Música

Crítica

Maximus Festival | Rammstein faz o show que todos os fãs de música gostariam de ver

Apresentação empolgante e cheia de pirotecnia do grupo alemão não desapontou público do festival

08.09.2016, às 02H16.

Antes do início do show do Rammstein no Maximus Festival, a frase "Curtam o show e não se preocupem em filma-lo", aparecia nos telões em português e inglês. Talvez eles saibam que o público brasileiro gosta muito  do celular ou é praxe da banda fazer isso, se levarmos em conta o que eles apresentam no palco.

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O grupo alemão veio ao Brasil para sua terceira apresentação - a segunda solo - nessa quarta-feira (07) e não decepcionou o público presente em Interlagos. Com um setlist potente, e um show impecável, a banda foi o grande nome da noite. O Rammstein dividia a atenção de ser um dos grandes nomes do festival, em conjunto com Marilyn Manson, e isso mostra o tamanho que a banda conseguiu alcançar fora da Europa. Afinal de contas, eles cantam em alemão e, ao mesmo tempo em que isso garante ainda mais potência para seus shows, também pode ser um fator limitante.

A apresentação reúne tudo que um fã de grandes espetáculos pode esperar: Iluminação planejada para alterar o clima do palco a cada nova música, fogos de artifício e um cenário móvel que se transforma a cada novo ato da apresentação. Um show que foge do padrão em todos os quesitos e emula muito do teatro e da ópera, com cada membro assumindo uma postura, ou um personagem no palco, com destaque para o vocalista Till Lindemann, que se comporta como um bufão despretensioso durante todo o tempo em que está em cena. Outro detalhe interessante é que a banda praticamente não se comunica com a plateia o que não chega a fazer falta, graças ao poder hipnótico do que é apresentado para o público.

Essa característica de falta de interação mais a postura de Till coloca em foco alguns momentos nos quais é possível perceber o uso de playback, mas como o frontman afirma no documentário que mostra a gravação do último álbum de estúdio do Rammstein - Liebe ist für alle, de 2009 - Making of LIFAD, ele se vê mais como alguém que entretém do que como um vocalista. Então, a junção de sua voz com overdubs e/ou playback tem a função de manter o show no topo o tempo todo. E eles conseguem fazer isso da melhor forma.

Vale a pena destacar ainda a engenharia do palco, que impressiona tanto pelo tamanho quanto pela praticidade e rapidez das diversas mudanças. E isso faz surgir a pergunta: Por que uma banda como o Rammstein ainda não lota estádios ao redor do mundo? Talvez pela opção por cantar em alemão, o que funciona como um atrativo, mas limita a audiência que considera a sonoridade do idioma menos melódica aos ouvidos. Talvez... De qualquer forma, o show do grupo já é um festival.

Por fim, o grupo entoou alguns de seus principais sucessos, cantados a plenos pulmões pelo público presente, como "Du hast" e "Te Quiero Puta". Assim, depois de fogos, luzes e uma apresentação impecável, o que resta é o desejo de que os alemães demorem menos tempo para fazer sua próxima apresentação em terras tupiniquins.

*O Omelete foi ao Maximus Festival a convite da SKY Brasil.

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