Música

Entrevista

Lost Frequencies | DJ, produtor e viciado em Mangás

Músico belga comenta sobre seu sucesso meteórico, seu som e sua carreira na música eletrônica

06.04.2017, às 19H35.
Atualizada em 06.04.2017, ÀS 19H59

O belga Felix De Laet tem apenas 23 anos de idade, mas já surfa a onda da música eletrônica há algum tempo. Conhecido como Lost Frequencies - nome que ele justifica com sua vontade de usar músicas de décadas passadas em seus sets no início da carreira - o DJ colocou seus dois primeiros singles ("Reality" e “Are You With Me”) na lista de mais tocados ao redor do mundo (em 2015) assinou com a Armada Music, gravadora de Armin van Buuren e lançou seu primeiro disco, Less Is More, em 2016.

Lost Frequencies ao vivo

Depois dessa ascensão meteórica, o produtor também ganhou um palco especial no Tomorrowland Bélgica, do ano passado, no qual tocou com seus amigos e agora conversa com exclusividade com o Omelete para contar um pouco mais sobre sua carreira e seus próximos passos. Confira abaixo.

Logo de entrada, por telefone, Felix parece um cara muito tranquilo e feliz. Antes da entrevista começar a primeira pergunta é: "Tá bem cedo por ai, né?". São cinco horas de diferença, mas aqui já passava das dez da manhã.

O produtor que começou sua carreira em 2014, com menos de 20 anos de idade, comenta que desde suas primeiras criações ainda desenvolvidas no seu quarto, durante a faculdade, muita coisa mudou. Inclusive seu estilo de criação. "Eu comecei tocando dutch house, mesmo segmento do Afrojack, e depois fui buscar uma música mais tranquila e, a partir dai, comecei a procurar formas de evoluir e continuar mudando minha música", e segue, "Eu acho que na música a gente precisa buscar a evolução sempre, sabe?".

E sim, a evolução do DJ/produtor é notável, já que seus sets mais recentes apresentam uma  boa junção de referências que não se perdem e funcionam de forma marcante como parte do clima que ele é capaz de criar. Quando perguntado sobre como faz para compor esses momentos, ele comenta que não costuma pensar em como vai criar "a vibe dos sets", e afirma que tem um parâmetro muito marcante para entender se mantém ou não as variações que está apresentando. "Se a música não está boa, é como se você estivesse machucando o equipamento. Então, à medida que meu corpo se move bem eu sei que a música está acontecendo e se algo não está bem eu mudo".

Sobre o som que Lost Frequencies cria, dá pra dizer que é uma mistura interessante de diversos segmentos: Um pouco de downtempo, house, pop entre outras variantes com mais alguns temperos. No entanto, não dá pra negar que em vários momentos sua sonoridade bebe muito do tropical house, uma vertente mais calma e cheia de elementos relaxantes, teclados e efeitos. Porém, mesmo com todas essas influências em questão, Felix define seu estilo como "easy days". Ele conta que esse nome surgiu após um período em que ficou na Califórnia e "um cara que me ensinou a ouvir umas músicas me fez pensar quando eu estou trabalhando nas minhas músicas, no meu computador, em sons de guitarra, eu a sinto assim [easy days], eu sinto que essa é a vibe".

Já sobre o efeito que o tempo teve em suas faixas após o sucesso tão repentino, o belga comenta que tem feito muitos shows e conversado com muitas pessoas. "As pessoas cantam várias faixas do disco, o que é muito legal, e elas conhecem minhas músicas. É muito bom ver as pessoas ficando felizes ouvindo o que você cria", destaca. E segue falando sobre como o tempo depois do lançamento de seu disco afetou a forma como ele entende as faixas que criou. "Antes de lançar o álbum, eu cantava as músicas o tempo todo. Depois que lancei, fiquei um pouco assustado com o que as pessoas iriam achar. Por fim, li diversos reviews e no final todos eram bons".

Outro traço interessante nas criações de Felix são os vocais e as letras, que geram uma junção interessante para quem gosta de dançar e cantar junto. "Eu tive a chance de trabalhar com muitos bons cantores que sabem fazer boas coisas", enfatiza. E já quase no fim da conversa sugere duas faixas para quem quiser conhecer melhor seu mundo sonoro, "Talvez devesse ouvir meu álbum todo, Less is More, mas já que são só duas faixas, recomendo 'Beautiful Life' e 'All or Nothing'" - ouça abaixo.

Por fim, Felix que deve lançar novidades ainda em abril, comenta sobre seu vício em mangás. O produtor que sempre tira um tempo para assistir episódios de suas sagas preferidas, confessa que está assistindo Dragon Ball Super. "Eu assisto todos os Dragon Ball desde o começo, quando eu era uma criança", confessa.

Lost Frequencies esteve no Brasil no final de 2016 para apresentações em São Paulo e Florianópolis.

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