HQ/Livros

Lista

Arqueiro Verde - 75 Anos | A trajetória de Oliver Queen, de Robin Hood a Arrow

Listamos os momentos mais importantes neste aniversário do vigilante da DC Comics

04.10.2016, às 19H28.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

Hoje ele é um dos personagens mais importantes da DC Comics, pois abriu todo um universo para a editora na televisão. Em seu histórico nos quadrinhos, porém, foi acima de tudo atração secundária: Arqueiro Verde levou quarenta e dois anos, por exemplo, para merecer uma revista com seu nome na capa.

O herói que muita gente hoje conhece por Arrow começou em 1941 mais ou menos como um plágio, virou o defensor dos fracos e oprimidos da sociedade, ficou conhecido pelo temperamento oscilante e os relacionamentos conturbados e passou - como não podia deixar de ser depois de sete décadas - por várias reformulações.

Na galeria abaixo, você confere os momentos mais importantes destes 75 anos de Arqueiro Verde.

O princípio e a origem

None

Arqueiro Verde estreou ao lado do seu parceiro-mirim Ricardito em More Fun Comics #73. Enfrentavam criminosos com arco e flecha, tal como Robin Hood. A origem da dupla só seria revelada 16 edições depois, e é das rocambolescas: Oliver Queen é um especialista em artefatos indígenas, mete-se com criminosos que incendeiam seu museu, sai atrás atrás de novos artefatos em um planalto distante, encontra Roy Harper, um garoto treinado por mentor indígena no arco e flecha, os dois enfrentam mais criminosos e encontram uma cidade feita de ouro, que Queen toma para si e fica milionário.

Plágio?

None

Arqueiro Verde é um milionário que enfrenta o crime. Tem um parceiro-mirim. Tem um Flecha-carro e um Flecha-plano. A polícia chama-o com um Flecha-sinal. Seu QG é a Flechacaverna. Um de seus inimigos é um palhaço assassino... Não se sabe quanto tempo Mort Weisinger - que a DC encarregou de criar vários personagens, como Aquaman e Johnny Quick - teve para pensar Arqueiro Verde, mas parece que estava com Batman na cabeça. Outras influências foram o Flecha Dourada, da editora Fawcett, e The Arrow, da Centaur, assim como a cinessérie The Green Archer.

Roubando dos ricos

None

A principal referência era Robin Hood. George Papp desenhou a primeira aventura de Arqueiro e Ricardito; ele ficaria mais conhecido como um dos principais desenhistas de Superboy, e não precisou pesquisar muito para ter sua inspiração. O Robin Hood do ator Errol Flynn e seu saiote haviam estreado nos cinemas há poucos anos, e o desenhista trouxe até a pena no chapeuzinho para os dois heróis de HQ. A diferença é que a dupla dos quadrinhos usa máscara.

Atração de capa

None

O Arqueiro chamava leitores: pouco depois de estrear, ele já assumiu as capas da More Fun Comics. Em pouco tempo, ele e Ricardito viraram também atração secundária de outra revista, a Leading Comics, e ainda ganharam espaço na World's Finest Comics. Mesmo aparecendo em várias revistas, eles não resistiram à queda geral nas vendas de quadrinhos pós-Segunda Guerra e foram parar na Adventure Comics, protegidos pela fama de outra atração de capa: Superboy. Arqueiro continuou na série até os anos 1960.

Kirby e nova origem

None

No período de Adventure Comics, Arqueiro e Ricardito tiveram uma sequência de histórias desenhadas por Jack Kirby - antes de ele se elevar à glória na criação da Marvel dos anos 1960. Em histórias escritas por Ed Herron, o herói ganhou nova origem - a que acabou perdurando. Agora Oliver Queen era herdeiro de uma fortuna, naufragava em uma ilha deserta e tinha que aprender o arco e flecha para sobreviver; quando ele consegue voltar aos EUA, resolve combater o crime com suas novas habilidades. Ricardito surge só depois, ainda com a origem de garoto treinado por indígenas.

Liga da Justiça

None

O Arqueiro Verde foi ignorado quando a DC formou a Liga da Justiça, em 1960. Apesar disso, na quarta edição de Justice League of America, ele tornou-se o primeiro integrante não-fundador da equipe. Foi essa participação que o ajudou a continuar existindo aos olhos do público: em meados da década, ele perdeu seu espaço em outras revistas e a da Liga virou seu único refúgio.

O ativista social

None

Foi nas páginas de Brave and the Bold e de Justice League of America que o Arqueiro passou pela sua grande reformulação. Primeiro, o desenhista Neal Adams lhe deu barbicha e bigode para lembrar ainda mais Robin Hood - e ainda dinamizou o uniforme. Depois, o roteirista Denny O'Neil tirou a fortuna de Oliver Queen e transformou-o em ativista social. Para compensar, os dois autores lhe deram uma super-namorada: a heroína Canário Negro começa a se interessar por Oliver a partir de fins dos anos 1960.

