A segunda grande edição do Afropunk Bahia acontece neste final de semana (18 e 19), em Salvador. O festival, que chegou ao Brasil em 2020 com um espaço menor, evoluiu ao longo dos anos com uma máxima: não repetir line-up. Sempre apostando em novidades, a edição deste ano contará com IZA, Carlinhos Brown, BaianaSystem e, pela primeira vez no Brasil, a indicada ao Grammy de artista revelação Victoria Monet.
Para a executiva da EDW (agência responsável pela edição brasileira), Heloá Sousa, o ineditismo é o que torna o festival único. “A edição de 2026 já está confirmada”, diz ela. “Temos autonomia para produzir e fazer toda curadoria artística do evento, então seguiremos produzindo”.
Heloá revela ainda que há planos para levar a experiência do Afropunk para outros estados. “A gente tem as possibilidades de fazer rodas de conversa e levar a experiência do Afropunk para outras cidades, como uma versão pocket para as pessoas conhecerem e sentirem o gostinho do festival”.
-
Afropunk Bahia 2022 mostra potência da música negra em primeira grande edição
-
Afropunk Bahia faz primeira grande edição louvando a cultura negra do Brasil
O evento, originalmente realizado no Brooklyn, na cidade americana de Nova York, tem como foco a música preta. Em 2022, o festival entregou mais de 20 horas de música e recebeu mais de 25 mil pessoas por dia. A expectativa de público para 2023 é a mesma. Este ano, o Afropunk Bahia acontece nos dias 18 e 19 de novembro, véspera do dia da Consciência Negra no Brasil, no Parque de Exposições de Salvador.
Confira outros destaques da entrevista abaixo:
Como vocês avaliam a edição passada e o que ela representou como a primeira grande edição do Afropunk Bahia?
Entendo como justamente essa grande virada, né? A gente chegou a ter algumas edições presenciais do festival. Em Salvador, lá em 2020, com trio no carnaval de Salvador. Em 2021, com a edição ainda um pouco reduzida por estar ali no finalzinho da pandemia, [tivemos], um evento para 3 mil pessoas. E quando a gente conseguiu de 2021 para 2022 colocar de pé a grande edição presencial do Afropunk, foi essa grande virada mesmo.
E vocês têm ideia de qual foi o impacto desse festival para a cidade de Salvador?
A gente tem alguns retornos, principalmente falando de moda. O Afropunk pode até ser visto como um grande desfile de moda, as pessoas realmente se preparam durante muito tempo para o festival. Às vezes nem compraram o ingresso ainda e já estão pensando no look. Então a gente tem esse impacto também em relação à moda e beleza. De modo geral, falando de trancistas, de barbeiros, de lojas e marcas locais de vestuário têm sua demanda levada ao limite por conta do Afropunk. Além disso, a gente tem também o impacto do festival na rede hoteleira e turismo. Aviões cheios de gente preta vindo para Salvador. Sabe, a gente tem um relato muito específico de uma pessoa que veio para Salvador e que de pessoas brancas só tinha tripulação, então isso mostra claramente a força do festival.
Você falou do público do ano passado. A expectativa para esse ano é a mesma?
Estamos nessa expectativa de 20 a 25 mil pessoas por dia. A ideia é sempre expandir, mas a gente tá aí com essa expectativa.
E o que essa edição vai ter assim de diferente da do ano passado?
[O Afropunk] tem uma característica muito peculiar também de não repetir o line-up, então só de não termos nenhum artista que já esteve na edição passada já é uma grande novidade. A gente também terá performances inéditas, como Carlinhos Brown fazendo show do álbum Alfagamabetizado. Ele nunca fez um show específico desse álbum, que é icônico na música brasileira. Então é um show realmente preparado para o Afropunk. A gente vem também com BaianaSystem trazendo artistas de Angola e Guiné-Bissau. É um show especial e inédito também. E a gente traz também a grande atração internacional Victoria Monet pela primeira vez ao Brasil. Por isso, cada ano festival é único pela característica de não repetir as atrações.
E pensando um pouquinho no futuro, a edição do ano que vem já está confirmada?
Já está confirmada. A EDW, agência fullservice do Afropunk no Brasil, segue como a empresa investidora do festival, sempre em parceria com a marca Global. Temos autonomia para produzir e fazer toda curadoria artística do evento. Então seguiremos produzindo. A gente tem as possibilidades de fazer rodas de conversa e levar a experiência do Afropunk para outras cidades, como uma versão pocket para as pessoas conhecerem e sentirem o gostinho do festival. A gente tem o carnaval confirmado no Carnaval de Salvador, em 2024, no circuito Barra-Ondina, sem cordas [de isolamento].