Música

Entrevista

The Maine | Guitarrista do grupo fala sobre Brasil e novo disco

Banda lança Lovely, Little, Lonely em abril e já anunciou série de shows no Brasil em julho

15.03.2017, às 19H05.
Atualizada em 16.03.2017, ÀS 10H31

O The Maine, atualmente, é um dos melhores exemplos de como se manter relevante e com sucesso no mundo do pop-rock sem estar conectado a uma gravadora. O grupo formado nos Estados Unidos em 2007, passou apenas três anos sob o guarda-chuva de uma major e, a partir dai, seguiu realizando turnês e gravando discos baseados somente no suporte dos fãs ao redor do mundo. No Brasil não é diferente, o grupo tem um grande número de fãs e já confirmou seis shows no país em julho, poucos meses depois de lançar seu próximo disco, Lovely, Little, Lonely. Jared Monaco, um dos guitarristas, conversou com o Omelete com exclusividade e contou um pouco mais sobre o novo álbum, sobre a história da banda e as expectativas do grupo para os shows no Brasil.

Integrantes The Maine em foto de divulgação

Logo de entrada, o músico ressalta que estar fora de uma gravadora permite que eles sejam os guardiões de tudo que fazem. "Nós fizemos tudo por nossa conta nesse último disco. Nós escrevemos, produzimos e gravamos. Todas essas coisas por nossa conta. Isso é incrível porque nós temos controle sobre a música que estamos criando e sobre a forma como as pessoas irão perceber isso. É realmente sensacional ter esse tipo de controle". E segue afirmando que os fãs são a gravadora do grupo, agora: "[...]as pessoas vão para o show, pessoas estão comprando e ouvindo o álbum e isso nos ajuda a continuar o que estamos fazendo".

E já que os fãs são uma gravadora, no Brasil o grupo tem uma grande quantidade de seguidores que busca por novo material e comparecem de forma efetiva às apresentações realizadas no país. Com tudo isso em perspectiva, Jared afirma que quando o The Maine começou eles não imaginavam que o Brasil seria algo tão grande, "Nós não nos atentamos sobre como seria essa conexão com o que a gente fez", destaca. Ele segue afirmando que a conexão on-line com os fãs e os diversos pedidos de "vem pro Brasil" faz com que eles sempre pensem em como fazer isso acontecer. O músico lembra que "da primeira vez que fomos ao país, quando saímos do avião e havia tanta gente lá, acenando pra nós, foi algo que nunca havia acontecido com a banda antes. Então, a partir dali, sabíamos que teria algo diferente com o Brasil, eu acho que nós não nos tocamos em quão apaixonados e entusiasmados eles eram com as nossas músicas, então pra nós foi um momento muito especial quando chegamos e percebemos isso e que seria realmente importante voltarmos quantas vezes for possível, porque nós curtimos muito estar ai". Já, sobre as lembranças dos shows, o guitarrista comenta que todos foram incríveis, "todo mundo foi tão legal com a gente que a gente simplesmente teve os melhores momentos. Olhando agora, ir ao Brasil sempre esteve em nossos planos, lançar um disco novo e ir tocar tudo pra vocês é muito importante pra gente".

A idade e as músicas
Grande parte do público do The Maine é composto por adolescentes. Logo, é visível o gap de idade entre os músicos da banda e a parcela principal do público que consome o que eles criam. Quanto a esse detalhe, Jared enfatiza que realmente existe o gap entre os fãs e os músicos e cita um exemplo: "[...] eu sou um grande fã de Tom Petty, Bob Dylan, e nós sabemos que a gente não pode ser esses caras, isso já foi feito antes, a eras atrás. [Agora] nós estamos tentando fazer algo por nós mesmos, algo que permaneça pelos tempos. [...] nós temos fãs de dez anos e também de 60 anos, não há limite para quem vai ouvir a nossa banda. Nosso objetivo é fazer isso para qualquer idade".

