Música

Crítica

The Killers - Battle Born | Crítica

Banda não ousa e repete a fórmula de seus últimos trabalhos

27.09.2012, às 02H15.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H41

Nos últimos anos, poucas bandas de rock cresceram tanto quanto The Killers. A começar pela ótima estréia com Hot Fuss (2004), que rendeu "Somebody Told Me", "Mr. Brightside" e "Jenny Was A Friend of Mine". Os álbuns seguintes, Sam's Town (2006) e Day& Age (2008), traziam poucas experimentações mas confirmavam a vocação para grandes hits. Após um hiato de quatro anos, o grupo se reuniu para gravar Battle Born, quarto disco da carreira e a prova que a criatividade dos roqueiros de Las Vegas estagnou.

O talento para compôr e fazer arranjos perfeitos de músicas que serão sucesso nas rádios e em festivais continua. "Flesh and Bone", "Runaways", "Battle Born"e "The Rising Tide" são exemplos perfeitos disso. Refrões simples, bons backings vocals e a combinação de guitarras, teclado e sintetizadores, que já dava certo há oito anos, é repetida de forma rigorosa. Com alguma distração, é possível achar que está se escutando algum single de Day & Age ou Sam's Town.

Battle Born tem a presença constante de baladas, algumas dignas do talento da banda, outras complemente dispensáveis. "The Way It Was" carrega uma das letras mais bregas já escritas pelo grupo, mas que encaixa perfeitamente com o refrão em coro e os solos de Dave Keuning - além da voz de Brandon Flowers, que está no auge da forma e cantando ainda melhor que em Flamingo, seu disco solo. "Here With Me" é outro exemplo da cafonice do Killers. Tão melosa quanto qualquer balada de fim de festa, se torna esquecível assim que "A Matter of Time" começa a tocar. Nesta faixa está a maior parte da influência do synthpop que tanto marcou a banda no início de carreira, tornando-a uma das melhores músicas do álbum.

Seguindo o roteiro de repetições, a boa "Deadlines and Commitments" mantém a nostalgia dos anos 80 com uma introdução de teclado, seguida pela voz em falsete e um final com a predominância da percussão de Ronnie Vanucci. Ainda que não apresente nenhuma surpresa, "Deadlines" se destaca entre as fracas "Be Still" e "Heart of a Girl", que poderiam ser excluídas deste trabalho sem que ninguém precisasse fazer uma conexão entre The Killers, Chris DeBurgh e Roxette. "From Here On Out" é uma surpresa se comparada à vertente adotada neste álbum; seu arranjo country é excelente e combina de forma perfeita com os vocais de Flowers.

As poucas falhas de Battle Born não escondem sua falta de inovação. Fosse o caso de uma banda com a necessidade de afirmação, este disco seria algo acima da média. No entanto, não existem muitos grupos com tanta fama e reconhecimento quanto o Killers. Neste novo trabalho, eles entregam o básico, o suficiente para agradar os fãs e encher mais uma vez alguns estádios pelo mundo. É pouco para uma banda com tanto potencial.

Nota do Crítico
Bom

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