Arqueiro/Lanterna

None

Oliver Queen foi parar na série de outro herói com quem tinha em comum a cor-símbolo. Lanterna Verde/Arqueiro Verde, por Denny O'Neil e Neal Adams, acabou virando marco do início dos anos 1970: dois heróis viajando pelos EUA e enfrentando supervilões reais como poluição, racismo, corrupção, superpopulação e drogas. Na história mais lembrada, Ricardito revela-se viciado em heroína. Embora se recupere do vício, termina a parceria com o mentor. As histórias deste período são republicadas com frequência até hoje.

Caroneiro

None

Apesar de revolucionária para a época, Green Lantern/Green Arrow acabou cancelada. A dupla virou atração secundária da revista de Flash e só voltou na segunda metade da década de 1970, mas sem as tramas com problemas sociais. A carreira de Arqueiro como carona parou na World's Finest Comics, onde suas histórias secundárias resolveram lhe dar alguns avanços: ainda sem dinheiro, Oliver Queen vira colunista de jornal e resolve concorrer à prefeitura de Star City. Não ganha, mas, como em toda boa história, aprende lições de vida.

O primeiro título

None

A primeira vez que o Arqueiro Verde apareceu apenas com seu nome na capa de uma revista foi em 1983, mais de 40 anos após sua estreia. Mas ainda era um teste: uma minissérie, com roteiro de Mike W. Barr e arte de Trevor von Eeden. Entre outros pontos da trama, a mini tenta estabelecer o Conde Vertigo como um de seus principais vilões. Mas o teste não deu certo, e levaria alguns anos para o Arqueiro ter revista mensal própria.

Bilionário comunista

None

Oliver Queen é um dos poucos heróis da DC que aparecem em Batman: O Cavaleiro das Trevas, o clássico de 1986 por Frank Miller. Sua participação é como o velho ranzinza que apoia a revolução promovida por Batman - e ele é chamado de "bilionário que virou comunista". O Oliver idoso, que não tem mais o braço esquerdo, acaba exercendo função marcante na trama.

Os Caçadores

None

Na fase pós-Crise nas Infinitas Terras, de reformulação geral no Universo DC, o Arqueiro foi entregue a um autor que já tinha sido seu desenhista: Mike Grell, agora também nos roteiros. Tudo começou com a minissérie "Os Caçadores", de 1987. Canário Negro é violentada e Oliver sai às ruas em busca de vingança, recorrendo inclusive a força letal. Na série que se seguiu - a primeira que o personagem teve só para si - o tom era de leitura adulta: ninguém tinha superpoder, as flechas-especiais sumiram e as aventuras eram urbanas, violentas e realistas.

Quase Vertigo

None

Green Arrow chegou mesmo a fazer parte da linha de quadrinhos para leitores adultos da DC Comics, e por pouco não virou um título Vertigo. Uma das regras da série, por exemplo, era que todo herói - mesmo em participações especiais, como a do Lanterna Verde - não poderia aparecer de uniforme. Com a saída de Mike Grell, contudo, a série voltou a ficar mais integrada ao Universo DC e outros heróis começaram a frequentar a revista. Aí, Arqueiro também teve participação importante na saga Zero Hora, na qual o grande vilão é seu ex-parceiro Hal Jordan.

Connor

None

Assim que a série voltou a ter mais integração com o Universo DC, outra revelação mexeu com Oliver Queen: Connor Hawke, um filho que ele não conhecia, apareceu já crescido e com as mesmas habilidades no arco e flecha. Os dois começam a ter aventuras juntos e, quando Oliver morre enfrentando um grupo de ecoterroristas, é o filho que assume o título de Arqueiro Verde, as aventuras e a revista. A fase Connor Hawke durou três anos.

Ressuscitado por Kevin Smith

None

A DC resolveu ressuscitar Oliver Queen e entregá-lo ao cineasta Kevin Smith. Em pouco mais de um ano escrevendo a série do herói, entre 2001 e 2002, Smith criou uma história complicadíssima para explicar a ressurreição e, de lambuja, ressuscitou também a conta milionária de Queen. A outra contribuição do autor foi deixar o herói com uma parceira-mirim, Mia Dearden - a Ricardita.

Prefeito pegador

None

De volta dos mortos, o Arqueiro passa a ser uma figura importante em vários desdobramentos no Universo DC. Ele é um dos personagens principais de Crise de Identidade, a polêmica história sobre estupro e memórias apagadas na Liga da Justiça. Na série Justice League Elite, ele é um líder tático da equipe de operações secretas - e leva para a cama a esposa de um dos colegas. Na sua própria série, ele descobre que Ricardita é HIV positivo. E ainda vira prefeito de Star City, ressuscitando uma trama dos anos 1970.

