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Crítica

Nine Inch Nails - ADD Violence | Crítica

Com sonoridade marcante e moderna, banda se mantém como um ponto de virada do rock

21.07.2017, às 15H08.

Não é de hoje que o Nine Inch Nails descobriu como fazer um som peculiar, trabalhado e - praticamente - inimitável. Trent Reznor, a cabeça por trás disso, é possivelmente uma das raras mentes no mercado da música que soube sair de um canto sombrio do início da carreira (com cara e jeito de poucos amigos) para um espaço pop, mas sem perder credibilidade e acima de tudo, melhorando seu som com o tempo. E é isto que ouvimos em ADD Violence, segundo EP da trilogia anunciada pelo NIN.

Nine Inch Nails ADD Violence Crítica

Logo de entrada, fica nítido o trabalho com diversas roupagens do rock, com a faixa de abertura "Less Than" mostrando um corpo preenchido por guitarras pesadas e os vocais característicos de Reznor. "The Lovers" uma daquelas apostas cheias de nuances e que apresenta alguns dos sons característicos do grupo e ganha camadas interessantes à medida que elementos eletrônicos são inseridos. Sem dúvida algo que evidencia como o NIN é uma das poucas bandas no mundo que transitam pelo rock e conseguem construir climas e atmosferas tão marcantes de forma tão incisiva.

Isso, mais uma vez, parece trabalho de Reznor que agora com Atticus Ross na banda mostra ter compreendido de forma única como usar todas as ferramentas musicais possíveis - sejam elas eletrônicas ou orgânicas - em função de músicas que apostam na inteligência auditiva e no background sonoro de seus ouvintes. É um conjunto de sonoridades que permeia os vocais e desenvolvem crescentes musicais perfeitas para shows em arenas, pistas de dança ou fones de ouvido, o importante é deixar com que as faixas cheguem até você.

Logo, essas misturas de sonoridades e elementos coloca em destaque o patamar atingido pelo Nine Inch Nails e mostra que, mesmo após trabalhar esse universo sonoro por diversos anos, a banda ainda consegue soar como algo novo, inédito e fora da zona de conforto.

Isso fica muito claro no trabalho de mix entre nuances e de quebra de expectativas com alternâncias como as criadas com as faixas "This Isn´t the Place" - que coloca foco na perspicácia da composição sonora desenvolvida pelo grupo - e a faixa "Not Anymore" - que entrega uma sonoridade bem mais próxima do rock sujo e garajeiro -. E tudo isso antes do final de um EP com cinco faixas.

Por fim, a rápida jornada se encerra com um caminho de quase 12 minutos graças a climática "The Background World" que conduz o ouvinte por sensações diferentes, com distorções, ruídos, e elementos eletrônicos. Um projeto para ser deglutido com calma e por diversas vezes - ouça abaixo.

Nota do Crítico
Ótimo

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