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Rock in Rio | Quem é o DJ que fez o melhor show do festival até agora

Grandmaster Flash passeia por 40 anos de black music e pop em set irresistível

Omelete
2 min de leitura
17.09.2017, às 15H18.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

Depois de participar de um festival de música urbana em São Paulo na sexta-feira, o DJ Grandmaster Flash esticou a passagem pelo Brasil até o Rio de Janeiro, e seu set que passeia pela história da música negra americana dos últimos 40 anos encaixou perfeitamente no segundo dia de Rock in Rio. Na área de música eletrônica, localizada às costas do palco Mundo, Flash se apresentou como um verdadeiro headliner e o público de uma centena de pessoas que já o esperava no começo de madrugada - mesmo durante a apresentação de Maroon 5 na arena principal - assistiu ao melhor show do Rock in Rio até aqui.

É difícil mensurar a influência de Joseph Saddler, o Grandmaster Flash, sobre a música pop que se faz no Ocidente hoje. Indicado ao Hall da Fama do Rock em 2007, o DJ que introduziu o scratch como uma das bases musicais do hip hop extrapolou o gênero e ajudou a reaproximar o rap e o funk do rock (gênero que começou do blues negro americano mas se tornou um gênero essencialmente branco a partir dos anos 1960). Se o Rock in Rio é o festival que permite todas as vertentes populares, nada mais lógico que ter Grandmaster Flash na escalação.

Historicamente, o único nome do line-up deste ano que se aproxima a Flash em importância para a música negra americana é o Chic - que se apresente com o guitarrista Nile Rodgers neste domingo, fechando o palco Sunset. Muito bem acomodado no palco eletrônico, Flash não se fez de desentendido e exigiu participação do público enquanto fez todo mundo dançar. O set durou uma hora mas a impressão é de que teve o dobro, porque Flash transita entre hits e os alterna com uma velocidade atordoante, começando com os nomes que o influenciaram (essencialmente do funk setentista), que Flash influenciou (Beastie Boys, David Bowie, Aerosmith com Run DMC), passando por hits incontornáveis (Flash fez as pessoas cantarem junto "Billie Jean") até os artistas que hoje herdam o seu legado, como Jay-Z.

Ao fundo, os rostos dos artistas que Flash ia alternando na picape apareciam na tela, e o set pareceu mesmo um panorada energizante de quatro décadas da produção americana. Esse caráter ao mesmo tempo divertido e pedagógico tornou a apresentação não só um escape decente para quem passou o dia no Rock in Rio esperando sons mais dançantes, mas também uma experiência substansiosa de história da música.

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