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Bruce Springsteen no Rock in Rio 2013

Em show de 2h40, o cantor derruba barreira entre fãs e artista e impressiona pela vitalidade aos 63 anos

Omelete
3 min de leitura
22.09.2013, às 12H35.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

A abertura inacreditável do show em São Paulo se repetiu no Rock in Rio 2013. Foi cantando "Sociedade Alternativa", de Raul Seixas, em um português enrolado, mas totalmente compreensível, que Bruce Springsteen e a E Street Band subiram ao Palco Mundo no sábado. A última atração da noite deu show de talento, simpatia, originalidade e, principalmente, resistência, com uma apresentação bem abaixo dos padrões do The Boss mas ainda assim extensa, de 2h40.

O "Chefe", como Springsteen é conhecido, trouxe todas as músicas do seu álbum clássico Born in the U.S.A, de 1984. A decisão, que poderia ser um atropelo para não-fãs, acabou sendo muito bem interpretada pela maioria. Muito graças ao carisma e à desenvoltura de Springsteen, que criava brechas com palavras genéricas para os que estavam animados, mas não conheciam as músicas, pudessem participar. Foi justamente o que aconteceu em "Badlands" e "Death to My Hometown".

Mas a generosidade e a visão do Boss de como incluir toda a plateia em seu show ia além. Do alto de seus 63 anos, o cantor não parecia tão preocupado com seus atos, ele queria se divertir: gritava, andava de uma ponta à outra do palco, desceu para cantar junto ao público duas vezes, subiu na grade, e acabou por transformar o show em uma festa, mostrando quem mandava naquele Rock in Rio, de forma bastante prática. Não rolou o esperado mosh, mas o público respondia ao carinho cantando "Olê, olê, olê, olê, Bruce, Bruce", nos intervalos das canções.

A apresentação histórica - Springsteen voltava ao país depois de tocar só algumas músicas como parte da turnê da ONG Anistia Internacional, em 1988 - teve muitos pontos altos, em "Hungry Heart", "Born in The U.S.A", "Cover Me", "Working on a Highway", "I'm on Fire", "Glory Days" e, é claro, "Dancing in The Dark", com um convite para os fãs subirem ao palco. Springsteen tirou fotos, deixou que cantassem ao microfone e até dançou com os escolhidos. Os momentos mais marcantes do encontro foi quando emprestou um de seus violões para que uma jovem tocasse junto dele, e ergueu outra nos ombros e a levou de volta para a grade. De onde vem tanta energia?

Subir ao palco parece ser a fonte da recarga. O Chefe fez piadas, leu frases inteiras em português para dizer aos fãs, como: "Rio, eu viajei milhares de quilômetros para estar aqui hoje e fazer uma única pergunta: vocês estão sentindo esse astral?", que os fez gritar bastante. A apresentação, apesar de divertida, foi bastante "puxada" para os que não eram admiradores e, passando da metade do show, começou a perder bastante dos presentes. Nada que abalasse o ânimo do cantor, mas que gerava grandes buracos na plateia da Cidade do Rock, onde horas antes estavam os fãs de John Mayer - para sorte dos fãs do Boss, que puderam se aproximar mais do palco.

A caminho da reta final, Springsteen puxou"Waitin' on a Sunny Day", em que passou o microfone para um fã de apenas 10 anos cantar. "Thunder Road", "Born to Run" e o cover de Beatles com "Twist 'n Shout" deram a sobrevida necessária e também a exata impressão do quanto o cantor ainda curtia permanecer no palco, após tanto tempo, cantando e dançando. O incansável cantor pediu desculpa pelos 25 anos de ausência do Brasil e prometeu que isso não acontecerá de novo, antes de finalizar com "This Hard Land" a apresentação que foi mais que um show, mas uma verdadeira demonstração de respeito e dedicação aos fieis seguidores que acompanham o Boss por onde ele passa.

Acompanhe a nossa cobertura do Rock in Rio 2013

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