Música

Crítica

Avenged Sevenfold - The Stage | Crítica

Banda mostra boa forma e que tem muito gás para queimar

11.11.2016, às 18H41.
Atualizada em 11.11.2016, ÀS 19H00

O presente de natal para os fãs do Avenged Sevenfold veio antecipado. Previsto para ser lançado só no começo de dezembro, The Stage chegou bem antes, de surpresa e quase sem avisar.

E que bela surpresa.

São onze faixas e quase 1 hora e 15 minutos de música. É muito material novo para absorver, tanto em duração quanto em ambição. The Stage é um álbum épico do começo ao fim, cheio de camadas sonoras e reviravoltas tanto instrumentais quanto conceituais que pedem repetidas audições.

E ainda bem que é assim, já que o instrumental super melódico e impecável (agora com os trabalhos de Brooks Wackerman na bateria), com solos extensos, muito bumbo duplo, timbres muito bem escolhidos e até um naipe de metais (em "Sunny Disposition") fazem bonito para representar o complicado tema astrofísico das letras. E dá gosto de ouvir, ficando melhor a cada vez.

O disco é inspirado no trabalho de Carl Sagan e de Elon Musk, e seus temas são brilhantemente ilustrados com refrões carregados, vocais potentes e, no geral, uma banda que está em plena forma e parece querer mostrar isso a qualquer custo, mesmo que em alguns momentos o virtuosismo seja exagerado.

Não importa. É impressionante de qualquer jeito, e o álbum traz até a voz de Neil deGrasse Tyson falando sobre o cosmos, sustentado por power chords, grooves sujos, tempos cheios de mudanças e carregados tapetes sonoros progressivos. “Exist” é a faixa mais longa do álbum, com quase 16 minutos de duração: serve de vitrine para toda esta grandiosidade. É um grande momento, com a banda a todo vapor, explodindo cada nota enquanto a letra nos leva para o mundo infinito do espaço, criando um ambiente cósmico e absolutamente catártico.

Para contrastar, "God Dam" é super direta ao ponto, curta e grossa, cheia de virtuosismo onde bateria e guitarra casam perfeitamente nota por nota, criando uma rigidez até a melodia desembocar no refrão que serve como uma faca que corta a tensão, dividindo o tempo pela metade e criando um deleite sonoro que dura só o tempo de respirar um pouco até a pedrada começar novamente.

E esta é a dinâmica de praticamente todo o disco. "Synyster" e "Vengeance" fazem performances memoráveis e costuram um álbum repleto de riffs pungentes, solos apoteóticos e uma raivosa cozinha.

Talvez a longa duração do álbum o torne um pouco cansativo para os fãs menos ardorosos, mas de qualquer maneira The Stage é um trabalho que renova a energia de uma banda já consagrada e mostra que eles ainda têm muito - muito mesmo - gás pra queimar.

Nota do Crítico
Ótimo

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