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Ultra Rio 2017 entrega line-up certeiro e diversificado, mas peca nos detalhes

Festival aconteceu no Rio de Janeiro no último final de semana

17.10.2017, às 10H11.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

Um festival, não importa de que estilo seja, atrai público pela união de música e experiência. Diversos modelos deste segmento se espalharam pelo mundo, justamente por entregar um line-up bem planejado em conjunto com algo capaz de fazer com que o tempo dentro do espaço seja lembrado como um todo, em conjunto com a música que os visitantes amam.

Essa era a expectativa para a segunda edição do Ultra Rio, que ganhou um dia a mais e, de sobra, não precisou correr contra o tempo para montar sua estrutura, algo que aconteceu na última edição. No entanto, ainda não foi dessa vez que todos os detalhes fizeram jus a fama de um dos principais eventos de música eletrônica do planeta.

Line-up e opções musicais

O ULTRA, em sua edição mais antiga, realizada em Miami, sempre mostrou uma grande aposta na música, com possibilidades de ampliar de maneira pontual o universo dos amantes de diversas vertentes da e-music. No Rio isso pôde ser notado graças a uma escalação bem interessante para o Mainstage, com nomes como Armin van Buuren, David Guetta, Marshmello, Alesso, Steve Angelo, W&W, Above & Beyond que costumam ser desejados por quem gosta da música eletrônica espetáculo. Já a experiência Resistance (que neste ano ganhou eventos independentes ao redor do mundo) também agradou os fãs de techno/progressive e suas vertentes mais instigantes com apresentações irretocáveis de Sasha & John Digweed (o b2b mais emblemático da música eletrônica), Ritchie Hawtin, Adam Beyer, Nic Fanciulli, Paco Osuna, Joseph Capriati e de brasileiros como BLANCAh, Eli Iwasa b2b Leo Janeiro, Renator Rartier, e tantos outros que mantiveram a pista compacta e emulando a experiência de um clube praticamente durante todo o tempo. Sem dúvida uma festival à parte, com características próprias e bons momentos para quem estava em busca de alta intensidade.

O palco UMF Radio apostou em uma curadoria ampla, com escalação mais versátil e que entregou sonoridades distintas em cada um dos três dias. Na primeira noite diversos nomes brasileiros, ligados à música eletrônica radiofônica, foram destaque. Subiram ao palco Marcelo CIC, Bhaskar, Doozie, Beowulf entre outros. No dia seguinte, o palco reuniu alguns dos principais nomes e projetos do Trance mundial com Aly & Fila e as estreias em solo brasileiro de Gouryella (Ferry Corsten em sua melhor forma), Ilan Bluestone e Alpha 9 (projeto Trance de Arty). Uma pena foi a impossibilidade de Wrechiski apresentar seu set no dia, sem dúvida um dos produtores brasileiros com o trabalho mais interessante e coeso dos últimos anos. Na última noite do festival, a pista acelerou um pouco com nomes de destaque do Psy Trance, gênero amado por um grande número de brasileiros e que contou com DJs/produtores como Skazi, Paranormal Attack e Feio.

Óbvio que os fãs sempre vão reclamar da falta de um ou outro nome, algo normal. Mas a escalação de artistas com sonoridades tão diversas e grandes nomes de alguns dos principais segmentos da música eletrônica, mostra que o ULTRA mantém a sua aposta na experiência sonora, possibilitando aos visitantes do festival dançar ao som de alguns de seus artistas preferidos. Para exemplificar isso, basta pensar na vinda de Sasha & John Digweed que, depois de um longo período sem tocar juntos, voltaram à ativa e menos de um ano após o retorno já se apresentaram no Brasil. Sem dúvida, uma daquelas chances para a vida.

Experiência e estrutura

No entanto, é impossível pensar em um grande festival e não querer que uma experiência completa venha com ele; algo além da música. E neste ano o ULTRA se perdeu ao deixar os detalhes de lado. Com exceção do Resistance que, mesmo mostrando menos do que sua versão mais exuberante, foi capaz de criar uma experiência simples e completa, as estruturas do Mainstage e do palco UMF Radio pecaram nos detalhes. Estruturas aparentes e que não lembram, de forma completa, algo esperado para um festival do porte do ULTRA, evento presente em mais de 20 países e carrega a bandeira de um evento de grande porte. Em conjunto com isso, outro detalhe que se saltava aos olhos era o fato do sambódromo não ter ganhado uma identidade visual capaz de ligar o espaço ao evento que estava acontecendo ali. Assim, mesmo com line-up pensado para agradar um público amplo e variado em 2017, fica a sensação de que poderia ter sido melhor e mais completo, com mais expressão e experiências. Em todo caso, fica a expectativa para que a edição 2018 seja capaz de entregar uma vivência mais completa e assim potencializar os dias das pessoas que amam música e buscam um lugar inesquecível pra isso.

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