Ed Sheeran, Foo Fighters e Kesha (Reprodução/Montagem Omelete)

Créditos da imagem: Ed Sheeran, Foo Fighters e Kesha (Reprodução/Montagem Omelete)

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Ed Sheeran, Foo Fighters e mais: os lançamentos musicais imperdíveis de maio

Janelle Monáe, Kesha e Kylie Minogue deram o tom de mais um mês agitado

Omelete
1 min de leitura
30.05.2023, às 14H29.

Que baita mês, né? Conforme a metade de 2023 vai se aproximando, o ano vai se consagrando como um dos melhores dos últimos tempos em termos musicais - quer prova? Presta atenção nas seleções ecléticas da nossa lista, que este mês inclui canções de Ed Sheeran, Janelle Monáe, aespa, Kesha, Foo Fighters, Kylie Minogue, Lana Del Rey e Dreamcatcher, entre outros artistas entregando o seu melhor. Vamos lá!

“Dusty” - Ed Sheeran

Quem diria que o novo álbum do trovador popstar britânico Ed Sheeran, guiado por tempos turbulentos na vida pessoal do artista, contaria com uma pérola descontraída como “Dusty”. Com guitarras elétricas, bateria analógica e sintetizadores agudos, a canção foge de tudo o que Sheeran fez até hoje, se utilizando bem da referência a Dusty Springfield no refrão para criar um clima otimista em meio às repetições sombrias do resto do disco - leia nossa crítica.

“Eve, Psyche and Bluebeard's Wife” - Le Sserafim

Começando com os samples vocais recortados que lembram o funk brasileiro (tendência na música sul-coreana este ano) e desaguando em um gancho melódico e batida eletrônicas viciantes, “Eve, Psyche and Bluebeard’s Wife” é a melhor demonstração da criatividade absoluta do UNFORGIVEN, álbum do Le Sserafim que é o mais perto de uma obra-prima pop que tivemos em 2023 até agora. Produzido por um batalhão de profissionais de estúdio, o disco não é “autêntico” - mas é absolutamente inegável como produto e como artefato cultural de sua época.

“Lipstick Lover” - Janelle Monáe

Como já indicado no primeiro single “Float”, a nova era de Janelle Monáe será bastante inspirada pelo reggae e movimentos similares que surgiram nos anos 60 e 70. “Lipstick Lover”, no entanto, dobra a aposta nos charmes funkeados desse estilo musical com uma letra que escancara tudo de sensual e queer que a artista vem sugerindo e implicando há anos em sua carreira. O álbum The Age of Pleasure, que sai em 19 de junho, tem tudo para ser bombástico.

“Salty & Sweet” - aespa

Em meio ao excelente álbum My World, que marcou o retorno das jovens estrelas experimentais do aespa para o cenário do k-pop, “Salty & Sweet” é a melhor demonstração do por que elas fizeram falta. Os sintetizadores minimalistas dos versos rappeados explodem junto com a percussão no refrão, complementado por uma ascensão melódica abrupta que vai te deixar com tanta vontade de dançar quanto de aplaudir. Não sumam mais, vespinhas!

“The Universe” - Roisín Murphy

Roisín Murphy está por aí há quase 30 anos lançando um grande álbum de dance music atrás do outro, perenemente na vanguarda de tendências de produção, e entregando os vocais mais límpidos do cenário pop contemporâneo. “The Universe” coloca esse timbre único para dançar ao redor de uma guitarra que tem o som do verão e, aos 4 minutos de duração, é uma canção que retorce a estrutura pop com um sorriso malicioso no rosto. Hit Parade, o novo álbum da irlandesa, sai em 8 de setembro.

“Crazy Like That” - VERIVERY

Isso que é subverter expectativas: conhecidos por seu som intenso, seja para o lado do R&B, do pop rock ou da eletrônica, o VERIVERY surpreendeu com a suave “Crazy Like That”. Levada por uma batida programada rápida (tendência desde o sucesso do NewJeans no mercado do k-pop), a canção é feita sob medida para levantar o espírito do ouvinte e destacar os vocais acima da média do grupo - especialmente os do cantor principal Yeonho, que brilha no single com seu timbre angelical.

“Only Love Can Save Us Now” - Kesha

Misturando os sintetizadores do bounce com a cadência falada do rap pop que marcou o início de sua carreira, e arrematando tudo com um refrão que é puro gospel mesmo depois de muitos palavrões e profanidades nos versos, Kesha criou em “Only Love Can Save Us Now” uma viagem de 2 minutos e meio através de puro caos musical - e, sinceramente, fiquei querendo mais! Lançada poucos antes do álbum Gag Order, a canção encarna bem o espírito experimental e a potência vocal que fazem o disco ser especial.

