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Alan Moore explica a demora do terceiro volume de Liga Extraordinária

Alan Moore explica a demora do terceiro volume de Liga Extraordinária

12.01.2007, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H11

The Black Dossier, terceiro volume de aventuras da Liga Extraordinária, a estonteante criação de Alan Moore e Kevin ONeill, deveria ter chegado às lojas dos EUA em outubro passado. Estava até em pré-venda em alguns sites, a poucos meses de chegar às mãos dos fãs impacientes, como este que vos escreve. Mas a DC/Wildstorm avisou que os autores ainda não haviam terminado a obra, que foi para o limbo dos projetos sem previsão de lançamento.

A demora parece ser por bons motivos. Moore, em entrevista para um livro do jornalista Bill Baker, recentemente revelou a lista de maravilhas que The Black Dossier vai incluir, incluindo brindes como uma tijuana bible, um óculos 3D e um vinil de 45 rotações!

Primeiramente, a graphic novel será uma espécie de enciclopédia da Liga Extraordinária. Como visto nos álbuns anteriores, a Liga não é apenas aquele grupo de heróis vitorianos, mas uma instituição com quatrocentos anos de história que a cada geração reúne heróis literários de destaque para enfrentar vilões da cultura pop. O dossiê negro revela algumas histórias destes quatro séculos.

Alan Moore sendo Alan Moore, é claro que ele não iria contar essas histórias de um jeito simples, não é mesmo? Por exemplo, quando falamos da fundação da Liga Extraordinária, que envolveu Próspero [personagem da peça A Tempestade], incluímos uma peça perdida de Shakespeare chamada Fairys Fortunes Founded, que ele começou a escrever em 1616, o ano de sua morte, e assim nunca terminou. Então temos as cenas de abertura de Fairys Fortunes Founded reproduzidas à maneira da época, totalmente ilustrada e com bom texto shakespeareano, se me permite dizer, comenta o irônico autor.

Outras seqüências são contadas na forma de um romance beat (à la Jack Kerouac, de On the Road) e de quadrinhos infantis ingleses dos anos 60 (à la Dan Dare). O óculos 3D, segundo Moore, serão necessários para uma das seções mais importantes do livro.

A tijuana bible - equivalente aos catecismos brasileiros, são pequenos gibis apócrifos, famosos entre os anos 30 e 50, que mostravam personagens de quadrinhos em histórias pornográficas - virá separada do livro. Cairá no seu colo, como aqueles cupons de assinatura, quando você abrir as páginas, explica Moore. Mas não será uma tijuana bible qualquer. Ela foi produzida pela Polícia do Pensamento do governo totalitário de 1984, de George Orwell...

Por fim, o inesperado vinil de 45 rotações trará duas composições de Eddie Enrico and his Hawaiian Hotshots (referência ao livro O Leilão do Lote 49, de Thomas Pynchon) que servem de tema para as aventuras da Liga nos anos 1950. A banda fictícia é composta pelo próprio Moore e seu colega de empreitadas musicais Tim Perkins, fingindo que somos uma banda norte-americana de rock and roll dos anos 50. Descobri, neste estágio avançado da minha vida, que sou, na verdade, um imitador do Elvis. Mas você vai ter que ouvir por si mesmo, sabe?, ironiza novamente o escritor.

Até o momento da entrevista, segundo Moore, o desenhista ONeill ainda não tinha terminado as últimas páginas do álbum. Lojas online como a Amazon colocam o lançamento de The Black Dossier para novembro deste ano, mas correm rumores entre os fãs que o livro poderia ser lançado ainda no primeiro semestre. Seja como for, vamos ter que esperar para brincar de descobrir referências em mais um fantástico volume de A Liga Extraordinária.

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