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Rock in Rio | Chic e Nile Rodgers dão aula, fazem festa e história

Edição 2017 do festival basicamente se justificou com a apresentação dos ícones da disco

Omelete
3 min de leitura
17.09.2017, às 22H08.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

A edição 2017 do Rock in Rio se justificou neste domingo (17) com o show que reuniu o Chic com o guitarrista e produtor Nile Rodgers, principal integrante do grupo que ajudou a definir a disco music. De David Bowie a Duran Duran - que tiveram discos produzidos por Rodgers no auge de suas carreiras -, a música pop a partir dos anos 1980 passa inequivocamente pelas mãos do novaiorquino, e o Rio de Janeiro teve uma aula com um pedaço dessa história.

Rodgers foi diagnosticado e tratou um câncer no primeiro semestre do ano, e sua vinda ao Rock in Rio chegou a ser uma incógnita. Ao entrar no palco, ele dedica a apresentação a Lady Gaga, que não pôde vir ao Rock in Rio por um problema de saúde - e cuja inspiração na disco obviamente remete ao Chic. Antes mesmo de dedilhar sua guitarra, Rodgers já tornava então a apresentação um acontecimento emocional, e o passeio de hits que veio em seguida consumou o evento.

Depois de emendar no palco Sunset "Everybody Dance", "Dance Dance Dance" e "I Want your Love", do Chic, uma trinca difícil de ser batida por qualquer headliner do palco Mundo, Rodgers explica que fará em seguida uma seleção de sucessos que produziu: Diana Ross, Madonna, Daft Punk, Bowie... "Meu nome é Nile Rodgers e tenho o melhor emprego do mundo", diz o músico, em referência a essas faixas que produziu sob encomenda para outros artistas.

O que se viu aqui no Rock in Rio, porém, foi muito mais uma celebração da capacidade musical do Chic: a cozinha infernal (o baterista não só deu o compasso como ainda fez o vocalista em "Let's Dance" de Bowie), um baixo matador (Jerry Barnes faz bonito substituindo o falecido Bernard Edwards, um dos maiores baixistas de todos os tempos, inventor da técnica do chucking), e duas backing vocals de alcance tiveram amplo espaço para crescer. Nos covers, a banda não se demorava tanto, e no retorno às composições do Chic, eles se estendiam em jams com solos que evidenciavam esses talentos individuais.

O resultado foi uma demonstração de como a disco, apesar de eventuais preconceitos, ajudou a fundamentar o pop dançante que conhecemos nos últimos 30 anos. "Like a Virgin" surgiu brevemente no set, por exemplo, mais por exibicionismo da influência de Rodgers, como se fosse uma trivia. E pensar que o Rock in Rio trazia Gabriel, o Pensador antes, que matou a linha de baixo de Edwards em "2345 meia 78". Pois tivemos hoje o justiciamento e ouvimos a linha de baixo original em "Good Time". O Rock in Rio inclusive sabe que fez história neste domingo, porque uma delegação de celebridades que estavam no backstage subiu ao palco para participar nessa hora.

Flea vai ter que suar para superar esse baixo no próximo domingo, quando o Red Hot Chili Peppers fechar o Rock in Rio 2017.

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