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Guia Rebirth | As HQs que valem a leitura no Renascimento da DC

Nosso especial traz as séries que estão chegando ao Brasil

06.06.2017, às 12H56.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

As HQs da reformulação Rebirth da DC Comics estão chegando ao Brasil pela Panini Comics. Nos EUA, essas séries com numeração zerada completam um ano e têm se provado um sucesso seja quando continuam o que já estava estabelecido nos Novos 52, seja quando reorganizam o status quo dos super-heróis da casa. Na galeria abaixo, trazemos um guia para quem vai começar a ler as histórias do Renascimento.

Liga da Justiça

Mais ou menos na mesma toada do que Bryan Hitch vinha fazendo na série Justice League of America dos Novos 52, a nova série da Liga de Hitch tem ameaças de nível planetário. Na equipe, Superman, Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman, Flash, Ciborgue e os dois Lanternas Verdes da Terra. O primeiro arco, "A Máquina da Extinção", trata de uma corrida da equipe para impedir a aparente autodestruição da Terra, e os seguintes trouxeram a volta de vilões das antigas e viagens no tempo. Cada arco teoricamente tem um desenhista; Tony Daniel, Neil Edwards e Fernando Pasarin assumiram os primeiros.

Batgirl

A HQ com Hope Larson no roteiro fica mais sarcástica e ligeira - com direito a vigilantismo contra gentrificação e até aventura em escape room - e acompanhar os dois primeiros arcos é bem legal pra ter dois exemplos bem opostos de arte: o traço cru e expressivo com fundos mínimos de Rafael Albuquerque e o estilo de detalhes e fisionomias ricas e bem marcadas de Christian Wildgoose. À primeira vista o arco do filho do Pinguim parece uma invenção caça-níquel mas é o momento em que Larson consegue dar vazão a temas interessantes como educação e responsabilidade. Tem espírito de HQ indie.

The Flash

A cronologia já tinha sido afetada em Ponto de Ignição. Em Rebirth a coisa complicou: Wally West, ex-Kid Flash e ex-Flash, que nem tinha dado as caras nos Novos 52, está de volta e traz pistas sobre o ser superpoderoso que recomeçou o Universo DC. Mas temos OUTRO Wally West: o garoto negro igual ao do seriado de TV, que assume a identidade de Flash e combate o crime ao lado de Barry Allen. A HQ traz supercrimes em Central City, Galeria de Vilões e, atualmente, Flash e Batman investigando Watchmen. Para facilitar a vida do leitor, o Wally West original foi exportado para os Novos Titãs.

Hal Jordan and the Green Lantern Corps

A cronologia dos Lanternas Verdes não sofreu reformulação - assim como tinha ficado intacta na transição para os Novos 52. O que aconteceu antes segue valendo: Oa não existe mais e a Tropa dos Lanternas Verdes acabou. Hal Jordan toma para si a tarefa de reformar a Tropa e enfrentar a ameaça premente: Sinestro e sua Tropa de Lanternas Amarelos, que comandam um planeta inteiro. Tudo isso acontece no espaço sideral, enquanto a série Green Lanterns fica com a Terra. Hal Jordan tem roteiros de Robert Venditti e a arte das edições alterna entre Rafa Sandoval e Ethan Van Sciver.

Green Lanterns

O segundo título Lanterna se passa na Terra e o "s" no título serve para identificar os dois responsáveis pela proteção do setor 2814: Simon Baz e Jessica Cruz, duas figuras que estrearam nos Novos 52. Com a duplinha, a série tem um leve tom policial, embora as ameaças que eles enfrentem sejam coisas como Lanternas Vermelhos e outras figuras superpoderosas. Sam Humphries é o roteirista, acompanhado por um desfile de desenhistas brasileiros: Robson Rocha, Eduardo Pansica, Ed Benes, Ronan Cliquet e outros.

Mulher-Maravilha

Mulher-Maravilha se divide, alternadamente, em edições passadas no presente e no passado, para recontar a chegada da amazona ao mundo dos homens. Essas edições de Ano Um, pensadas para reorganizar a mitologia, são deslumbrantes e os desenhos de Nicola Scott primeiro traçam uma Temíscira cheia de detalhes, enquanto o roteirista Greg Rucka imagina uma Mulher-Maravilha juvenil e inocente, escolhida a deixar o Paraíso, e não uma personagem pronta para desafios. Como jornada de aprendizado é bem interessante, e a edição com o atentado terrorista sintetiza o que a DC quis fazer com todo o Rebirth.

Batman

Nas mãos de Tom King, que recebeu a série sucesso de crítica e vendas de Scott Snyder, Batman tem um forte senso de continuidade, e os desenhos de David Finch lembram os de Greg Capullo às vezes, enquanto King tem o mesmo impulso pelo literário de Snyder, com uma narrativa movida pelos recordatórios, como comentários do desenho. Ao mesmo tempo, é uma HQ arrojada na introdução de novos personagens e de estabelecimento de um grande evento, a entrada de Bane. Não é por acaso que é a HQ de linha mais vendida dos EUA.

Superman

Uma das séries centrais do Rebirth. As cores são o que se esperaria quando Superman diz na HQ que "as cores vão voar". O desenhista Patrick Gleason faz uma boa mistura entre traços cartunescos, mais arredondados, que evocam um estilo mais de revistinha, e o design de quadros arrojado, com imagens vazando o tempo todo, para dar dinamismo e urgência a histórias que começam pequenas, na fazenda dos "Smith". Cenas como a queda de Jon da árvore evocam uma inocência que realmente a série havia perdido, e que é parte central de inúmeras interpretações já feitas de Superman.

