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Onze vezes em que Sandman e o Universo DC se encontraram

A relação da obra de Neil Gaiman com os super-heróis vai e vem com o tempo

15.08.2017, às 19H54.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

Embora seja uma surpresa que a saga Dark Nights: Metal estrelada pelo Batman e pela Liga da Justiça esteja mesclada ao universo de Sandman, como revela a primeira edição, não é a primeira vez que a DC Comics aproveita a criação de Neil Gaiman dentro do seu universo de super-heróis. Na verdade, décadas atrás, o próprio Sandman nasceu como um deles - e na galeria abaixo listamos 11 vezes em que os dois mundos se encontraram.

Sandman era super-herói

Ao criar a criatura etérea do Senhor dos Sonhos na linha Vertigo, Neil Gaiman estava aproveitando um personagem clássico da DC; Sandman foi um super-herói da Era de Ouro que trabalhava como detetive usando uma máscara de gás e uma arma de sedava criminosos. Ao longo das décadas, outras versões foram criadas com a mesma premissa, como a encarnação dos anos 1970 criada por Joe Simon e Jack Kirby. Eventualmente, Gaiman acabou usando elementos dessas fases anteriores ao estabelecer a mitologia do seu Sandman.

Destino

Dos Perpétuos que Neil Gaiman criou para The Sandman, um deles não mudou muito visualmente em relação à sua versão anterior da DC: Destino, um velho cego, de túnica, carregando um livro pesado, que contém a descrição de toda a existência do universo. Destino foi criado em 1972 na HQ Weird Mystery Tales e já encontrou heróis como Superman, em uma história de 1980 em que a entidade cósmica pede que o Homem de Aço se aposente porque a humanidade se tornou dependente demais do kriptoniano.

Easter eggs obscuros

Assim como Alan Moore e Grant Morrison, Neil Gaiman não se esquiva a recorrer a personagens obscuros dos quadrinhos de super-heróis para espalhar easter eggs em suas criações. Principalmente nos seus primeiros anos, na virada para os anos 1990, a linha Vertigo era bem integrada ao Universo DC, e Sandman já teve participações de nomes como a Moça-Elemento, uma mutante que já teve dias de glória quando estrelava a série Metamorpho e, em The Sandman #20, é visitada pela Morte.

Problemas de continuidade

Um dos motivos que levaram Neil Gaiman a não incluir tanto o Universo DC em The Sandman foi a preocupação com a continuidade. Por isso, por exemplo, quem aparece no Asilo Arkham quando John Dee (o Doutor Destino da DC) escapa do sanatório em The Sandman #5 é o Espantalho, e não o Coringa, que Gaiman queria ter usado originalmente. Em uma entrevista no vigésimo aniversário da série, o roteirista diz que a preocupação com a continuidade da DC exigia um processo penoso de autorizações. O Espantalho até brinca: "Se você vir o Coringa, diga para ele voltar logo".

Celebridades no funeral

No início, The Sandman tinha participações de John Constantine, citava Gotham, o Asilo Arkham e a Liga da Justiça. Com o tempo, quando a linha Vertigo ganhou mais autonomia como a casa dos quadrinhos adultos da DC, e The Sandman virou mesmo uma série de horror e fantasia, o Universo DC se distanciou e essas citações esfriaram, mas ao final os super-heróis - como Superman, Batman e o Caçador de Marte - retornaram para prestar seu tributo no funeral de Morpheus, em sonho.

A popularidade da Morte

Depois de Morpheus, o personagem mais popular de The Sandman era a sua irmã Morte, e o Universo DC logo a aproveitou numa HQ de super-herói, na edição #42 de Captain Atom, em 1990. Nela, o Capitão Átomo vai até o purgatório e lá encontra várias encarnações da morte, como o Corredor Negro, a personificação da morte criada por Jack Kirby na HQ dos Novos Deuses em 1971. Em outra oportunidade, Morte cruzou o caminho de Madame Xanadu, membro da Liga Sombria, e apareceu até na série do Arqueiro Verde de Kevin Smith.

Nas mãos de Morrison

Claro que Grant Morrison, obcecado por metanarrativas e interseções de universos, acabaria recorrendo a um dos Perpétuos eventualmente num quadrinho de super-herói - com a benção de Gaiman. Morrison inclusive coloca o Senhor dos Sonhos na capa de JLA #22, em 1998, cinco anos depois do fim de The Sandman, em uma história pirante da Liga contra Starro. Na ocasião, o Senhor dos Sonhos já é Daniel Hall, o sucessor de Morpheus como Sonho em The Sandman, assim como ocorre agora em Dark Nights: Metal.

Até nas grandes sagas

Durante a saga A Noite Mais Densa, Lex Luthor tenta conseguir para si um dos anéis dos Lanternas Negros, e ele encontra ninguém menos que a Morte em Action Comics #894, nessa busca pelo Além. Publicada em 2010, a HQ saiu numa época em que a divisão entre a Vertigo e a DC já era bem clara em termos de continuidade, mas antes de Neil Gaiman se opor publicamente ao uso dos seus personagens pela DC sem sua autorização.

A mitologia amarrada

O fato de Daniel Hall herdar de Morpheus a função de Senhor dos Sonhos ao final de The Sandman acaba servindo hoje para justificar o uso do personagem em Dark Nights: Metal. No cânone, Daniel é neto de Carter Hall, o Gavião Negro da Era de Ouro da DC, e filho de Hector Hall, que já foi tanto Sandman quanto Senhor Destino. Essa ligação é refeita literalmente pelo escritor Scott Snyder citando Carter na HQ, já que o Batman está investigando em Dark Nights o mistério envolvendo o metal enésimo dos thanagarianos, a raça dos Gaviões.

Nos Novos 52

Com uma certa timidez, a DC continuou incorporando em seu universo de heróis elementos saídos de The Sandman durante o reboot editorial dos Novos 52, mas mais nas séries de teor místico. Em Demon Knights, que saiu de 2011 a 2013, o Lucifer Morningstar criado por Gaiman integrou a equipe medieval de cavaleiros demoníacos. Já em Justice League Dark #9, de 2012, a Pedra dos Sonhos (que o vilão Doutor Destino usou no primeiro arco de The Sandman) faz uma aparição diante de John Constantine.

Uma só cosmologia

Vinte e cinco anos depois de criar Sandman, Neil Gaiman retomou sua obra na minissérie Sandman: Prelúdio e não deixou de fora os easter eggs que referenciam o Universo DC. É possível ver nos desenhos panorâmicos pirantes de J.H. Williams III pequenos elementos evocativos, e o texto cita "guerreiros que são mundos" em referência a Mogo, o planeta Lanterna Verde. Em entrevistas, Gaiman diz que nunca deixou de pensar a mitologia de Sandman como parte da cosmologia do Universo DC, com a qual ele cresceu.

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