Um dos trabalhos recentes mais interessantes de Alex Ross envolve os monstros clássicos da Universal, que ao longo dos anos 30, 40 e 50 lançou filmes de terror como Drácula, Frankenstein e A Múmia. O desenhista foi convidado pela produtora a criar capas especiais desses longas para o lançamento de uma edição de colecionador, que saiu este ano nos EUA.
Frankenstein (1931)
A maior inspiração para Ross nessa arte foi uma capa do Hulk criada por Bob Larkin – que foi inspirada, justamente, no Frankenstein de Boris Karloff. O Gigante Esmeralda aparece com uma mulher em seus braços enquanto é perseguido pela população enfurecida com tochas. “Essa é uma pintura que comprei do próprio artista e é uma das minhas capas favoritas do Hulk dos anos 70”, afirma.
No total, o artista criou sete capas especiais para as produções mais representativas da época, todas em preto e branco para deixa-las ainda mais próximas do clima dos filmes. O desenhista buscou inspiração até em clássicos dos quadrinhos para suas obras e criou um de seus grandes trabalhos nos últimos tempos.
A Múmia (1932)
Outro monstro clássico vivido por Boris Karloff. O grande destaque da imagem é a atenção que o desenhista dá aos detalhes, recheando o cenário com pergaminhos e citações ao Egito antigo – além, claro, do pavor em ver a Múmia ganhando vida.
Drácula (1931)
Um dos filmes mais importantes de todos os tempos, a interpretação de Bela Lugosi tornou-se icônica e, até os dias de hoje, qualquer ator que tente viver o vampiro tem sua atuação comparada com esse clássico. A arte de Ross mostra todo o poder do personagem e ele cria um ambiente assustador. “Eles são ícones da cultura pop. Não envolve apenas ser fã de terror, é sobre amar a sua representação gráfica”, explica.
Lobisomen (1941)
A clássica interpretação de Lon Chaney Jr. ganha uma adaptação fantástica de Ross, que além de mostrar o pavor da população em ver o Lobisomem, mostra também a face atormentada do monstro. “O [estilo] desses monstros não é conhecido pelo retrato deles nos livros, mas pelas adaptações cinematográficas, pela maneira que esses atores apareciam interpretando esses papeis”, afirma.
Confira as sete capas da Universal recriadas por Alex Ross:
O Homem Invisível (1933
Claude Rains mostra seu rosto apenas na última cena do longa, pois passa toda a produção coberto de bandagens. Ross se preocupou em mostrar o assombro dos policiais em ver que não existe nada por debaixo das ataduras e do óculos.
O Monstro da Lagoa Negra (1954)
Ross coloca a criatura saindo das profundezas, enquanto todos os peixes ao seu redor fogem assustados. A obra do desenhista deixa o monstro ainda mais assustador do que é no filme. “Eu cresci aprendendo que esses eram os monstros entre todos os monstros, mais importantes e famosos do que qualquer outra coisa”, diz.
A Noiva de Frankenstein (1935)
Os monstros da produtora ganharam diversas sequências, mas nenhuma delas foi tão bem sucedida quanto essa – onde a noiva do monstro é interpretada por Elsa Lachester. O detalhe é o rosto preocupado e cansado do Doutor Frankenstein e o espanto do personagem vivido por Karloff.