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Novo livro de Assassin's Creed voltado para jovens busca inovação que jogos já não têm

The Last Descendant apresenta discussão sobre reais intenções de Assassinos e Templários

22.11.2016, às 14H16.
Atualizada em 22.11.2016, ÀS 15H07

Desde sua criação no fim de 2007, Assassin's Creed se tornou uma das mais amadas franquias dentro da indústria dos jogos. Enquanto não é possível negar seu valor e importância, alguns questionam o excesso de conteúdo que a Ubisoft disponibiliza todos os anos. Entre jogos, livros, quadrinhos e minisséries, novas aventuras foram criadas, porém nenhuma novidade de gameplay ou narrativa foi acrescentada dentro do universo de batalha entre Assassinos e Templários. A exceção à regra é o livro Assassin's Creed: The Last Descendant, voltado para um público mais jovem e grande aposta da Galera Record para o fim do ano.

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Na história acompanhamos Owen e Javier, que, apesar das diferenças sociais e raciais, cresceram juntos e cultivaram uma inesperada amizade. Ao serem convidados para testar uma versão roubada da máquina Animus se descobrem envolvidos na eterna guerra entre Assassinos e Templários, duas organizações com objetivos, métodos e crenças completamente diferentes entre si. Owen e Javier são colocados no meio de uma grande aventura pela Nova York do final do século 19, durante o auge da Guerra Civil Americana.

Uma das coisas que mais chama a atenção, logo no começo do livro, é a novidade que agora duas ou mais pessoas poderem usar o Animus de forma simultânea em uma mesma conexão. O fato das histórias estarem interligadas possibilita uma narrativa intrigante, com o autor montando os fatos somente do ponto de vista de quem estamos acompanhando. Além disso, The Last Descendant apresenta quatro personagens essenciais que crescem durante o livro e fazem com que Owen e Javier sejam apenas mais peças no complicado xadrez que é o mundo de Assassin's Creed. A ambientação da trama, uma das coisas que mais agrada aos fãs e simpatizantes, aparece de forma bem competente neste novo livro. The Last Descendant apresenta um contexto digno de Martin Scorsese e seu Gangues de Nova York, culminando na revolta gerada pela lei que obrigava os cidadãos a irem para a guerra civil lutar pelos abolicionistas, em um dos capítulos mais lamentáveis e violentos na biografia de Nova York.

Outro destaque do livro é o questionamento imparcial - poucas vezes visto na franquia - sobre a eterna disputa entre Assassinos e Templários e a justificativa da salvação da humanidade como bode expiatório para benefício da vitória de suas próprias crenças. Vale destacar também que este é o primeiro livro da série que não é escrito por Oliver Bowden, pseudônimo do autor e historiador inglês Anton Gill. Mathew J. Kirby implementa em The Last Descendant uma crueldade e ritmo completamente diferentes dos livros anteriores. Ao abordar preconceito racial e a política escravagista da época, Kirby cria situações desconfortáveis que enriquecem a experiência do leitor.

Ao final, somos apresentados a uma espécie de terceira organização que ainda pode crescer e agregar muito dentro do universo da franquia. Vemos a força do autor no desenvolvimento de uma crítica social que aprofunda ainda mais os personagens centrais e faz o leitor querer acompanhar o desenrolar dessa história em sua continuação. O mais importante aqui não é a viagem histórica, e sim os acontecimentos do presente. Tudo que acontece dentro do Animus está sendo observado e vivido não só pelo leitor, mas pelos personagens, que expressam seus pensamentos e suas surpresas com cada acontecimento. Além de ser uma bela porta de entrada para o universo, The Last Descendant é um livro para o fã de Assassin’s Creed sentir que um passo foi dado dentro da franquia da Ubisoft.

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