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CCXP 2016 | Paul Pope e Rafael Grampá mostram colaboração inédita durante painel com Frank Miller

Encontro foi no auditório Ultra

03.12.2016, às 20H44.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

O painel do sábado no Auditório Ultra da CCXP - Comic Con Experience 2016 deveria ter sido uma conversa com os norte-americanos Paul Pope e Frank Miller sobre quadrinhos. E cumpriu o esperado, mas com uma surpresa: o quadrinista brasileiro Rafael Grampá, que estava lá de mediador, mostrou um projeto no qual colaborou com Pope anos atrás, a distância.

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Foi uma animação que faria parte do filme As Aventuras de Kavalier & Clay - a adaptação do livro de Michael Chabon, dirigida por Stephan Daldry mas que nunca saiu. Pope participou da pré-produção, e parte da animação foi feita no Brasil por Grampá. "Tive que copiar seu estilo de desenho", o brasileiro disse ao americano.

"Espero que o Scott Rudin [produtor] não saiba que você está mostrando isso aqui...", disse Pope.

A prévia, que nunca tinha sido exibida ao público - e ninguém sabe se um dia será exibida de novo - trazia um minuto do herói Escapista lutando contra um brutamontes nazistas que usa os balões de fala e a sarjeta entre os quadros contra o herói. A conversa entre os três quadrinistas girou em torno do que eles mais gostam nas HQs. Grampá perguntou aos dois sobre a infância.

Miller: "Lembro do que minha mãe me contou. Aos cinco anos, apareci com um gibi desenhado em papel sulfite e falei: 'É isso que eu vou fazer pro resto da vida.' Além disso, eu sempre quis contar histórias sobre heróis. Crescer numa fazenda, sendo uma criança mirrada que era espancado pelos valentões, foi meu motivo para ter vontade de contar histórias sobre gente que voa."

Pope: "Eu também cresci numa fazenda. Morava com meus avós. Ganhei a coleção de discos do meu pai e os livros de arte da minha mãe. Até que eu descobri, no sótão, a coleção de gibis do meu tio. Era anos 1970, eu tinha uns 5, 6 anos e li os clássicos da Era de Prata: Kirby, Steranko. O universo dos quadrinhos era pelo menos tão legal quanto o mundo lá fora."

Ambos comentaram projetos para o futuro. Pope continua trabalhando em Battling Boy, no qual está há dez anos. Em breve, porém, participa de uma edição de All-Star Batman - "na qual deixaram eu fazer uma mudança bem legal em um dos grandes Bat-vilões" - e planeja, algum dia, uma biografia em quadrinhos do "maior artista pop norte-americano".

Miller quer terminar a continuação de 300 de Esparta, chamada Xerxes, e planeja um volume único de histórias da Robin Carrie Kelley. E voltou a tocar no projeto que comentou no painel de quinta-feira: "Tenho uma fixação pela Segunda Guerra Mundial e estou conversando com a DC sobre um projeto com os heróis deles naquela época."

Pope ainda fez um apelo por quadrinhos menores, mais focados nas possibilidade da mídia. "Tem saído muitos tijolões, muitos quadrinhos longos. A gente precisa de coisas fortes, mais afirmações da mídia, equivalentes a uma canção pop, com narrativa rápida. Menos graphic novels e mais graphic stories."

A CCXP - Comic Con Experience 2016 acontece entre os dias 1 a 4 de dezembro, no São Paulo Expo. Acompanhe nossa live pelo facebook.com/siteomelete, e a cobertura completa emtwitter.com/omelete, instagram.com/omelete, youtube.com/omeleteve, e Snapchat.

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