O Garbage se apresentou em São Paulo nesse sábado (9) como parte da turnê de divulgação de seu último disco, Strange Little Birds, lançado esse ano. O show contou com a abertura da banda brasileira Far From Alaska que tem com os norte-americanos uma forte ligação graças aos shows que os dois grupos fizeram no Festival Planeta Terra, em 2012. Shirley Manson, vocalista do Garbage, comentou o fato dos brasileiros terem entregado uma demo, a qual ela gostou muito, e que desde então mantém contato com a banda.
E claro, o Far From Alaska, mesmo com uma apresentação curta, não decepcionou e conseguiu mostrar suas músicas de forma energética e potente. O grupo que canta em inglês, colocou em evidência todo o peso de suas composições em conjunto com seu conceito musical. Sem dúvida, uma boa aposta para o número de abertura.
Na sequência, o Garbage subiu ao palco e foi mostrando aos poucos que a banda está realmente em forma. O início do show deixou claro que a plateia estava empolgada em vê-los, já que logo de cara, era possível ouvir todos no local cantando "I Think I'm Paranoid", a plenos pulmões. Manson apressou em agradecer, "Obrigado por nos trazer de volta a esse país incrível".
A casa estava cheia e parecia ser o local ideal para um show nem tão grande, nem tão pequeno, mas na medida para os fãs que querem ver sua banda favorita de perto. E, possivelmente, esse foi um dos fatores que fez acontecer a ligação tão clara entre o grupo e público de forma tão direta e palpável, afinal de contas todo mundo estava atento aos comandos de Manson e responsivos aos pequenos gestos da vocalista.
Outro detalhe interessante durante a apresentação é como as músicas do novo disco, Empty" e "Even Though Our Love Is Doomed", soam perfeitas, ambas também entoadas pela plateia da mesma forma que os clássicos do grupo. Ainda, em conjunto com esses quesitos, algo que também chama a atenção é a alternância entre ritmos e sonoridades. O grupo entende muito bem a forma de sair de uma balada para uma música mais rápida e vice-versa, dando uma dinâmica única a apresentação e também fazendo com que o show cresça a cada nova música do setlist. Durante o show Manson conversou muito com a plateia, aparentava estar relaxada e feliz. Falou tanto com o público que chegou a pedir desculpas por não saber falar português e confessou, "Eu gostaria de ser cool como os outros rockstars", fala que a fez ser ovacionada pelo público.
Assim, com uma pegada fresca, apesar dos mais de 20 anos de estrada, o Garbage funciona como a brisa do final do verão quando falamos em rock dos anos 90. Com pegada potente e precisa, sabendo como cativar seu público, extremamente comunicativo e aproveitando todos os momentos para criar uma forte conexão com seu público, os norte-americanos realizaram o show ideal para fãs e admiradores de seu trabalho.
Com certeza um show que todas as pessoas que gostam da banda precisam assistir, seja pela áurea resplandecente do grupo, que mesmo com seus integrantes com mais de 40 anos, emana uma energia jovem e contagiante, seja pela possibilidade de aproveitar o conceito simples - iluminação, palco e som - que aproxima o grupo da audiência. Sem dúvida, uma forma precisa e contagiante de sentir todas as sensações que uma banda de rock, que entende como fazer bem sua música, pode gerar em um show.
Veja setlist
1. Supervixen
2. I Think I'm Paranoid
3. Stupid Girl
4. Automatic Systematic Habit
5. Blood for Poppies
6. The Trick Is to Keep Breathing
7. Sex Is Not the Enemy
8. Blackout
9. Magnetized
10. Special
11. #1 Crush
12. Even Though Our Love Is Doomed
13. Why Do You Love Me
14. Night Drive Loneliness
15. Bleed Like Me
16. Shut Your Mouth
17. Vow
18. Only Happy When It Rains
19. Push It
Bis
20. Queer
21. Empty
22. Cherry Lips (Go Baby Go!)
