Os canadenses do MAGIC!, realmente gostaram do Brasil. Com um repertório de cinco passagens pelo país em pouco mais de dois anos, o grupo formado por Nasri, Mark Pellizzer, Ben Spivak e Alex Tanas, que aposta em uma sonoridade reggae com apelo pop radiofônico, conversou com exclusividade [por telefone] com o Omelete, algumas horas depois de realizar um show em Manaus.
Nasri, mesmo depois de afirmar que o grupo estava um pouco cansado, depois das poucas horas de descanso para chegar em São Paulo, estava animado e de entrada comentou sobre a alcunha de banda de reggae que costuma cair sobre eles.
"Nós não nos definimos como uma banda de reggae", afirmou. No entanto, compreender como eles chegaram a sonoridade que fazem hoje, morando no Canadá é uma boa forma de entender a banda. Sobre isso Nasri comenta, "[...]nós usamos algumas coisas de reggae em nossa música, mas o nosso som é bem único”. E segue destacando que Toronto tem uma cena reggae bem forte e que, por isso, essa sonoridade é algo bem comum para todos do grupo. “Nós somos uma das bandas sortudas”.
“Algumas de nossas músicas são mais reggae do que outras, mas nós temos faixas como “No Regrets”, que será o nosso próximo single, e ela não é um reggae. É uma balada acústica. Nós não queremos que as pessoas esperem somente reggae da gente, já que nós definitivamente fazemos todos os tipos de música. Apesar dessa sonoridade ser um elemento muito importante em nossa música, nesse momento”, enfatiza.
Outra influência muito nítida no novo disco do grupo, Primary Colours, é a sonoridade do The Police. Nasri afirma que “definitivamente nós fomos inspirados pelo Police. Nesse álbum nós temos alguns elementos, com certeza”.
E segue para um exemplo interessante de como o grupo emulou a banda de Sting. “Quando você mistura as coisas, os gêneros, você se aproxima dos mesmos estilos. Quando você pensa em caras como Ne-Yo, Chris Brown, Justin Timberlake, Usher, todos eles soam, de certa forma, como o Michael Jackson. Por que eles estão misturando o mesmo estilo. Nós estamos misturando, reggae, pop, soul e rock, então você vai ouvir elementos sonoros do The Police. Eu acho que nós fazemos parecido com o Police por causa da progressão harmônica e do refrão, algo que a maioria das bandas pop não colocaria em seus álbums. E nós definitivamente apreciamos que o Police tenha tido a coragem e a musicalidade para fazer isso”.
O vocalista segue destacando alguns elementos que colaboram para essa percepção da música do MAGIC!, partindo da primeira faixa do novo álbum, “Have It All”. “Ela tem um refrão bonito, é muito musical e nós usamos o reggae para conseguir isso. Eu acho que já tem algum tempo que não existe uma banda que tenha usado o reggae para conseguir esse resultado, essa mistura”, destaca.
Brasil
Sobre as passagens pelo Brasil, o músico comenta que as principais mudanças desde a primeira vez em que o grupo esteve no país, foi o crescimento do relacionamento com os fãs.
“Temos mais suporte da mídia, dos fãs e ganhamos mais química para tocar”. E segue pontuando que esse processo todo vem acontecendo graças ao tempo na estrada, com apresentações em diversos lugares do mundo, “Nós estamos tocando juntos já tem dois anos e meio, três. Excursionando pelo mundo, e isso, definitivamente, deu um tipo diferente de química para o que a gente faz”.
E essa química pode ser sentida no segundo álbum do grupo, que a banda considera uma extensão do primeiro, Don´t Kill The Magic. “A gente considera o Primary Colours uma continuação do primeiro disco, nós ainda estamos sendo inspirados pela receptividade do primeiro disco, toda noite. Nós, criativamente, estamos em um bom lugar, então nós queremos permanecer nessa vibe”.
Com isso em mente, parece que o MAGIC! não tem limites para visitar o Brasil, já que nessa passagem mais recente, o grupo se apresentou somente em Manaus, local que poucos artistas de fora do país costumam tocar. Nasri comenta que o show foi muito bom, e que o grupo tem uma relação muito próxima com o Brasil, “[...] quando nós soubemos que poucas bandas vão a Manaus, isso nos deu mais motivação para ver nossos fãs, lá. Nós recebemos muitos pedidos on-line, ‘venham pra Manaus, venham pra Manaus’, e lá tinha muita gente. Nós realmente gostamos de ver todos lá pra curtir com a gente”.
Ainda, quando se fala em lembranças do Brasil, uma das coisas que mais marcam, cada vez que o grupo vem para cá, é a reação das fãs. “Eu chego perto deles, e eles querem pegar nos cabelos. As mulheres brasileiras são realmente muito passionais, mas tem sido muito bacana”.
No entanto, toda essa proximidade com o país e com os fãs ainda não foi revertida em conhecimento musical. Nasri afirma que o grupo não conhece muito da música local, mas afirma que, apesar do déficit de atenção, está tentando aprender a falar português.
“É difícil, porque eu aprendo em pequenas partes. Já aprendi a falar palavras simples, como "prazer". Eu acho que em cinco anos eu vou conseguir falar fluentemente, e me comunicar mais. Sobre a música, nós conhecemos alguma coisa”, e justifica o pouco que sabe ao tempo corrido que tem nas passagens que faz por aqui.
“Eu estou torcendo para ter um tempo de folga e ir a um festival brasileiro e só ver e ouvir música brasileira”. Depois dessa declaração, o músico acaba entregando que conhece um clássico do sertanejo. “Uma música que eu gosto é “Pense em Mim”, do Leandro e… Essa é a música que eu e um amigo cantávamos em um bar no Rio”, destaca rindo.
Games e filmes
O vocalista diz que forma uma dupla de jogadores com Alex e que é fã de FIFA e NBA. "Eu e o Alex costumamos jogar videogame, grande parte do tempo no ônibus de turnê. Nós amamos FIFA e NBA”. E segue para sua outra paixão, o cinema.
“Eu assisto muita coisa no avião. Estou ansioso para ver Doutor Estranho, adoro os Vingadores, Capitão América, é incrível vê-los ganhando vida”.
Nessa sexta-feira o grupo estreia o clipe de “Regrets”, novo single de Primary Colours.
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