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Jacob Collier é destaque do festival de Montreal com jazz-pop dançante

Músico se apresenta no Brasil em agosto

03.07.2017, às 15H36.
Atualizada em 03.07.2017, ÀS 16H01

O menino-prodígio britânico Jacob Collier chegou a pé para sua apresentação na 38° edição do Festival de Jazz de Montreal, no último sábado (1) no Club Soda. Os fãs gritaram na porta do teatro, ele deu alô e puxou um celular para fazer foto da fila que o esperava na porta. Os fãs surtaram. Com apenas 22 anos, Collier já trabalhou com Quincy Jones, com quem ganhou dois Grammys, e tem uma agenda de deixar muito veterano babando de inveja: só este ano, já fez mais de 90 concertos, em todas as partes do mundo. O menino é realmente ponto fora da curva: toca piano, bateria, baixo, guitarra e tudo mais que lhe cair nas mãos. Canta como poucos, pouquíssimos.

Jacob Collier destaque no Festival de Montreal

É um virtuose. No palco, teclados, contrabaixo acústico, amplificado, contrabaixo elétrico, piano, bateria, set de percussão, violão, guitarra. Perguntei à pessoa que estava a meu lado se ele tocaria com banda, só para ouvir o que eu já suspeitava: Ele tocaria sozinho. O músico começa nos teclados, e canta junto com os loops que vai fazendo e gravando (com uma pegada meio Ed Sheeran). Vai saltando de um instrumento para outro e gravando células rítmicas, que sincroniza e assim cria a atmosfera para que música ganhe forma. A plateia começa a bater palma e em pouco tempo ele transforma o show em uma pista de dança.

No início do concerto, ele faz uma versão de "Close to You" (Burt Bacharach/Hal David), imortalizada pelos Carpenters nos anos 70. Começa gravando os loops e aí pega o contrabaixo elétrico e vai se acompanhando - sempre com o cuidado de fazer o maior número possível de notas no instrumento e scats vocais -. A técnica vocal é impressionante, o rapaz tem uma fluência em todos os instrumentos e canta muito bem. Na Europa Collier está bombando e já é um popstar.

Lá pela quarta música, no entanto, já havia mostrado tudo: tocado todos os instrumentos, feito todos os scats (tem graves incríveis e agudos mais incríveis ainda), ido para a galera, batido palmas junto com os fãs, enfim: sobrou pouco para ver ou ouvir - ainda que o telão, atrás do palco, mostrasse uma versão do ídolo feita em animação, e quando ele se desdobrava nos instrumentos, a animação mostrava diversos Colliers, cada um tocando uma coisa -.

Collier é o que há de mais novo no circuito do pop-jazz. O Brasil ainda não o conhece mas, em pouco tempo, vai conhecer. Vamos aguardar os próximos episódios - conheça o último disco de Collier, In My Room.

Collier se apresenta no Brasil no dia 24 de agosto no Cine Joia.

*Karina Ninni colaborou de Montreal, Canadá.

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