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Electric Zoo Brasil | Festival chega ao Brasil sem o brilho da edição norte-americana

Evento sofreu com mau tempo, mudança de local e problema de segurança

25.04.2017, às 16H12.

O ELectric Zoo Brasil, festival que aconteceu em São Paulo no último dia 21 de abril, chegou ao Brasil como uma alternativa ao cancelado Tomorrowland. A intenção é suprir a demanda do mercado nacional por festivais de música eletrônica, mas com uma estrutura menor, menos cara e mais enxuta.

A ideia e o conceito do Electric Zoo Festival funcionam muito bem na matriz, em Nova York, onde o evento acontece desde 2009, com inspiração em animais, caso do palco King Cobra usado na edição norte-americana em 2016 e foi trazido para a edição tupiniquim. Mesmo com uma estrutura menor do que a utilizada no Tomorrowland, o mainstage mostra todo o cuidado e a beleza das criações desenvolvidas para os festivais sob a tutela da ID&T/SFX, grupos que realizam os eventos ao redor do mundo. E isso faz com que o show de luzes seja ainda mais representativo.

Foto do Facebook oficial do evento

O mainstage King Cobra

No entanto, a edição paulistana teve que lidar com um problema antes mesmo de começar. Algumas semanas antes da realização do festival no Brasil, o evento foi transferido do Jockey Club, local que aproxima um pouco mais o evento do clima urbano, para o Autódromo de Interlagos, um espaço maior e mais aberto. Isso, sem dúvida, deve ter alterado bastante a ideia de cenário e decoração visto pelas 20 mil pessoas (estimativa de público) que estiveram presentes no festival, detalhe que mudou bastante a experiência da edição brasileira.

Artistas e sets
No entanto, com tudo isso, não dá pra negar que o nome mais famoso do evento foi Hardwell que dividiu o mainstage com nomes da EDM como Kshmr, Alan Walker e R3hab. Vale o destaque para o DJ brasileiro Vintage Culture que novamente fez com que grande parte do público fosse ao mainstage para ouvir seu set. Em todo caso, não foram poucos os comentários sobre o som do mainstage não estar bem distribuído e também sobre a escolha das atrações não ter sido tão impactante como a do irmão maior e mais rico, realizado nos Estados Unidos.

Hardwell o grande nome do festival
DJ ANNA um dos destaques do festival

Ainda, possivelmente por causa da alteração do espaço, a decoração de todo o ambiente não condizia com a ideia do festival. A forte chuva que caiu durante a noite colaborou para que o conceito de zoo não ficasse tão nítido em todo o ambiente e a experiência de festival basicamente acabou não existindo para quem chegou depois da tempestade.

Assim, o grande destaque do evento ficou por conta da produção do palco Awakenings que contou com performances de alto nível de nomes como Gui Boratto, Pig & Dan (somente Dan se apresentou. Pig não conseguiu voar para São Paulo por causa de problemas meteorológicos) e o back to back de Enrico Sangiuliano e Bart Skils. ANNA, DJ brasileira com agenda cheia e elogiada por nomes como Deadmau5, Solomun entre outros, brilhou entre todos os grandes nomes da noite. A profissional tem um set de personalidade, forte e marcante e realizou uma apresentação cheia de nuances que te faz esperar atentamente pela sua próxima virada, seu próximo drop ou qualquer outro movimento sonoro de sua performance. Ela é, sem dúvida, uma aposta já concretizada dentro do circuito eletrônico e que precisa ser ouvida muitas outras vezes em festivais ou clubes. E claro, tudo isso se deve a curadoria do selo holandês que reuniu nomes de excelência do techno e garantiu uma noite sem sobressaltos para quem esteve no espaço.

O palco Tree House que tinha seu line-up focado em talentos nacionais com nomes como Malik Mustache, Chemical Surf entre outros, pecou pelo visual básico. Os fãs se divertiram com a seleção de DJs, mas sem dúvida a temática do palco e a decoração poderiam ter ganhado um pouco mais de destaque para complementar a experiência.

Durante o festival não se via filas nos bares, era rápido ter acesso aos banheiros e locomoção entre os palcos era tranquila. Finalmente, a organizadora do Electric Zoo no Brasil já anunciou que irá trazer outras "grifes" de festivais de médio porte para o país. Fica a vontade de que o planejamento para o espaço, a preocupação com segurança e o todo da experiência - a parte mais marcante desses eventos - ganhem mais atenção para que todos possam aproveitar ainda mais as apresentações de seus artistas favoritos.

Segurança
Durante a noite houve um momento tenso durante o evento quando uma troca de tiros na área vip feriu duas pessoas e ocasionou a morte de um segurança. As circunstâncias ainda estão sendo investigadas.

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Confira os destaques desta última semana

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