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Batman | Revelação do passado muda o sentido da cruzada do Homem-Morcego

Tom King torna literal uma interpretação recorrente das motivações de Bruce Wayne

08.12.2016, às 17H31.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

Elogiado por suas passagens por Omega Men, Sheriff of Babylon e pela recém-encerrada série do Visão, o roteirista Tom King acaba de mostrar a que veio em Batman - HQ que ele herdou de Scott Snyder na metade do ano. A edição 12, publicada nesta semana nos EUA, apresenta um fato do passado de Bruce Wayne que ressignifica toda a cruzada do Morcego. O texto abaixo contém spoilers.

A revelação tem ligação direta com o nome desse arco atual, "I am Suicide". Na edição, Batman escreve uma carta para Selina Kyle, que está sendo transferida para o Asilo Arkham depois de supostamente ter matado 237 pessoas. Ao dividir seus traumas com a Mulher-Gato, Bruce Wayne conta que tentou suicídio aos dez anos, cortando os pulsos com a navalha do pai, depois de ficar órfão.

Não é novidade que HQs tratem Bruce Wayne como um vigilante com tendências suicidas; isso o aproximaria da vasta galeria de personagens com desvios de comportamento e francos distúrbios psicológicos que povoam Gotham, e Alfred sempre fez ironia com isso em mídias diferentes. Na carta a Selina, Bruce reconhece o absurdo de sua cruzada contra o crime, frisando que seus pais - "classicamente dignos, classicamente bondosos" - teriam rido se vissem seu filho fantasiado de Morcego. Bruce reconhece que ele mesmo tem vontade de rir disso às vezes, mas Selina não riria, porque o entende.

King escreve na edição que o momento da tentativa do suicídio foi o instante em que Bruce fez seu juramento de combate ao crime. "Minha vida deixou de ser minha vida", diz Bruce na carta. Segundo ele, sua cruzada "é a escolha de um garoto, a escolha por morrer". "Eu sou Batman. Eu sou suicídio", finaliza. Esse tema do instinto suicida já era perceptível desde a primeira edição da fase de King - leia a nossa crítica.

A revelação não só torna literal a tendência suicida de Bruce Wayne como reconfigura o sentido da sua cruzada, interpretada por muitos como um modelo de superação do homem comum contra a adversidade. Em entrevista ao CBR, King diz que consultou Scott Snyder sobre o teor da HQ. "Eu falei pra ele: 'Tomei essa decisão, e estou um pouco nervoso, porque não estou certo se fui longe demais'. E ele me respondeu: 'Esse é o meu Batman. Esse é o Batman que eu estive escrevendo também. Eu nunca cheguei a dizer [que Batman é suicida] mas é ele, sim'."

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"É como se Bruce dissesse: 'Eu não vejo mais um sentido de levar uma vida para mim, mas posso viver a minha vida para os outros'", diz King, frisando que, para ele, Bruce Wayne sempre teve esse perfil, desde sua criação. "Isso é quase uma literalização de algo que já está por aí há muito tempo."

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