Com a revelação de que o Capitão América é um agente da HYDRA, a Marvel Comics ganhou o noticiário e por dias eclipsou a reformulação Rebirth da DC Comics, mas essa não é a primeira vez que um super-herói se torna ou se revela um vilão. Na galeria abaixo, relembramos casos clássicos de vira-casaca, nas duas editoras:
Superman
No game Injustice, o Coringa ameaça Metrópolis com uma bomba nuclear e engana Superman a matar Lois Lane. O Homem de Aço, ao ver morrer sua mulher grávida, enlouquece, mata o palhaço na frente do Batman e estabelece uma nova ordem mundial ditatorial. O jogo de luta se desenrola como um embate entre duas Terras paralelas, e o Superman do mal deve ser derrotado no fim - por outro Superman.
Hal Jordan
Em 1994, para sacudir as histórias do Lanterna Verde, a DC Comics substituiu Hal Jordan - Lanterna titular desde os anos 1950 - por Kyle Rayner. Jordan enlouquece com a destruição da sua Coast City pelo vilão Mongul e não só acaba com a Tropa dos Lanternas Verdes como mata seu amigo Kilowog. O ex-herói assume a identidade do vilão Paralax, e a DC tentou amenizar a barbárie uma década depois, quando estabeleceu que Paralax é um parasita espacial que dominou Jordan.
Jean Grey
Durante dois anos nas histórias da Marvel nos anos 1980, a mutante Jean Grey conviveu com o poder da Fênix que ela adquirira numa das viagens espaciais dos X-Men. Quando ela cede ao lado negro e ao poder total da entidade, porém, tornou-se uma das vilãs mais implacáveis que a equipe já enfrentou, devoradora de estrelas e genocida do Império Shi'ar. A ideia é tão marcante nas HQs que vez ou outra a Marvel faz a Fênix Negra possuir outros mutantes.
Terra e Jericó
Pelo visto trairagem é ocorrência constante dentro dos Novos Titãs. Notoriamente, o grupo de super-heróis jovens da DC foi surpreendido duas vezes por vira-casacas: quando Tara Markov adotou o codinome Terra e atuou brevemente com os Novos Titãs antes de se revelar uma cúmplice do Exterminador, e quando Jérico, o filho do Exterminador, foi relutantemente aceito pelo grupo só para provar que a desconfiança tinha fundamento. Ambos os casos aconteceram na fase clássica pelos criadores Marv Wolfman e George Pérez.
Jason Todd
Depois de ter sido morto nos quadrinhos em 1988 em uma votação popular com os leitores da DC, era de esperar que o segundo Robin, Jason Todd, guardasse algum tipo de rancor. Em 2005, no arco que marca a volta do Capuz Vermelho às histórias do Batman, revela-se que o homicida mascarado na verdade é Todd, ressuscitado e cheio de ódio porque o Homem-Morcego, além de substituir Todd por um terceiro Robin, sequer matou o Coringa para se vingar.
Superboy Prime
Um dos ex-super-heróis que mais causou estrago como supervilão foi o Superboy da Terra Primordial. Figura fundamental no desfecho heroico da saga Crise nas Infinitas Terras, esse jovem Clark Kent de realidade paralela - que havia crescido como fã de um Superman de ficção - torna-se um vilão ao conviver com heróis reais cada vez mais sombrios e imperfeitos de sua nova Terra. Raivoso com sua condição, Superboy Prime quebra o tecido da realidade, muda origens e mortes de vários personagens, tira planetas de órbita e destrói um universo inteiro.
Homem-Aranha
Embora não tenha sido exatamente um vilão quando tomou o corpo de Peter Parker, o Doutor Octopus conseguiu tornar o Homem-Aranha odiado por muitos durante a fase Superior das HQs. Criou bots que acabaram com a privacidade dos novaiorquinos, mutilou Escorpião num duelo e até matou velhos rivais do Aranha.
Bucky Barnes
Na primeira metade dos anos 2000, a Marvel considerou maneiras de trazer de volta à vida Bucky Barnes, o melhor amigo do Capitão América. A ideia foi sendo adiada até que o roteirista Ed Brubaker surgiu com a premissa, em 2005, de que Bucky teria sido resgatado na Segunda Guerra pela HYDRA e transformado, com lavagem cerebral, no assassino Soldado Invernal.
Feiticeira Escarlate
Embora tenha sido apresentada originalmente nos quadrinhos como uma vilã, filha de Magneto, Feiticeira Escarlate logo se juntou aos Vingadores. Seus dias de heroísmo se acompanharam, porém, de instabilidade mental, e durante a saga Dinastia M a personagem, que tem o poder de alterar a realidade, tornou-se a algoz de toda a raça mutante ao ordenar o já clássico "No more mutants", tirando assim o poder de 90% de todos os mutantes da Terra.
Homem de Ferro
Embora Tony Stark faça às vezes o papel de anti-herói e antagonista, por seu temperamento forte e decidido, poucas vezes o Homem de Ferro foi tão vilão de fato quanto na história dos anos 90 em que o vilão Immortus dominou o cérebro do herói. Uma versão adolescente de Tony precisou vir a campo para derrotar sua contraparte maligna - e tudo isso foi apagado da cronologia quando a editora promoveu o recomeço Heróis Renascem, depois da morte dos seus heróis na saga Massacre Marvel.
