Música

Entrevista

Sinara comenta sobre mistura sonora de seu novo disco, Menos é Mais

Sonoridade de nova banda vai além da ligação familiar com Gilberto Gil

08.05.2017, às 18H13.
Atualizada em 08.05.2017, ÀS 20H01

A Sinara é uma banda jovem. Surgida em 2014 como fruto da união entre os guitarristas Francisco e João Gil (sobrinhos de Gilberto Gil), do baterista José Gil (filho mais novo do baiano) -, mais Luthuli Ayodele na voz e Magno Brito no baixo, ela já mostrou um pouco de sua sonoridade em 2015 com o EP Sol, que tinha raízes mais ligadas ao reggae.

Sinara novo disco Menos é Mais

Agora, após lançar recentemente seu primeiro disco completo, Menos é Mais, João e José Gil conversaram sobre o projeto em entrevista exclusiva para o Omelete, na qual comentaram um pouco sobre a sonoridade do grupo e também sobre o que o novo disco significa para esse novo membro do mercado musical brasileiro. Leia abaixo.

De entrada, não dá para negar que o som do novo disco da Sinara chama a atenção graças a inserção de novos elementos musicais quando comparado ao EP de 2015. Anteriormente, com os elementos do reggae mais evidentes, o novo projeto mostra uma proposta mais condensada e balanceada entre as possibilidades sonoras realizadas para a produção do disco, o que João e José Gil destacam como o som real que a banda queria entregar com o novo disco.

"Essa [a sonoridade] foi uma questão que nós nos preocupamos bastante. Queríamos trazer o amadurecimento natural do nosso som para esse primeiro disco". Essa sonoridade cheia de referências, de acordo com José, acontece principalmente pelas várias influências compartilhadas entre os integrantes da banda e isso pode ser ouvido nas músicas que o grupo criou para o projeto. “Não é só o reggae que está presente no trabalho, mas diversas outras possibilidades sonoras que mostram um pouco de tudo que foi explorado pelo grupo”, e segue, "É um processo muito natural pra gente de unir as influências. A gente simplesmente trouxe a nossa verdade. A nossa essência do EP ainda existe no disco, mas nós trouxemos um caldeirão de referências nacionais junto", destaca.

Essa mistura de sonoridades, de acordo com João, é algo que deve levar as criações da banda para mais pessoas. "O que a gente quer, na verdade, é que o disco se conecte com as pessoas para que elas venham ouvir o que estamos fazendo". José enfatiza que o grupo faz a música que eles acreditam em busca de que o público se identifique com essas criações e então possam chegar até a Sinara. “Fazemos música para quem gosta de música. Nós não estamos fazendo nada focado em um nicho, estamos fazendo música pra todo mundo e quem quiser é só chegar".

Com toda essa mistura sonora disponível no novo projeto da banda, mais a inegável presença de elementos marcantes do reggae, o link com um dos expoentes do rock nacional surge quase que de forma automática.

Os integrantes da Sinara quando perguntados sobre a possibilidade de se encaixar no espaço deixado pelo O Rappa após o recente anúncio do hiato da banda comentam que "Tomar o lugar do Rappa, ninguém vai", e segue afirmando que a Sinara tem algo que o Rappa não tem, "[...]uma parte romântica, uma parte das baladas que é uma coisa que nos diferencia um pouco do Rappa. Apesar de todos os outros requisitos que nos mantém próximos. Até porque eles são uma banda referência pra gente".

João fecha o tema destacando que "Quem gosta do Rappa pode gostar da Sinara, mas quem gosta da Sinara não necessariamente vai gostar do Rappa, justamente por termos outros lados que eles não têm".

E claro, sobre o background musical que vem incluso com a linhagem direta da família Gil, os artistas comentam que Gilberto Gil “é uma grande influência para todos eles, justamente, entre outras coisas, pela pluralidade dos gêneros e tudo mais que ele fez e faz pela música".

Por fim, para fechar o bate-papo, a dupla sugere duas faixas que podem funcionar como uma porta de entrada para o material que a banda já produziu até agora. Apostando em sonoridades opostas, eles indicam "Sem Ar" e "Fim dos Tempos", duas faixas que compõem a tracklist do novo disco. "Uma é uma balada e a outra uma faixa que traz um outro horizonte, uma questão rítmica em conjunto com elementos percurssivos mais pesados da Bahia”. Ouça as sugestões abaixo faixas abaixo.

Menos é Mais já pode ser ouvido na íntegra por meio do Spotify

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