Os californianos do Suicidal Tendencies já estão na estrada há um bom tempo. Com uma carreira que beira os 40 anos, o grupo, atualmente composto por Mike "Cyco Miko" Muir (vocal), Dean Pleasants (guitarra), Jeff Pogan (guitarra), Ra Díaz (baixo) e Dave Lombardo (bateria) recentemente lançou o 10º disco da carreira, World Gone Mad, que de acordo com Mike, o único membro que percorreu todas as fases da banda, “pode ser o último”. O grupo está no Brasil para uma série de três shows e participou de uma coletiva de imprensa em São Paulo para falar sobre os shows, o novo disco e a nova fase.
Mike, que também assume o papel de porta-voz do grupo, abriu a conversa comentando sobre a participação de Dave Lombardo - um dos fundadores do Slayer e que já tocou na formação de diversos outros grupos como Apocaplyptica e Testament - afirmando que “Esse [World Gone Mad] é o primeiro disco com Lombardo e é um álbum que eu amo. Quando escolhi a música [pra minha vida] isso era o que eu queria fazer”. Ele ainda destaca que para realizar o novo projeto, todos os músicos gravaram juntos e que Lombardo trouxe uma veia um pouco mais funk para o som da banda. “Esse pode ser nosso último álbum, então, se não estivesse bom nós não teríamos lançado”, destaca.
Mike também comenta sobre o nome do disco [O Mundo Enlouqueceu - em tradução livre] e destaca que “Na vida você tem duas escolhas ser positivo ou dar desculpas”. E o título se refere a isso, “[...] o mundo está fodido e a gente pode escolher mudar isso ou não”.
Lombardo, quando perguntado sobre como se sente em fazer parte do Suicidal, explica que se sente muito bem tocando com o grupo. “Eu sou um fã da banda e é muito bom estar com eles. Nós estamos felizes todos os dias. É real. Eu sou um grande fã não só do Suicidal, mas também do Mike”, destaca. O baterista também comenta sobre o que o levou a participar da formação, “Eu sempre escolhi todos os grupos em que toquei por causa da honestidade e com o Suicidal não é diferente”.
Um detalhe interessante da coletiva é como Mike é falante e gosta de contar histórias, com respostas longas para todas as perguntas realizadas sobre a banda. E claro, com a forte ligação com a cena hardcore e letras politizadas não faltou a pergunta sobre o que Mike acha de Donald Trump, o que ele respondeu de forma categórica: “Eu não gosto de política. Política destrói o coração das pessoas. [...] Política é sobre poder e se manter no poder. Se lembrem sobre o que é a vida. [ela ] É sobre os seres humanos. Eu odeio o que ele (Trump) representa”.
Retornando para o cenário da música, Mike e Lombardo também comentaram sobre como eles ouvem e conhecem música atualmente, com toda essa nova forma de consumir, comprar e ter acesso aos discos e faixas. Lombardo comentou que ele não procura música. “Eu ouço o que aparece na minha frente. Um amigo me indica ou algo do gênero e eu vou lá e ouço”. Mike é mais profundo e comenta que a música não é como antigamente, “A música precisa ter ligação com o coração”.
O Suicidal Tendencies está no Brasil para três shows, o primeiro no dia 27 de Abril, no Imperator, no Rio de Janeiro, no dia 28 se apresentam no Abril Pro Rock, em Recife, e finalizam a passagem brasileira um show no Tropical Butantã, em São Paulo, no dia 29.
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