Música

Entrevista

Mustache & Os Apaches | Nascido nas ruas de São Paulo, grupo explora nova musicalidade nos palcos

Grupo de sonoridade predominantemente acústica, tem agregado novos elementos a sua sonoridade

27.12.2016, às 08H30.
Atualizada em 27.12.2016, ÀS 12H05

O Mustache & Os Apaches é um grupo formado por pessoas que se conheceram em um bar de Porto Alegre e, posteriormente, já em São Paulo, assumiram sua identidade musical. A banda que conta com quatro gaúchos e um mineiro (Jack Rubens, Lumineiro, Pedro Pastoriz, Axel Flag e Tomas Oliveira), começou com uma sonoridade 100% acústica, se apresentando pelas ruas da capital paulista e agora se move em direção a uma sonoridade com pitadas elétricas, à medida que galga novas apresentações pelos palcos do Brasil e do mundo.

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Lumineiro, responsável pela voz, washboard e bateria, conversou com exclusividade com o Omelete e contou um pouquinho da história do Mustache que se uniu em 2010 e desde então vem desenhando sua história. Logo de entrada, o músico conta que o background de cada integrante era diferente, cada um realizava um projeto diferente nesse bar de Porto Alegre, "um com artes circenses, outro com artes plásticas, enquanto outros tocavam em outras bandas. Cada um veio para São Paulo por um motivo diferente", completa.

Os cinco artistas, graças ao acaso, se encontraram na capital paulista, alugaram um espaço em conjunto e começaram a transformar o local em um centro cheio de possibilidades artísticas. "Quando o Pedro chegou em São Paulo, surgiu a ideia de montar a banda, já que todos também desenvolviam algum tipo de projeto na rua". Já sobre a sonoridade tão peculiar, ele explica que todos gostam do jazz, "então, fomos pela história desse estilo musical, montamos a banda e tudo foi bem natural".  Sobre tocar na rua, Lumineiro também destaca que o conhecimento que integrante tem das ruas ajudou bastante o grupo,  "Outras experiências já nos garantia essa linguagem de como se apresentar na rua. É uma questão de linguagem, mesmo. A rua propõe uma coisa, o palco propõe outra".

Lumineiro segue contando uma das experiências mais marcantes do grupo, quando, no primeiro show, a recepção à música que eles estavam fazendo "foi sensacional". "Foi uma surpresa muito grande pra mim, porque da primeira vez que a gente tocou, fomos no bar na esquina de casa. No meio da primeira música, o garçom vem se aproximando e eu pensei que ele fosse nos mandar ir embora. Mas ele vem com uma nota de R$100,00. Presente de um casal que não estava tão próximo da gente. Foi algo inacreditável, isso aconteceu antes do término da primeira música. Foi o empurrão que a banda precisava".

E claro, essa mistura de backgrounds mais o conhecimento da dinâmica das ruas fez com que o grupo desenvolvesse apresentações que funcionam bem São Paulo. O grupo chega em um bar, sem aviso prévio, toca quatro músicas e sai. "É muito interessante porque a gente consegue a atenção das pessoas durante o período. O bar para para ver o que tá acontecendo", destaca.

Ele ainda segue ressaltando a diferença dessa forma de apresentação, rápida e direta, em relação a quando o grupo para em um ponto específico da cidade, onde as pessoas passam. "Quando você para em um espaço [que não é um bar], a apresentação ganha a cara de espetáculo, porque não tem hora pra acabar".

No entanto, mesmo com o grupo constantemente se apresentando nos palcos, eles ainda mantém uma agenda de apresentações nas ruas da cidade, Lumineiro explica que o repertório se mantém o mesmo, mas o que muda, quando vamos para uma casa de shows, são os arranjos. "Pra rua a apresentação é totalmente acústica. Já no palco nós temos todas as possibilidades de instrumentos e de desenvolver outras dinâmicas, outra relação com o público. Musicalmente o palco nos levou para outros horizontes e a gente pode explorar um campo muito vasto".

Sobre o processo criativo, Lumineiro diz que tudo acontece de forma muito natural, "A gente compôs o nosso último disco Time is Monkey, lançado em setembro de 2015, e naquele momento já havíamos composto mais músicas do que o disco comportava. Sobraram composições daquele disco e a gente segue compondo".

Atualmente o Mustache & Os Apaches segue compondo o próximo disco, que ainda não tem data de lançamento, nem nome. E já para 2017 o grupo também irá realizar, pela primeira vez, uma residência em um bar. O local selecionado foi o Drosophyla Bar, e essa residência ainda deve ser alternada com datas de shows. Ouça o último disco da banda abaixo.

Conheça mais sobre o Mustache & Os Apaches, no site oficial do grupo.

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Confira os destaques desta última semana

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