Música

Crítica

Aerosmith toca clássicos e mostra vigor em São Paulo

Grupo está em turnê pelo Brasil e retorna em 2017

16.10.2016, às 01H03.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 10H34

Existem fórmulas que parecem não se esgotar. O Aerosmith, com mais de 40 anos de carreira, é mais um exemplo de que um bm frontman precisa de um guitarrista carismático e cheio de marra, para funcionar.

A banda se apresentou no sábado 15, em São Paulo, e mostrou que os clássicos de sua década mais radiofônica são o que move a audiência. Com todos os ingressos vendidos, o grupo abriu o show com "Draw the Line", seguindo para "Love in an Elevator", "Cryin´", "Eat the Rich" e "Crazy", deixando claro que não estavam de brincadeira.

A reação do público foi a melhor possível, com o estádio cantando todas as letras mais conhecidas. Após a pressão das faixas iniciais, o grupo alternou entre faixas nem tão conhecidas como "Kings and Queens", e "Rats in the Cellar", momento em que o público se acalmou, e desfocou um pouco da apresentação, mostrando que os clássicos da fase rock da banda, infelizmente, já não têm tanto impacto com grandes audiências.

Um detalhe interessante é ver como existe uma mistura de faixa etária no público dos norte-americanos. Nas posições mais próximas ao palco, predominavam os fãs acima dos 40 anos, principalmente, na pista premium. Enquanto nos outros setores, era possível ver um público mais próximo dos 30.

Mesmo com tudo, aparentemente, correndo bem, foi perceptível que Steven Tyler, brigou o tempo todo com seu retorno e em alguns momentos, o som geral do estádio ficou baixo. Joe Perry, responsável por uma das guitarras, se perdeu em alguns solos de músicas conhecidas, como "Living on the Edge", detalhe que não chegou a afetar a recepção do público.

Em alguns momentos, apesar da boa forma vocal e física de Tyler, foi possível perceber mudanças de tom na forma como cantou e também falhas leves, nada que prejudicasse o show, mas um detalhe que não parece ser normal no dia a dia do vocalista.

Outro fato interessante para se perceber durante a apresentação, é a dinâmica do grupo. O guitarrista Brad Whitford, o baixista Tom Hamilton e o baterista Joey Kramer, assumem um papel discreto e aparecem pouco durante todo o show, enquanto Tyler e Perry usam de suas caras e bocas para ganhar o público.

Voltando à música, em determinado momento, Tyler questionou a plateia sobre qual faixa gostariam de ouvir, fazendo uma cara de que não havia entendido o pedido, mandou "Pink" e depois de algum tempo cantou um trecho de "Hole in my Soul", a capella, e pediu desculpas por não apresentar a música no show, pois a banda não havia ensaiado.

O grupo ainda apostou em "I Don´t Want to Miss a Thing", trilha sonora de Armageddon, mostrou um cover de "Come Together", dos Beatles, e seguiu para a marcante, "Walk This Way". O retorno para o bis aconteceu com a sempre emocionante "Dream On", que deixa em evidência o que fez e mantém o Aerosmith como uma das grandes bandas de rock de todos os tempos, fechando a apresentação de quase duas horas com "Sweet Emotion".

Por fim, o Aerosmith mostra uma desenvoltura de palco única, Tyler ainda está em boa forma e se mantém hipnótico com seus quase 68 anos e seu estilo hippie-bonito que não aparenta a idade que tem. Perry segue o mesmo caminho, apesar de parecer um pouco mais "desgastado" e cansando do que o frontman. Ao final de uma apresentação cheia de hits e, de certa forma, energética fica somente a pergunta: Onde estarão os substitutos dessa receita musical que é boa e tem durado tanto tempo? Até agora nada surgiu que seja capaz de lotar estádios e mostrar que a tradição permanece.

O Aerosmith toca na próxima sexta (21) em Recife, e retorna ao Brasil, em 2017, como uma das atrações do Rock in Rio - saiba mais.

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