O álbum The Fat of The Land, do Prodigy, completou 20 anos de lançamento no último dia 30 de junho e é sem dúvida um dos principais marcos da música dos anos 90. Disco responsável não só por garantir que faixas pesadas tocassem nas rádios, mas também por mudar o direcionamento do grupo que já era reconhecido entre os amantes da música eletrônica, por seus dois projetos anteriores, mas ainda não havia sido capaz de romper esses limites.
Logo, TFoTL graças a sua aura transgressora, pesada e especial é possivelmente um dos poucos discos da década de 90 que não se perdeu na linha temporal das possibilidades sonoras e camadas que surgiram com as novas possibilidades criadas em estúdios em anos mais recentes. Isso, sem contar a capa icônica que trabalha com cores quentes e frias, originadas na mistura impensada entre um caranguejo na areia da praia e um fundo desfocado, foto que se tornou marcante e reconhecível à distância.
De entrada, ele é responsável por uma das sequências de abertura mais impactantes e surpreendentes da história dos discos. Começando com “Smack My Bitch Up” (com letra polêmica que gerou alguns problemas em algumas redes de rádio e TV), “Breathe”, “Diesel Power” e “Funky Shit”. Se hoje essas faixas mostram um peso único, com camadas densas e podem não ser interpretadas da melhor maneira por ouvidos mais sensíveis, pense nisso tocando há 20 anos atrás pelas ruas de Londres ou São Paulo… Ainda, em conjunto com esses fatores o álbum foi abraçado por público e crítica que o colocam como um dos melhores projetos lançados nos anos 90, em algumas listas organizadas por títulos musicais respeitados como NME, e que desfruta da marca de disco com venda mais rápida no Reino Unido, em seu ano de lançamento, alcançando -em 2012 - o número de 10 milhões de cópias vendidas ao redor do mundo.
Por fim, o peso de The Fat of The Land se mantém único até hoje e foi a cartada do grupo inglês formado por Liam Howlett, Maxim Reality e Keith Flint que os tirou do reservado segmento eletrônico e os alçou como atração de alguns dos principais festivais ao redor do planeta, garantindo a entrada no mercado norte-americano e ampliando as possibilidades da música eletrônica. Uma excelente criação surgida da mistura entre a atitude punk, o peso eletrônico de arranjos industriais, mais uma boa pitada de guitarras e camadas saturadas.
Sem dúvida, um álbum que ainda vai levar uma boa gama de novos produtores para encontrar o peso sonoro perdido: Seja no rock, no pop ou na música eletrônica - ouça abaixo.