Essa é a deixa para falar um pouco sobre as influências sonoras, como elas chegam aos discos e sobre a relevância do grupo do mercado, o que Jared afirma que tudo que todos os integrantes ouviram e ouvem tem influencia na música que eles criam. "Nós somos em cinco e nossos gostos musicais vão além. Quando a gente vai para o estúdio para produzir um álbum, muitas das nossas influências afetam a forma como nossas músicas irão soar, isso faz com que seja realmente difícil encontrar o equelíbrio entre o que a gente gosta... Para fazer com que isso pareça novo, jovem e ainda sim seja algo que a gente queira tocar. E nós queremos fazer músicas que realmente nos dê orgulho e que a gente queira tocar ao vivo, que seja autêntico e que as pessoas possam sentir que é real. Essa é a coisa mais importante pra gente. Não é fazer ou lançar qualquer coisa que a gente não acredite de forma completa, e eu acho que isso nos ajuda a nos manter relevantes, as pessoas prestam atenção na banda e na música porque, se a gente não acreditar nisso, nossos fãs também não vão acreditar. É um processo difícil de fazer acontecer, mas nós fazemos tudo que podemos para que seja factível".

Entrando na seara do novo disco, Jared comenta que a ideia da banda era fazer algo novo para todos e que seguisse um caminho que eles já vem traçando, "[...] as pessoas irão descobrir quando o disco for lançado, nós fizemos algo novo e temos faixas específicas que expressam algo a mais, algo que nunca fizemos antes". Sobre o projeto, Lovely, Little, Lonely, (que chega às lojas em 7 de abril) ele comenta que o grupo está pronto para lançá-lo. " A resposta para o nosso primeiro single foi muito boa e as minhas expectativas para o disco eram tão altas. Temos feito isso por tanto tempo, esse é o sexto disco da nossa carreira e queríamos muito fazer algo especial com esse álbum para ter certeza de que iríamos entregar algo para todos os nossos fãs e também para nossos novos fãs".

Depois de algumas tentativas de esconder o jogo, Jared acaba comentando um pouco mais sobre o projeto, afirmando que ele é algo contínuo, "a ideia é que você ouça o disco da primeira a última faixa sem ter nenhum espaço entre as músicas e isso é algo importante no projeto", e segue afirmando que o novo disco tem uma vibe própria, "um clima que pode ser associado a esse disco e que as pessoas vão definitivamente entrar nele". O músico destaca ainda que o novo disco não é algo triste, "é um álbum acelerado, quase como American Candy, com uma qualidade diferente em relação a Forever Halloween. Se você pegar esses discos e selecionar as melhores partes de cada um pra montar um outro disco, seria o que a gente tem agora. Nós resolvemos arriscar um pouco mais nesse álbum e realmente valeu a pena. Eu estou bem feliz com a forma como as coisas saíram, musicalmente estamos felizes com o que a gente fez", enfatiza.

E já que ele comentou sobre pegar as melhores músicas de cada um dos discos, Jared também aproveitou para sugerir duas faixas para quem gostaria de conhecer um pouco mais sobre a banda. De forma simples, o músico indica a última faixa do primeiro álbum do grupo, "We'll All Be...", enfatizando que "Foi um grande passo pra gente, é a música que mostra como o álbum soa". E segue pra uma das mais novas, "Bad Bahaviour", "nossa música mais nova, só pra ter algo do começo e do fim".

Por fim, o guitarrista comenta que a banda tem muitos shows pelo Brasil e que não vão ter muito tempo para fazer turismo, mas que eles não têm nada específico que queiram ver,, a não ser passar um tempo na praia e ter contato com um pouco da cultura do país. "[Das outras vezes que passaram por aqui]A gente viaja por causa da música, nós vimos muito do Rio, mas não tivemos muito tempo de ver os outros lugares porque a agenda foi realmente apertada, mas vamos ver o que acontece [dessa vez]".

O The Maine lança o novo disco no dia 7 de abril e desembarca no Brasil para seis shows em julho - saiba mais.

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