mas isso não quer dizer que seja algo fácil. Não é para qualquer repetir um show da mesma turnê, arriscando perder o fator do ineditismo, e ainda assim segurar um estádio inteiro nitidamente empolgado. Poderia-se dizer que possivelmente a banda não conseguirá superar esse show, mas, levando em conta o histórico deles, o céu parece ser o limite. Confira o setlist da apresentação, que atrasou apenas 15 minutos - além do atraso previamente avisado nas redes sociais de uma hora - e durou cerca de duas horas:

"A Head Full of Dreams"

"Yellow"

"Every Teardrop Is a Waterfall"

"The Scientist"

"God Put a Smile Upon Your Face"

"Paradise"

"Always in My Head"

"Magic"

"Everglow"

"Clocks"

"Midnight" (trecho)

"Charlie Brown"

"Hymn for the Weekend"

"Fix You"

"Viva la Vida"

"Adventure of a Lifetime"

"Us against the world"

"In My Place"

"Til Kingdom Come"

"Life is beautiful"

"Something Just Like This"

"A Sky Full of Stars"

"Up & Up"

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