Música

Crítica

Motörhead - Under Cover | Crítica

Novo lançamento póstumo diverte e não tem vergonha de fazer pot-pourri de sucessos

28.09.2017, às 11H40.
Atualizada em 09.10.2017, ÀS 16H20

A morte de Lemmy Kilmister em 2015 deixou uma ferida difícil de cicatrizar no mundo do rock. Como era de se esperar - e com justiça - o Motörhead teve sua importância histórica e seu legado reforçado e revisitado depois da fatalidade. O registro póstumo Clean Your Clock saiu em seguida e não demoraria muito até que outros materiais viessem à tona também.

O lançamento mais recente é Under Cover, o "novo" álbum do Motörhead composto de covers e gravações desde os idos de 1992 até as sessões de Bad Magic, em 2015. É um disco que dá gosto de ouvir e que completa o catálogo de quem tem tudo da banda e estava procurando um lançamento oficial e bem produzido com algumas destas gravações que até agora eram difíceis de se achar, e que têm um espírito de registro íntimo, caseiro.

"Cat Scratch Fever" e "Hellraiser" trazem dias gloriosos de volta, e "God Save the Queen", dos Sex Pistols, é uma das melhores faixas do disco. Cheia de energia e com Lemmy entregando uma grande performance, é uma das faixas que faz a gente relembrar dos motivos que tornaram o Motörhead uma força do rock.

Mesmo com a voz já debilitada, o vocalista brilha também em "Heroes", de David Bowie, que já havia sido divulgada antes e só corrobora o fato de que uma escolha aparentemente sem sentido não poderia ter sido mais acertada: foi uma homenagem de um ícone para outro.

Assim como "Sympathy For The Devil" e "Jumpin Jack Flash", a dobradinha de covers dos Rolling Stones também pode soar improvável mas que no fundo tem tudo a ver com a banda: cada faixa é uma favorita do Motörhead e eles a executam com maestria. Vale ouvir o álbum só pela familiaridade, poder relembrar os clássicos com o inimitável baixo e a voz de Lemmy, e a escolha do repertório no geral não se envergonha de seguir essa linha pot-pourri de sucessos.

No som inconfundível do Motörhead, o que à primeira vista pode parecer desconexo - como juntar Ted Nugent, Metallica, Stones e Bowie no mesmo cesto - fica coeso e compreensível. Tem a ver com influência, com tributo, com o direito de revisitar clássicos por uma banda que está no mesmo nível dos homenageados. Embora fosse questionado por muitos, o lançamento pode ser um item invulgar para os fãs, e no disco o que vemos é uma banda que se diverte gravando o que gosta.

Nota do Crítico
Bom

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.