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Guerras Secretas, Hellblazer - Sangue Real, Planetary/LJA, Antes do Incal, Epiléptico e Capitão Amér

23.03.2008, às 19H00.
Atualizada em 20.12.2016, ÀS 01H01

Na coluna irmã da LÁ FORA, o Omelete mergulha nas bancas e livrarias para comentar os principais lançamentos recentes. Nesta edição: Guerras Secretas, John Constantine Hellblazer - Sangue Real, Planetary/LJA Terra Oculta, Antes do Incal, Epiléptico 2 e Depois da Morte do Capitão América.

Guerras Secretas
Por Érico Borgo

Em meados de 1985 chegou as bancas uma maxissérie (maxissérie? o que era aquela novidade?) que mexeu com uma geração inteira. Em Guerras Secretas tivemos o prazer de ver os super-heróis mais bacanas de um universo enfrentando os maiores vilões existentes. E o que era mais legal... dava pra comprar os bonequinhos!!!

Precursora das super-sagas que vira e mexe voltam à moda, Guerras Secretas foi um marco nas histórias em quadrinhos, fundindo uma aventura que tinha relevância nos títulos dos personagens protagonistas com uma linha de bonecos da Mattel - que levou a idéia à editora - completa com figuras com acessórios especiais, escudos com mensagens secretas e veículos. Assim, nada melhor que ela ganhe finalmente uma republicação completa e nos moldes originais no Brasil, já que as supersagas estão em alta de novo.

É no mínimo divertido revisitar Guerras Secretas 20 e tantos anos depois de sua edição original. Ainda tenho os formatinhos meio embolorados comprados em meados de década de 80, quando tinha apenas 9 ou 10 anos de idade, mas confesso que eles não foram abertos desde então. Simplesmente tinha receio de arruinar memórias da infância com a análise adulta da aventura. A edição encadernada, porém, rompeu tal barreira e não resisti a oportunidade de lembrar aquela HQ cuja primeira edição foi uma verdadeiro marco de férias de julho. E quer saber? Valeu a pena!

A história é rasa, acessível, os personagens estereotipados e repetitivos, mas Jim Shooter (roteiro) acertou a mão na criação do estranhíssimo planeta criado pelo misterioso Beyonder e na pancadaria - a grande desculpa para o encontro de heróis e vilões. Pouco importavam os exageros que ocorrem página a página (Hulk segurando uma montanha?), o importante era a ação, retratada com competência pelos ilustradores Mike Zeck e Bob Layton. Um passatempo completo, que deixou imagens gravadas décadas na imaginação de muita gente, e espelho de uma época bem mais simples nos quadrinhos.

Clique aqui para relembrar os brinquedos de Guerras Secretas!

(Secret Wars 1-12) Panini Comics. Edição especial, formato americano, 340 páginas, papel LWC, R$ 49,90, distribuição setorizada.

John Constantine Hellblazer - Sangue Real
Por Érico Borgo

Garth Ennis é hoje mera sombra do que foi quando escreveu duas de suas melhores obras: Preacher e Hellblazer. O irlandês, muito criticado por seus trabalhos atuais, viveu à frente dessas duas revistas sua fase áurea, refinando a personalidade de John Constantine, personagem criado por Alan Moore na revista do Monstro do Pântano. Ok... "refinar" pode não ser bem a palavra, já que de refinado John não tem nada. Ennis entendeu a canalhice do personagem e deu a ele desafios surrealistas, assustadores e violentos, o tipo preferido do mago inglês.

Em Sangue Real a Pixel Media reúne as últimas histórias de Ennis com Constantine (ou seria de Constantine com Ennis?) que ainda permaneciam inéditas no Brasil. E são todas ótimas. Nas quatro partes de "Sangue Nobre" ele investiga um assassino possuído por um demônio, alguém cuja identidade pode abalar toda a Inglaterra. Na história final, "Argila Mortal", em dois capítulos, o mago parte ao lado do velho amigo Chas para desvendar o sumiço de cadáveres de um cemitério local.

