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Big Little Lies | Os melhores momentos musicais da série

Música funciona como complemento as personagens

09.01.2018, às 16H17.
Atualizada em 11.01.2018, ÀS 20H08

Uma das grandes vencedoras do Globo de Ouro, a série Big Little Lies ganhou em todas categorias que concorreu: melhor série, melhor ator coadjuvante, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante. Infelizmente, a premiação não dá honraria para trilha sonora "não-original" mais original, porque se desse, a obra de Jean-Marc Vallée levaria mais um.

Big Little Lies é, possivelmente, a série que mais chamou atenção por seu uso de música em 2017. A escolha das faixas durante os sete episódios não é destaque apenas por sua qualidade, mas pela distinta capacidade de colaborar na construção de cada personagem e trama. Quase exclusivamente, as músicas que tocam em Big Little Lies fazem parte da cena, incluídas como faixas que estão sendo ouvidas pelos próprios personagens, e são contrastantes de acordo com a personalidade de cada uma das protagonistas. É exatamente isto que torna este elemento específico tão relevante para a série.

Enquanto a personagem de Celeste (Nicole Kidman) ouve canções serenas na voz de Neil Young ou Charles Bradley, Jane (Shailene Woodley) tem um gosto totalmente distinto, composto por Flaming Lips e Jefferson Airplane. E muito do que é construído na série vem através da pequena Chloe Mackenzie (Darby Camp), responsável por boa parte da escolha das músicas, principalmente as que são ouvidas pela sua mãe, Madeleine (Reese Whiterspoon). Não bastasse, o ápice da série, no capítulo final, acontece durante um karaokê cheio de ótimas performances de Elvis Presley feitos pelos atores. 

A raíz de tudo isso está no diretor, Valeé, que nunca quis que o projeto tivesse um compositor original. A supervisora musical da série, Sue Jacobs, falou sobre isso em entrevista a Vulture: “Ele sabe quando a música precisa ser afiada e quando precisa ser romântica, porque ele está contando sua história através da música. É assim que ele mantém controle. Assim como Jackson Pollock usa tinta, Jean-Marc usa música. Antes de começar a filmar, ele pensa no que os personagens vão trazer para a trilha”.

Para relembrar a ótima primeira temporada de Big Little Lies, escolhemos grandes momentos musicais da série. Confira:

"You Can't always Get What You Want" - Ituana

HBO/reprodução

A série termina brilhantemente com o cover de Rolling Stones, “You Can’t Always Get What You Want”, feito pela banda Ituana, que faz covers em versão bossa nova de diversos clássicos. A música final ilustra bem o fechamento do seriado; de um jeito suave e levemente sombrio, a série fecha transmitindo a mensagem de que as coisas estão longe de serem perfeitas, mas às vezes dão certo. 

"Hands Around My Throat" - Death In Vegas

HBO/reprodução

No quinto episódio, Big Little Lies traz a cena que melhor representa a tese de sororidade da série. Ao som de “Hands Around My Throat”, da banda britânica Death In Vegas, que Jane ouve enquanto corre na praia, Celeste e Madeleine surgem para correr ao seu lado, representando a cumplicidade das protagonistas com a forte música por trás. 

"Dreams" - Fleetwood Mac

HBO/reprodução

“Dreams”, do Fleetwood Mac, é uma escolha perfeita para a viagem que Madeleine organiza com as crianças. Não só ela é mais mainstream e pop, o que combina bem com a personagem (a menos antenada musicalmente entre as personagens), como ela simboliza bem a libertação de Celeste, que havia acabado de brigar com Perry por causa da viagem. A cena com as personagens cantando no carro é um momento mais leve de Big Little Lies. 

"Dance This Mess Around" - B-52's

HBO/reprodução

Jane tem um grande momento solo quando ela se permite dançar ao som de B-52’s, “Dance This Mess Around”. Os gritos de Cindy Wilson embalam personagem que canta e dança sem preocupações pela primeira vez. Mas enquanto a mãe consegue um momento de alívio, a cena é contrastada por um novo problema na escola, para acabar bruscamente com sua libertação momentânea. 

"One Night"/"Pocketfull Of Rainbows" - Elvis Presley

HBO/reprodução

No quarto episódio, Ed surpreende Madeleine ensaiando para a noite de Audrey & Elvis, vestido de Elvis Presley e cantando “One Night” totalmente à caráter. Na mesma cena, a expert em música Chloe chega e sugere “Pocketfull Of Rainbows”, e pai e filha fazem um fofo dueto. 

"Cold Little Heart" - Michael Kiwanuka

HBO/reprodução

Big Little Lies já começa com uma das melhores introduções de série dos últimos tempos. A escolha de “Cold Little Heart”, do compositor inglês Michael Kiwanuka é a mistura perfeita entre melancolia, perigo e sensualidade, muito do que move todas as personagens da trama. A letra serve como complemento perfeito: “Você já lutou? Toda a dor, tanto poder, correndo pelas minhas veias”. A caracterização das mulheres, que vão passando pela tela, não poderia ser melhor. 

"Queen of Boredness" - Kinny

HBO/reprodução

No terceiro episódio, a série mostra mais de Bonnie, personagem mais escondida na trama. A dança sensual de Zoey Kravitz ao som de "Queen of Boredness", da Kinny, chama atenção de homens e mulheres e vira assunto na investigação, construindo uma personagem que é julgada por sua sensualidade. A faixa faz parte do álbum de 2009, Idle Forest of Chit Chat.

"Harvest Moon" - Neil Young

HBO/reprodução

As músicas que embalam a jornada de Celeste são geralmente doces, e um bom exemplo chega quando seu violento marido Perry busca um momento de reconciliação. O personagem escolhe a música “Harvest Moon”, clássico de Neil Young, para tocar e convidá-la para dançar. O clima doce serve como contradição de um casal tão problemático, e a melancolia adiciona à profunda tristeza da esposa. 

"September Song" - Agnes Obel

HBO/reprodução

A balada em piano que passa por diversos momentos da série chega pela primeira vez no final do episódio piloto. A faixa "September Song", da edição deluxe do álbum Aventine, da compositora dinamarquesa Agnes Obel, é mais associada a personagem de Reese Witherspoon, e a trilha é ouvida quando Madeleine sofre pelo desejo da filha em querer morar com o pai. 

"Bloody Mother Fucking Asshole" - Martha Wainwright

HBO/reprodução

A personagem de Jane tem uma de suas melhores cenas musicais no fim do quarto episódio, quando volta da corrida ouvindo a forte "Bloody Mother Fucking Asshole", da Martha Wainwright. O rancor da personagem é traduzido completamente pela força da música, e a sua vulnerabilidade transparece assim que os créditos finais surgem, e ela se vê sonhando com acabar sua vida.

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