“Hello Future (Orchestra Ver.)” - SM Classics TOWN Orchestra

Me chamem de volta para a música ocidental quando os maiores popstars desse lado do Atlântico estiverem lançando versões luxuosas rearranjadas por orquestras de seus melhores hits. “Hello Future”, do NCT Dream, já tinha uma das melodias mais inspiradoras e um dos refrões mais arrepiantes do k-pop, mas o que as cordas, sopros, pianos, órgãos (!), harpas (!!) e muito mais desse arranjo de inspiração clássica fazem é provar que, através dos séculos e apesar da prepotência acadêmica, música boa é sempre música boa.

“Under You” - Foo Fighters

“Under You” é Foo Fighters em seu mais básico e mais eficiente: Dave Grohl passeando por uma melodia redondinha com seu tom rouco e expressivo, apoiado por guitarras reverberantes e uma linha de percussão incansável. O fato que a bateria não é tocada por Taylor Hawkins não escapa aos ouvidos, principalmente os de quem prestar atenção na letra machucada da canção: Alguém disse que eu nunca mais vou ver seu rosto/ Parte de mim não consegue acreditar que é verdade”. De quebrar o coração.

“Karma” - ENHYPEN

Até no álbum mais mediano do ENHYPEN - a faixa título, “Bite Me”, tem um refrão viciante, mas é curta demais e não prende na produção - é possível encontrar pérolas. A da vez, no caso, é “Karma”, que empresta as guitarras do hard rock oitentista (nada aqui estaria fora de lugar no musical Rock of Ages) para emular o espírito - muito vendável, diga-se de passagem - de rebeldia jovem que sempre foi o maior charme do grupo. Como a faixa bem demonstra, só o que falta ao ENHYPEN é a gravadora entender o que tem nas mãos.

“Padam Padam” - Kylie Minogue

Ela simplesmente não erra! Kylie Minogue retorna com mais um diamante pop irrepreensível, abusando de filtros vocais para realçar o caráter etéreo dos sintetizadores e a sensualidade da letra (Não precisamos usar nossas palavras/ Quero saber o que há debaixo dessa camiseta) para mostrar ao mundo, mais uma vez, que a rainha do pop vem mesmo é da Austrália. O novo álbum, intitulado Tension, chega em 22 de setembro.

“Icky” - KARD

Diante da miríade de hits inspirados pelo funk brasileiro nos últimos meses do k-pop, o KARD obviamente não ia ficar de fora. O quarteto, que já fez quatro turnês pelo Brasil e é reconhecido na indústria por seu sucesso na exploração de ritmos latinos, faz de “Icky” uma adição empolgante à lista de “k-funks” que já inclui “Rover” (KAI), “Fire” (Seventeen) e muitas outras. A melodia em tons graves do refrão, adicionada a uma produção que esbanja sutileza com toques de guitarra espanhola e sopros, faz com que “Icky” seja, em bom português: uma farofa das boas.

“Say Yes to Heaven” - Lana Del Rey

O produtor e compositor Rick Nowels era o principal parceiro de Lana Del Rey no começo da carreira da cantora, assinando com ela clássicos como “Summertime Sadness” e “Cola” - aos poucos, no entanto, a parceria foi se apagando. “Say Yes to Heaven” mostra que uma retomada talvez não fosse má ideia - as cordas luxuosas e toques de tamborim que adornam a melodia mais pop da discografia recente de Lana suscitam nostalgia irresistível pelas eras Born to Die e Ultraviolence.

“Demian” - Dreamcatcher

Em um álbum cheio de ganchos inesquecíveis para apimentar o rock radiofônico do Dreamcatcher, “Demian” se destaca por ideias mais ousadas: nominalmente, a virada de baixo insana dos primeiros segundos da música, com seu timbre remanescente do pop noventista, e a melodia intrincada do refrão, cantado com a destreza assobiante de sempre pelas integrantes do grupo. “Propose” talvez seja a melhor música do Apocalypse: From Us, mas “Demian” é aquela que você precisa ouvir para crer.

“The Beat Divine” - Alison Goldfrapp

Após anos de reinado no synthpop como Goldfrapp, a vocalista Alison Goldfrapp se afastou do colega de produção Will Gregory para um álbum solo que traz as mesmas influências do duo… mas com muito mais energia. Bom exemplo é “The Beat Divine”, que retorna ao tema do amor intoxicante que regeu o excelente Head First, do Goldfrapp, e entrega um dos refrões mais deliciosos do ano até agora. Agora, se você prefere algo mais frenético, indicamos a igualmente romântica “Fever (This is the Real Thing)”.

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