O problema da primeira é a arte. O trabalho de William Simpson é simplesmente medíocre, reflexo da fase em que a Vertigo só se preocupava com roteiros e tentava provar - sabe-se lá o motivo - que a ilustração era secundária. Terrível mesmo. A final, porém, traz a dobradinha Ennis-Steve Dillon, que funcionou tão bem em Preacher, dando um certo refresco aos olhos. Não que as violentas imagens existentes ali sejam calmantes ou coisa do tipo - pelo contrário. O teor consegue ser mais perturbador que a primeira.

Completa a edição uma galeria de capas de Glenn Fabry (sensacionais como sempre) e um guia para ler a fase de Ennis à frente de Constantine em edições publicadas no Brasil. Ver a salada que é essa última só deixa a edição Sangue Real mais especial - toda organizada e bem acabada. E que venham mais volumes como esse.

(Hellblazer #52 a 55 e #57 e 58) Pixel Media. Formato 17 x 24 cm, 164 páginas, R$34,90.

Planetary LJA - Terra Oculta
Por Érico Borgo

Depois de Batman/Planetary, Warren Ellis fez mais um crossover entre dois universos distintos em Planetary/JLA.

O resultado aqui não é perfeito feito o antecessor. Pra começar porque Elijah Snow, Jakita Wagner, o Baterista e Ambrose Chase, personagens interessantíssimos de Planetary, neste universo não são eles mesmos, mas vilões de quinta categoria, bem comuns e mal-trabalhados. Um pouco mais interessantes são Bruce Wayne, Clark Kent e Diana Prince, que não têm na história suas identidades secretas mas mantém suas personalidades. A trama basicamente coloca o trio - uma pseudo-Liga da Justiça - contra o quarteto dos Arqueólogos do Desconhecido com um pano-de-fundo cheio de referências ao Universo DC. Uma decepção... e alguém poderia me explicar o que acontece com o Baterista?? Ele aparece no começo e simplesmente some sem qualquer explicação pelo resto da história. É como se Ellis tivesse simplesmente esquecido do personagem.

Pra completar, a edição não conta com o habitual John Cassaday, mas o veterano Jerry Odway. O ilustrador é bom e já provou seu talento dezenas de vezes, mas simplesmente não é páreo para os padrões de Cassaday - um dos melhores em atividade hoje.

Enfim, uma edição que Ellis parece ter criado para "cumprir tabela".

(Planetary/JLA Terra Occulta) Pixel Media. 52 páginas, 20,2 X 29,0 cm. R$ 11,90.

FOLHEADA
Por Érico Borgo

Depois da Morte do Capitão América

A boa seqüência de histórias que culminou na morte do Capitão América não parou com o assassinato do ícone. Gente como Paul Jenkins, Jeph Loeb e Brian Michael Bendis seguiu com uma série de posfácios ao dramático evento que a Panini Comics lançou este mês em duas edições: Guerra Civil Especial 4 - A Confissão e Capitão América - Morre Uma Lenda 1. As duas são imperdíveis para quem comoveu-se com o desfecho da saga Guerra Civil. Atenção especial às últimas histórias de A Confissão e ao traço de Leinil Yu em Morre Uma Lenda.

Epiléptico 2

O segundo (e último) volume da obra que colocou David B. no mapa chegou às livrarias pela Conrad. E o autor - que finalmente explica o porquê de sua mudança de nome - parece ainda melhor que no primeiro volume. É HQ pra presentear quem nunca ligou para a arte seqüencial. E se a pessoa olhar torto pra você, force-a. É inadmissível que gente que se gaba de gostar de lieratura não experimente lançamentos como este ou a ótima edição de Persépolis encadernada, Fun Home, Black Hole, qualquer obra de Will Eisner ou tantos outros lançamento de peso que estão chegando às nossas lojas. Leia aqui a crítica da primeira edição.

Antes do Incal - O fim

Essa é para os já iniciados e que buscam algo mais que os quadrinhos de super-heróis da semana ou quem tem saudade do início dos anos 1990, quando as bancas brasileiras eram inundadas por quadrinhos malucos. Antes do Incal conta a história de John Difool e mostra como ele se tornou o detetive que conhecemos na clássica série de Jodorowsky e Moebius. O escritor é o mesmo, mas Moebius não cuidou do prelúdio da série, que termina aqui depois de três edições lançadas pela Devir. Seu substituto, porém, é um ótimo placebo. Sem saber que não se trata do mestre é difícil diferenciar o trabalho dele do traço do iugoslavo Zoran Janjetov.

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