Matt Schultz, vocalista do Cage The Elephant, conversou com exclusividade com o Omelete, minutos antes de iniciar seu show no Circo Voador, no Rio de Janeiro. E, ao contrário da agitação do palco, o norte-americano de 33 anos falou de forma calma e compassada, como se estivesse em um dia de descanso e não quase para entrar no palco.
Em todo caso, não dá para conversar com o homem dos movimentos intensos e das escaladas sem perguntar sobre como ele faz isso por tanto tempo sem perder a espontaneidade e a força da sua performance. Schultz confessa que é algo que acontece como um diálogo entre dois corpos, o dele e o da audiência e isso o mantém ativo. “Eu sinto que é como uma responsabilidade, uma obrigação com os fãs, de não enganá-los. Isso faz com que eu me mantenha sempre ativo no palco e me movimentando”. E bota movimento nisso, no show realizado no Lollapalooza Brasil 2017, no último sábado (25), Matt correu pelo público, escalou a tenda de iluminação e cantou com a galera próxima à grade. Coisas de sua rotina nos shows, mas que no Brasil parece ter um gosto especial. "O público brasileiro é diferente", ressalta, e segue dizendo que as pessoas mostram paixão pela música, “Isso faz com que a troca seja ainda mais forte entre a banda e o público”.
Sobre os últimos cinco dias que passou por aqui o músico ressalta que a principal diferença em relação as outras vezes é a entrega das pessoas com quem conversou, “[...] todos são muito bacanas”, possivelmente isso vem da possibilidade de passar mais tempo com os brasileiros e conhecer um pouco mais do país, já que a estadia foi prolongada.
Já sobre as diferenças entre se apresentar em grandes shows, como o do Lolla, ou em espaços menores, como no Circo Voador, Matt diz que não costuma pensar sobre suas performances. “Eu não planejo os shows de forma diferente, simplesmente vou lá e faço, o que muda é a troca com o público e também o espaço do palco que é menor. Então, não dá pra fazer tantas coisas como nos grandes shows”. E ele segue dizendo que o que muda nesses casos, com uma plateia mais focada é a percepção da paixão dos fãs. "O público muda, então a performance também, mas nada é pensado para que isso aconteça".
Matt também comenta que a principal mudança da banda quando comparada as outras vezes que tocaram no Brasil é que a música e o grupo estão maiores, “Mais pessoas conhecem a gente e isso é sensacional. É algo bacana, porque conseguimos chegar a mais pessoas com a nossa música e tocá-las de uma maneira particular", e segue, "É muito louco perceber o tamanho que as coisas tomaram para uma banda formada, em 2006, por uma galera que saiu de uma cidadezinha no Kentucky", destaca.
E por fim, o norte-americano também fala sobre o Grammy recebido pelo último disco do grupo, Tell Me I'm Pretty, afirmando que o prêmio não mudou muito na forma da banda, mas fez com que eles quisessem fazer músicas ainda mais interessantes. E agradece todo o amor e a entrega dos fãs brasileiros, "Estamos Impressionados e nos sentindo muito felizes com a forma como o público daqui nos recebeu. Muito, muito obrigado”.
Saiba como foi a apresentação do Cage the Elephant no Lollapalooza Brasil 2017