Música

Crítica

The Vaccines - Come of Age | Crítica

Álbum de afirmação do grupo londrino é ruim quando tenta ser pop e bom quando experimenta

23.09.2012, às 12H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

Na língua inglesa, a expressão "coming of age" significa a chegada da vida adulta, assim como as mudanças e dificuldades que essa passagem representa. O termo, que batiza o segundo álbum do The Vaccines, evidencia a vontade do quarteto indie formado em 2010: mostrar que já estão crescidos o suficiente para ocupar um posto de destaque ainda maior na cena indie.

Lançado no início de setembro, o disco atesta que, ao contrário das intenções do grupo, o som ainda passa por indecisões típicas de um adolescente confuso. Com um pé no indie consagrado pelos Strokes, o Vaccines ainda não decidiu se mantém o outro no pós-punk do The Cure, como fez no primeiro disco, ou se salta de vez para o pop - os covers de Abba e de Taylor Swift, presentes nos últimos EPs do grupo, são indícios dessa transição.

Esse sentimento de confusão é explorado pela banda em todo o álbum. Em alguns momentos, ele gera contrastes desagradáveis entre a entonação blasé do vocalista Justin Young e o instrumental animado do restante da banda, especialmente nas melosas "I Always Knew", "All in Vain" e na canção de abertura, a apática e dylanística "No Hope".

Já as batidas e guitarras agitadas de "Teenage Icon", "Bad Mood" e "Change of Heart Pt.2" representam a fase já passada do primeiro álbum, What Did You Expect from the Vaccines? - o que ajuda a explicar por que as três não tem o mesmo brilho do trabalho anterior.

Quando os londrinos estão em sintonia, eles mostram que sua busca por um som mais maduro também é capaz de encontrar algumas jóias. "Weirdo" e "I Wish I Was a Girl" são os pontos altos do disco, tanto nas cordas quanto no desempenho vocal de Young. "Lonely World" é uma prova de que eles também conseguem fazer músicas com mais energia, "Aftershave Ocean" é provavelmente a única balada do álbum que dá certo e a dançante "Ghost Town" cativa pelo riff soturno.

Come of Age é um bom retrato da fase atual do Vaccines, mas ainda não é exatamente o ponto onde o grupo gostaria de estar. Para uma banda com apenas dois anos, no entanto, é uma boa evolução e mais uma mostra do seu potencial e coragem - afinal, quando se explora um território novo, é normal tomar alguns caminhos errados. Que continuem tentando.

Nota do Crítico
Bom

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.