Ano Um

None

Desde sua estreia, a origem do Arqueiro já tinha sido contada meia dúzia de vezes, sempre com alguma mudança. Na minissérie Ano Um, de 2007, Andy Diggle e Jock definiram (quase) de vez uma origem: herdeiro de uma fortuna e playboy narcisista, Oliver Queen é empurrado de um iate perto das ilhas Fiji. Náufrago numa ilha, ele tem que lembrar de lições de infância com arco e flecha para sobreviver. Ele acaba descobrindo traficantes de ópio que exploram os ilhéus e enfrenta-os. De volta aos EUA, Oliver resolve usar suas habilidades no arco e flecha para ajudar os outros.

Casamento

None

O relacionamento entre Canário Negro e Arqueiro Verde vinha desde o final dos anos 1960, mas havia sido interrompido, entre outros motivos, pela morte de Oliver. Ressuscitado e reestabelecido no Universo DC, ele pediu Canário em casamento. Em 2007, a DC transformou o casório em evento editorial, que mereceu até o lançamento da série Green Arrow/Black Canary. Para apimentar as coisas, porém, Dinah mata o Arqueiro na noite de núpcias (é sério - mas depois se explica que era um impostor) e o casamento fica invalidado.

Smallville

None

Enquanto virava homem casado nos quadrinhos, Oliver Queen estreava na TV. A participação do herói no seriado Smallville - onde foi interpretado por Justin Hartley - começou na sexta temporada e mereceu retornos até que, do oitavo ano até o último, ele virou personagem fixo. Claro que não era o mesmo Arqueiro dos quadrinhos, pois seguia a temática teen de Smallville. Mas serviu de prenúncio para a longa carreira que o herói teria na telinha.

Clamor por justiça

None

Numa sequência de histórias que os fãs consideraram entre as piores da década, o Arqueiro sofreu mais uma puxada de tapete na vida. Primeiro: o vilão Prometeu destruiu a cidade da qual ele era prefeito, Star City, e matou 90 mil habitantes. Segundo: Oliver vinga-se de Prometeu com uma flecha letal, no meio dos olhos do vilão. Terceiro: ele começa a caçar (também para matar) outros aliado de Prometeu. Quarto: por conta de tudo isso, seu casamento acaba. Quinto: ele vai a julgamento. Sexto: seu destino final é ir morar no meio do mato do que já foi Star City.

Novos 52

None

A fase terrível que o herói havia acabado de passar foi literalmente prenúncio do fim. Na reformulação dos Novos 52, a DC apagou totalmente as histórias do Arqueiro. Na nova versão, ele é um jovem bilionário que administra a empresa de tecnologia Q-Core - as comparações com Steve Jobs não são poucas - que sempre acha um tempinho para ser herói. Além de sumir com o histórico de ativista social, com suas relações com Lanterna Verde e Canário Negro, o reboot também apagou sua barbicha. Por que mudar tudo no personagem? O motivo se mostrou logo em seguida...

Arrow

None

O Arqueiro dos quadrinhos mudou para adequar-se ao que viria na TV. O seriado Arrow estreou no final de 2012 no canal CW com Stephen Amell no papel principal - um playboy bilionário que passou cinco anos de náufrago em uma ilha misteriosa, aprendendo o arco e flecha e outras habilidades para sobreviver. Apesar de deixar Oliver Queen mais novo, o seriado traz vários detalhes e dá pistas relacionadas ao Arqueiro dos quadrinhos (como uma ex-namorada chamada Dinah, que trabalha na organização CNRI).

Reforço

None

As primeiras histórias do Arqueiro nos Novos 52 foram muito mal recebidas pelos leitores. Como o seriado de TV estava indo muito bem, a DC teve que investir nas HQs: trouxe o roteirista canadense Jeff Lemire, o desenhista italiano Andrea Sorrentino e o colorista brasileiro Marcelo Maiolo para mudar radicalmente os rumos da série. O Arqueiro ganhou muito no visual e em histórias mais palatáveis, que tratavam principalmente do legado que seu pai lhe deixou.

Renascimento

None

Na reformulação mais recente da DC Comics, o Arqueiro passou por novas mudanças que o aproximaram mais de seu passado nos quadrinhos. A barbicha voltou e a relação com Canário Negro foi reconstruída às pressas. E Oliver voltou a ser o ativista social. E num toma-lá-dá-cá com Arrow, o Arqueiro dos quadrinhos ganhou uma irmã (Emiko, que atua com ele no combate ao crime) e o Arqueiro da TV ganhou barba. Os leitores gostaram: a edição de estreia foi uma das mais vendidas do DC Rebirth.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.