Action Comics

Série tradicional do Homem de Aço nos EUA, Action Comics agora é publicada também no Brasil, mas o primeiro arco do Rebirth, em que o roteirista Dan Jurgens refaz o embate do Superman com Apocalipse, está longe de ser um renascimento e tem mais cara de repetição: Jurgens é um roteirista de uma nota só, e quando tenta escrever algo além de cenas de pancadaria ele patina na banalidade, como quando tenta fazer mistério com Mr. Oz e o novo Clark. Série indicada apenas para quem deseja entender o intrincado imbróglio de cronologia envolvendo os Supermen pré e pós-Novos 52.  

Deathstroke

A série do Exterminador é uma das gratas surpresas do Renascimento. Começa frenética, com elipses de tempo tanto entre quadros (que tornam as missões de Slade mais brutais e impactantes) quanto entre páginas, com espécies de minicapítulos que vão e vêm entre o passado e o presente para restabelecer os traumas de família do matador. É uma HQ com texto enxuto e preciso que não perde tempo, não se conforma com o feijão com arroz nem subestima a capacidade que o leitor tem de acompanhar suas intensas viradas.

Green Arrow

Uma das séries do Rebirth mais dedicadas a uma reapresentação de fato, e que permite atrair melhor leitores novos. Oliver Queen refaz sua relação com Canário Negro, desfeita nos Novos 52, e ganha o cavanhaque de volta. Como as três primeiras edições se concentram em reorganizar a vida de Ollie, com uma reviravolta atrás de outra para que ele de fato recomece do zero, elas não primam pela sutileza, mas os desenhos de Otto Schmidt - que lembram um pouco o traço de Jock, mas mais cheios de cuidado - compensam e fazem valer o investimento.

Detective Comics

A HQ Detective Comics será publicada no Brasil em paralelo à série principal de Batman, e embora as duas se cruzem com frequência (é em Detective Comics que o caos toma conta na divertida e empolgante história "Night of the Monster Men", segundo arco dessa nova fase), Detective Comics traz a batfamília também em histórias próprias, como o interessante arco com a Colônia, um grupo militar que imita estratégias, armas e modos de combate de Batman. Tim Drake brilha nessa história, que liga diretamente com o mistério de Watchmen no Universo DC.

Suicide Squad

A diversão se dá menos pelas trocas de diálogos do Esquadrão Suicida (todos acabam servindo de alívio cômico) do que pelo exagero das situações, que vão do espaço ao oceano em poucas páginas e ganham com o acúmulo de personagens bizarros, como os metahumanos russos. Ver Jim Lee na ativa é sempre um prazer, tanto como fisionomista (ele acerta em cheio a megalomania de Zod) quanto como desenhista de ação, mas mesmo as histórias secundárias sobre os integrantes da equipe são muito bem desenhadas. É uma HQ que se presta a ótimo passatempo e funciona bem como porta de entrada a novos leitores.

Nightwing

Assim como Dick Grayson, que diz agir pensando no longo prazo, a série que marca a volta do Asa Noturna está bastante vinculada aos Novos 52, com personagens e situações que o leitor já precisa conhecer de antemão, e apresenta tipos inéditos pensando num conflito duradouro. É o caso de Raptor, ótima adição ao panteão aviário das batséries. Ao mesmo tempo, esta é uma HQ interessante que consegue criar ação e viradas constantes sem perder de foco do que continua sendo a alma das séries de Grayson: elas sempre servirão para discutir sua relacao com Batman.

Teen Titans

Verdadeiro protagonista aqui, Damian assume o comando dos Novos Titãs em boa narrativa infantojuvenil sobre disputas entre jovens. Embora eventualmente a HQ fale em abrir barrigas e cortar gargantas, é indicado a quem já ficou um pouco velho demais para ver Teen Titans GO! mas ainda preserva o carinho por esses personagens. A transição dos desenhos de Jonboy Meyers para Khoi Pham é suave e ambos mandam bem na fisionomia de Damian, e o traço de Pham, mais puxado para o mangá, casa muito bem com o espírito da série.

The Hellblazer

Constantine volta a Londres numa série que tenta recuperar a pegada densa de quando o personagem só fazia parte da Vertigo. O arco inicial, que parte da Primeira Guerra, oferece um mistério interessante, juntando o Monstro do Pântano no bolo. O estilo do desenho de Moritat - rostos expressivos, fundos sem contexto - funciona melhor nas cenas mais dinâmicas, e talvez por isso a edição #2 (que inclui boa ação além do esperado texto cheio de referências e 'humor inglês') seja a melhor desse início bem promissor.

Harley Quinn

O tempo passa e a série da Arlequina - pensada para atender um público jovem com suas piadas de conotação sexual, de metalinguagem, e suas situações ligeiramente preconceituosas - não muda muito. No Rebirth continua sendo uma leitura casual e sem compromisso, com histórias que raramente duram mais do que três edições. Podia ser mais arrojada, mas é uma HQ que não testa limites. Algumas boas ideias cômicas não necessariamente rendem punchlines à altura, como o braço amputado de Red Tool e o clube de fetiche de heróis.

Aquaman

Ponto decente de partida para conhecer o personagem. Parte do consagrado - Arraia Negra vingativo, Mera questionada pelos atlantes - mas traz um renovado contexto político com o novo grupo terrorista atlante Deluge e a embaixada atlante na costa americana, que o roteirista Dan Abnett criou no final da fase passada. Abnett joga no longo prazo, com coisas que só vão se finalizar depois de 15 ou 20 edições; enquanto isso a revista sabe entreter com ação ligeira, diversificada (Aquaman duela com grupos, um vilão clássico, um monstro e até Superman em pouco mais de meia dúzia de edições).

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